⚭59

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Ela é uma amante moderna, uma exploração, ela é feita do espaço sideral, e os seus lábios são como à beira da galáxia, e seu beijo, a cor de uma constelação se encaixando — Arctic Monkeys, Arabella

Victor

— Seu telefone tá tocando — Ayleen resmunga contra o meu peito nu.

Estamos deitados, Ayleen ainda se encontra sonolenta. Fiquei tão absorto em meus pensamentos que deixei passar o telefone tocando.

Já faz um mês desde que comecei a fazer fisioterapia. Me sinto novo em folha e dono dos meus movimentos. Até o momento, não tive notícias dos Agostini. Nem mesmo Denise tentou entrar em contato.

— Não quero atender — pressiono o seu corpo macio contra o meu. — Sabe que dia é hoje?

— Hum — balbucia.

— Meu dia de libertação. Posso voltar a praticar atividades físicas — minha tortura acabou.

Aliso a parte posterior de sua coxa e vou subindo minha mão até parar na bainha da blusa — diga-se de passagem minha — que ela está vestindo. Levanto a peça e deixo sua bunda redonda exposta. Continuo a minha viagem e pouso a mão sobre a carne macia, apertando logo em seguida.

Ayleen tira a cabeça do meu peito e beija o meu pescoço.

Deslizo o dedo por sua calcinha sem fazer muita pressão. — Acho que vou ter que recuperar todo esse tempo perdido.

— Tenho que concordar com você — responde levemente manhosa.

O telefone toca mais uma vez. Que porra.

— Atende logo — ela beija a minha bochecha e se levanta da cama.

Automaticamente, me sinto abandonado.

Pego o maldito aparelho e vejo o nome no identificador de chamadas: Magda. Mal atendo e já começo ouvir os seus esporros.

— Acha que tenho o dia inteiro pra ficar te ligando? Esqueceu que trabalha?

Respiro fundo e pressiono a ponte do meu nariz. Eu poderia estar me divertindo agora, mas ao invés disso, tô levando esporro de graça. Bravo!

— Não trabalho mais na Empresa Agostini — solto a bomba.

— E? — Magda não parece nem um pouco abalada.

— Ouviu o que eu acabei de falar?

— Ouvi, mas isso não é desculpa. Você mais do que ninguém sabe muito bem a Empresa Agostini é uma fachada. Você tem 95% das ações. Nem seu pai sabe disso. Não tô entendendo o seu drama.

Sim, a empresa é minha, eu a tirei da falência e reorganizei as ações. Josué pensa que sou um idiota incapacitado, no entanto, o idiota aqui resolveu o problema que o grande Josué não conseguiu.

— Sim, Magda. No entanto, não quero dar o braço a torcer.

Minha secretária bufa do outro lado. — Se você ficar com esse tipo de pensamento pequeno, vai estar fazendo exatamente o que o seu pai quer e se mostrando imaturo. Não seja egoísta, têm muitas pessoas que dependem de você. Vista suas calças de homem e domine a situação.

Posso imaginar perfeitamente sua postura rígida, os braços cruzados, o cabelo apertado em um coque impecável e o olhar intangível através da grossa lente de seus óculos.

Odeio quando ela tem razão.

— E o que você sugere que eu faça? — sento-me na cama e aliso minha testa.

DeclínioOnde histórias criam vida. Descubra agora