Eles dizem que o mundo foi feito para dois, só vale a pena viver se alguém está amando você — Lana Del Rey, Video Games
Ayleen
Victor finalmente tem alta e uma nova guerra começa: quem vai levá-lo para casa. Acho absurdamente ridículo a quantidade de esforços que sua mãe coloca em uma coisa desnecessária.
Diferentemente da mulher arrogante, minha mãe me deu educação. Prefiro evitar outra briga sem sentido e deixo-a fazer como quer, mesmo sob os protestos de Victor.
A mulher faz questão de que ele entre na limusine ridiculamente grande estacionada na calçada. Estas pessoas são completamente bizarras. Penso ao observar a cena se desenrolar.
Antes mesmo que as portas automáticas possas se abrir, é possível ver alguns jornalistas amontoados na entrada do hospital, a fim de conseguir qualquer pontinha solta.
Ao longo dos dias, várias matérias saíram online falando sobre a recuperação dele, a preocupação da família e coisas bem genéricas, como se as informações tivessem sido filtradas antes da publicação, o que eu acho que foi o caso.
Quando passamos porta afora, Victor segura a minha mãe e praticamente me mantém do seu lado. Como a lei da física já diz, toda ação gera uma reação.
É exatamente isso que acontece. Somos atingidos por enxurradas de perguntas, sons do obturador das câmeras são ouvidos e o ruído de vozes aumenta.
— Victor, qual é a sua relação com esta moça? — uma mulher inquere.
— É verdade que vocês estão namorando? — um homem pergunta. Como ele soube disso?
— Victor, qual é a idade dela? Como se conheceram?
Seis seguranças fazem uma barricada e impedem a aproximação da mídia. Diogo abre a porta com rapidez e nos ajuda a entrar, tomando todo o cuidado possível.
— Agora é mais do que oficial — Victor diz após se acomodar —, todos sabem sobre você — um sorriso bobo cruza a sua face.
— Você fez isso de propósito? — boquiaberta, fito os seus olhos brilhantes.
— Eu bati a cabeça, não tô no controle de minhas ações — fala isso, mas o sorriso continua brincando em seus lábios.
O momento de descontração acaba quando a mãe-maravilha entra no automóvel com cara de poucos amigos. Contrariando às minhas expectativas, a mulher não abre a boca para me criticar. Independentemente de qualquer coisa, ao seu ver, a culpa é minha.
Sou a feiticeira que fez um feitiço capaz de cegar ao seu lindo filhinho. Quase solto uma risada com o rumo dos meus pensamentos, no entanto, me contenho.
Denise se senta de frente para o Victor e me ignora por toda a viagem. Tenta de todas as formas convencer o filho a aceitar a oferta dos enfermeiros particulares. Ele, por outro lado, descarta todas as investidas da mulher.
Graças a Deus, chegamos à sua casa e somos recepcionados por Marta, que dá um abraço rápido nele e sorri para mim. Deixamos ela e sua mãe trocando algumas palavras e entramos na residência.
— Você vai ficar comigo esta noite, não é? — pergunta logo que estamos na sala de estar.
— Se sua mãe não montar acampamento aqui ou me tacar na fogueira por ser "desprovida de riqueza", então, sim — zombo.
— Ayleen, nem eu tô aguentando minha mãe. Deus me livre — faz uma careta.
— Você precisa descansar. Ninguém consegue relaxar em um quarto de hospital —meus pensamentos vão diretamente para minha mãe.
— Eu quero tomar banho e deitar. Ficar longe de falação e ter paz na mente — os seus movimentos estão melhores do que quando acordou, mas ainda posso ver algumas limitações.
Neste momento, sua mãe aparece no recinto como se fosse dona de tudo.
— Victor, vou ficar aqui pelo resto da semana — soa incisiva.
— Não. A senhora já pode ir. Diogo — chama o motorista assim que ele aparece na sala —, leve minha mãe pra casa dela e pode ir pra sua.
A mulher tenta contra-argumentar, porém, deve ter se tocado que não adianta fazer nenhum drama.
— Tá bom, Victor, se é o que você deseja — dá de ombros e se vira, dando as costas para nós.
Suspiro aliviada quando ela some de nossas vistas.
Assim, seguimos para sua suíte e ele vai em direção ao closet para pegar uma roupa. Vou até o lavabo, subo os três degraus e preparo a banheira branca, que mais me lembra uma jacuzzi; vejo algumas essências e escolho uma em que o rótulo diz ser calmante.
Depois que enche o suficiente, desligo as torneiras e sinto a água quente e perfumada. Victor aparece logo em seguida.
— Pronto, já preparei o seu banho, vou te deixar à vontade.
Quando já estou longe da banheira, ele segura o meu pulso com sutileza. — Você pode tomar banho comigo.
Giro os calcanhares e fico de frente a ele.
— É sério? — fixo-me em seus olhos.
— A banheira é grande o suficiente pra nós dois — não há nenhum tom de dúvida em sua voz —, por favor, só quero te sentir perto de mim.
Muito difícil de resistir.
Aceno em concordância e ele parece mais feliz.
Sendo muito solicita, fecho a distância entre nós e ajudo-o a tirar a blusa, passando com cuidado por sua cabeça. Os seus pés já estão descalços, dessa forma, ele tira a calça e cueca. E pronto, já está nu.
Noto que seu tronco também está ferido, assim como os seus ombros e peitoral. Não são simples arranhões, são machucados grandes e que parecem doer. Além de alguns estarem bem roxos.
— Meu Deus! — não consigo evitar o meu espanto.
Repouso minhas mãos em suas bochechas e fico olhando para os seus olhos por um vasto momento.
— Não foi nada — ele tenta me tranquilizar. Impossível.
— Acho que a sua concepção de "nada" e a minha são completamente distantes uma da outra. Eu sabia que você tava machucado, entretanto, não sabia que era desta forma. Por que você não me falou? — e ele ainda teve que aguentar os pais malas.
— Eu não queria te deixar mais preocupada — ele inclina um pouco a cabeça para receber o meu toque. Menino carente.
— Que bobagem — censuro.
— Eu sei que você é uma mulher incrivelmente forte, não tenho dúvidas quanto a isso. Mas agora você já viu o que eu tava escondendo. É melhor tirar a sua roupa — encerra o assunto.
Despida, entro na banheira primeiro. Victor vem depois e suas costas se encontram com o meu peito. Noto que vacila enquanto afunda metade do corpo na água.
Quando percebo que está mais acostumado, pego uma esponja de banho macia e começo a molhar suas costas com cuidado.
O meu bebê tá machucado 😭😭😭😭😭😭
Votem e comentem pra ele melhorar logo 🤧🤧
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Declínio
Romance⚠️NÃO RECOMENDADO PARA MENORES 🔞⚠️ O QUE VOCÊ FARIA POR AMOR? Alçada pelo desespero, a jovem Ayleen se vê nas mãos do destino. Sua vida se resume em cuidar de sua mãe doente e trabalhar incansavelmente em tudo o que for possível, ela se encontra, d...