Capítulo 2

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    Começou com um sorriso e borboletas no estômago, agora, acabou em choro e borboletas mortas.

    Minha cabeça estava pesada, e dolorida. Foi difícil abrir meus olhos, a claridade estava me incomodando. Mas depois de insistir muito, finalmente consegui abri-los. Olhei pro lado, e o Louis estava apagado e despido. Estava em um sono tão pesado, que se o teto caísse ele não ouviria. Ainda paralisada olhei pra mim, e confirmei que também, estava sem roupa.

    Imediatamente um sentimento de medo me envolveu. Eu me sentia totalmente usada, e traída. Eu queria tomar banho, e tirar cada digital dele do meu corpo. Queria apagar esse dia da minha cabeça. Talvez minha mãe tinha razão, quando me disse que homens não prestam.

    O lençol que era branco, tinha algumas pequenas gotas de sangue. Levei as mãos a minha boca, afim de abafar meu choro, e tentei me levantar. Meu corpo estava dolorido, não sei o que aconteceu depois que eu apaguei. Na verdade, acho que ele me drogou. Posso, talvez, afirmar! Tinha uma cartela de remédios em sua prateleira. E isso me fez lembrar da água que ele me deu pra tomar assim que chegamos, e dos biscoitos que comi.

    Me levantei com calma, catei as roupas que estavam pelo chão, peguei meu celular e corri pro banheiro. Por sorte, ainda eram 20:25. Meus pais não vão me matar! Me vesti rápido, e em silêncio. Minha cabeça estava confusa, e tinha um peso estranho. Eu, me sentia estranha. Logo que acabei de vestir minha roupa, peguei meus saltos, e saí do quarto.

    Meus passos eram tão silenciosos, quanto minhas lágrimas. Por sorte a porta estava aberta, um trabalho a menos. Caminhei até a mesma em passos curtos, e delicados. Como como se eu pisasse em ovos; eu só queria sair dali. Antes que me visse totalmente livre daquela situação, sua respiração me fez parar de andar e engolir seco. O barulho parou, cogitei que ele tinha voltado a dormir. Mas fui surpreendida por sua voz, que antes era música pros meus ouvidos, agora me fazia ter medo, e sentir um gosto amargo na boca.

    – Maiara! – Chamou se levantando.

    Sua voz fez meu corpo estremecer. Senti minhas pernas fraquejarem, me fazendo quase ir ao chão. Meu coração acalerou junto as minhas mãos trêmulas, e suadas. Meu corpo inteiro entrou em alerta quando sua mãos me tocaram.

    – Me solta, Louis! – Tentei me soltar de seus braços.

    – Não vai contar pra ninguém o que aconteceu! Ouviu? – Engoli a seco.

    – Eu disse, pra você me soltar!

    Sem pensar muito, joguei as coisas que estavam em minha mão no chão, e agarrei seus ombros o empurrando pra trás. Em seguida puxei ele mais uma vez, que agora tinha seus ombros relaxados, direcionando seu corpo pro meu lado direito. Pensando rápido, usei a minha cabeça pra golpear seu rosto. Bati em seu nariz, considerando quê, ele é um ponto de pressão sensível que pode causar desmaio.

    Consegui! – Sussurei pra mim mesma, assim que vi Louis desmaiado.

    Peguei as coisas que estavam no chão, e fui pra fora do quarto. Assim que entrei finalmente no corredor, desci correndo em direção a porta. Eu só queria andar. Queria, sair daquele lugar! Me afastei de sua casa acreditando que, se ele acordasse não me veria. Por sorte eu tinha internet, e pude pedir um Uber.

    Mensagem de "Metade"

    Notificou meu celular. Confesso que me assustei. Abri a notificação, e li as mensagens desesperadas da, Maraisa.

    "Maiara! Espero que já esteja vindo. Só temos 10 minutos. - 20:30"

    "Na verdade, 30. Mais seguindo o plano, são 10! - 20:30"

    "Seja rápida. - 20:31"

    Não sabia como responder, então só mandei um "Estou a caminho!", e continuei esperando o Uber.

    5 minutos se passaram, e eu avistei o a minha frente. Carro que indicava ser o Uber que chamei a pouco instante. Entrei nele o mais rápido possível, e ao cumprimentar o moço, seguimos em direção a minha casa. Que não era distante da do Louis, então, cheguei em menos de 10 minutos.

    – Obrigada! Tenha uma boa noite! – Sorri.

    – Tenha uma boa noite, senhora! – Assentiu sorrindo.

    Com muita calma, abri a porta com a chave, e ao verificar que a Jhuly não estava ali, eu fui correndo pro quarto. Talvez, não correndo tanto! Como disse, estou dolorida e sangrando. Entrei no quarto dando de cara com minha irmã, e me assustei.

    – Que susto! Tá doida? – Repreendi repousando minha mão em meu peito.

    – Tá com medo de quê? – Engoli a seco.

    – Na-Nada. Só achei que pudesse ser a Jhuly!

    Minha irmã me olhou por alguns segundos, conferindo minhas expressões, e resmungou me dando passagem pra entrar no quarto.

    – Vai já pro banho! Já eles chegam. – Assenti.

    Ela não percebeu! Amém. – Resmunguei pra mim.

    Confesso que esconder algo dela, é impossível. Mas, acho que consegui. Ainda em choque tomei um banho, finalmente tirando o cheiro dele do meu corpo, e me livrando de cada vestígio daquela noite. Noite que eu quero esquecer pro resto da minha vida. Peguei uma bucha, e esfreguei todo o meu corpo. Queria que cada rastro dele fosse apagado.

    Logo estava vestindo minha roupa, e ao observar as marcas no meu corpo, não contive as lágrimas. Tentei chorar baixo pra minha irmã não ouvir, mas foi uma tentativa falha. Em poucos segundos ela estava na porta do closet me observando.

    – O que você não me contou?

    – Nada! – Limpei o rosto.

    – Maiara, o que aconteceu? – Sua voz aumentou, e ela se aproximou.

    – Nada, Maraisa! Que saco. – Suspirou. Ela sempre faz isso antes de surtar um pouco.

    – Você chegou toda estranha, veio de Uber, e agora tá chorando. Eu quero saber o que foi que aconteceu!

    Curvei minha cabeça intensificando meu choro, e tentando pensar em como vou contar algo tão sério pra ela. Como vou contar que fui drogada, e abusada pelo meu namorado? Ela é capaz de matar ele.

    – Eu só...nada. Não é nada! – Andei em direção a cama, ouvindo seus passos que me seguiam.

    – Irmã! – Me virei.

    – Eu quero ir pra cama. Eu tô cansada. A minha cabeça tá doendo, eu quero dormir! Conversamos amanhã, ok? – Sorriu fraco.

    – Tudo bem.

    Agradeci mentalmente por isso. Admito que inventar desculpas pra enganar ela, é coisa de louco. Porque eu nunca, em toda minha vida, consegui mentir pra minha irmã. Caminhei em direção a cama na expectativa de conseguir dormir, acordar no outro dia, e tudo não ter passado de um, terrível e monstruoso pesadelo.

    Mas isso é tão real, quanto a dor em meu peito. E com certeza não passaria rápido.



































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Finalizei uma, mas iniciei outra, vida de escritor kakakaakka
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Besos ❤️

Sempre foi elaOnde histórias criam vida. Descubra agora