⚠️NÃO RECOMENDADO PARA MENORES 🔞⚠️
O QUE VOCÊ FARIA POR AMOR?
Alçada pelo desespero, a jovem Ayleen se vê nas mãos do destino. Sua vida se resume em cuidar de sua mãe doente e trabalhar incansavelmente em tudo o que for possível, ela se encontra, d...
E nós colecionaremos os momentos um por um, eu acho que é assim que o futuro é construído — Feist, Mushaboom
Victor
Minha mãe está indecisa. Seus olhos se fecham em fendas, me encara como se não acreditasse no que estou dizendo. Quando a senhora souber... preciso ligar pra alguma funerária e providenciar um plano.
Não posso julgar dona Denise. Eu mesmo ainda estou assimilando o que acabei de dizer. Sei que pode ser um pouco arriscado — para a menina, no caso —, mas não quero mais minha mãe se envolvendo na minha vida amorosa, ou a falta dela.
— Victor, se isso for uma mentira... — seu tom garante a ameaça.
— Não tô mentindo — apenas omitindo o fato de que a minha acompanhante ainda não sabe de nada.
Ela continua desconfiada. — Não sei, Victor. De qualquer forma, convidarei a filha do Elizeu. É sempre bom ter mais opções.
Reviro os meus olhos e me sinto um adolescente controlado pelos pais.
— Não será necessário. Entretanto, se a senhora quiser convidá-la sem ter segundas intenções, então não há problema.
Sua mão sobe para o peito como se eu houvesse a ofendido. Um belo show de drama.
— Eu só quero o melhor pro meu único filho! Quando tiver a minha idade e for um solteirão idoso, vai se arrepender por ter deixado passar tantas oportunidades de ser feliz.
Não vejo problema nenhum em ser um solteirão idoso.
— Oportunidade de me enlaçar com alguma interesseira? — pergunto, com sarcasmo.
Denise balança a cabeça em incredulidade.
— Não entendo sua relutância com relacionamentos. Meninas ricas não são interesseiras. Elas já têm tudo. Um marido rico é apenas um bônus.
Não sei de onde minha mãe tirou toda essa ingenuidade. As meninas ricas são ainda mais interesseiras e gananciosas.
— Sinto em discordar da senhora. De todo o jeito, creio que o assunto tá encerrado. Infelizmente a sua viagem foi em vão — deixo bem claro que o tópico foi finalizado.
Minha mãe se dá por vencida, por enquanto, e acena positivamente.
— Tudo bem, meu filho. Te ver nunca é um desperdício. Bom, também preciso ir. Tenho que organizar muita coisa. A semana vai ser agitada! — empurra a poltrona levemente para trás e se levanta elegantemente.
Me coloco de pé e acompanho-a até a porta. Nos despedimos e ela deixa três beijinhos em minha bochecha antes de sair.
Agora preciso resolver outro problema: encontrar a Ayleen.
Talvez eu devesse pensar antes de agir por impulso. Não sei o que acontece, mas essa menina me faz esquecer os meus pensamentos racionais. Ser dominado por minhas emoções não faz parte do meu estilo de vida.
— Magda— chamo minha secretária quando minha mãe já sumiu do meu campo de visão.
A mulher gira sua poltrona e fica de frente para mim. — O que foi, menino de ouro?
— Menino de ouro? — repito, em confusão.
— Claro. Você é o ouro mais precioso do Brasil, atualmente.
Bufo, descartando sua fala.
— Sabe muito bem não ligo pra essa merda. Enfim, preciso que ligue para o organizador do leilão e consiga o número da Ayleen. Impossível haver outra pessoa com este nome naquele dia. Quando já tiver o número em mãos, traga pra mim — Magda acena e se volta para sua mesa.
Tendo certeza de sua competência, volto para a minha sala e finjo não sentir um leve desconforto. Então, uma ideia estúpida martela em minha cabeça. O endereço você já tem... e se...
Não!
Não vou ser tomado por ações imprudentes. Vou aguardar o retorno da Magda. É o mais prudente a se fazer. Mas por que o pensamento não se acalma?
O que essa menina tem de tão especial?
Sacudo a cabeça e tento voltar à razão. Continuo a analisar a pilha de contratos que decora a minha mesa. Vez o outra levanto os olhos para a porta como se Magda fosse entrar a qualquer instante.
No entanto, chega a hora do almoço e nada de novo. Magda entra com a minha comida e deixa sobre a mesa de reuniões.
— E então? — sondo.
— O quê? — me responde.
— O número que te pedi?
— Ah, isso? Não me informaram. Disseram que era confidencial. Sinto muito — ela não parece sentir.
Me sinto levemente estressado ao saber da novidade. Só um pouco.
— Desde que horas sabe disso? — indago.
— 10 minutos depois de você me pedir — dá de ombros como se não fosse nada.
Esfrego minha testa em um sinal de insatisfação.
— Não pensou que seria interessante eu saber? Por que esperou que eu te perguntasse?
— Sou uma pessoa muito ocupada, Victor. Acabei esquecendo deste pequeno detalhe — não é como se tivesse esquecido.
— Não acredito nisso — revelo.
— Uma pena. Acho que vai ter que se virar pra conseguir entrar em contato com a moça.
Um sorriso zombateiro queima em seus lábios finos.
— Qual a razão disso, Magda? — o que esta mulher quer de mim?
— Simples, Victor. As mulheres se jogam aos seus pés. Tudo vem muito fácil pra você, nunca percebeu? Que tal tentar colocar algum esforço? Acredito no seu potencial.
Fito os seus olhos e chego à conclusão de que minha secretária precisa se aposentar.
— Ótimo, Magda! Muito obrigado por sua palestra de moral — digo, azedo.
Não tem nada que eu não possa conseguir.
Ela apenas sorri de volta.
— Já que é assim, cancele os meus compromissos da tarde. Vou sair depois do almoço e não sei que horas voltarei — ergo-me e vou para onde minha comida está.
— Já fiz isso, Victor — sua postura continua a mesma.
— Era tudo um plano seu, não é? — puxo a cadeira para trás e destampo a embalagem da comida.
— Claro que sim. Bom almoço, criança.
Só me resta rir da ousadia da mulher que deveria obedecer às minhas ordens. Não tenho moral com minha própria secretária.
Começo a comer o meu almoço calculando os meus próximos passos. Ir até aquele bairro suspeito, mais uma vez. Eu deveria pegar um carro menos chamativo... nunca se sabe.
Sou um homem adulto e muito bem resolvido que está prestes a cometer outro ato insano, em comparação à minha vida regrada, só por causa de uma menina.
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