Capítulo 10

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        Confesso que o tempo tá passando rápido demais. Minha barriga tá começando a aparecer, e eu parei de ir pra academia. Porque pra eu fazer musculação, eu teria que ter acompanhamento, e não vou contar pro meu personal que estou grávida, então, parei de treinar. Hoje vamos ao hospital, preciso de um acompanhamento. Fora o sagramento que eu tive ontem, e me assustou muito.

    A maioria das mulheres sangram na primeira gravidez, e isso me tranquilizou, mas, mesmo assim fiquei com medo. Não foi muito, mas foi o suficiente pra me deixar apavorada. Minha mãe se culpa por não ter conseguido me proteger, e eu não quero fazer o mesmo comigo. Vou proteger essa criança como se fosse algo de vidro.

    Como sempre, nossos pais estão trabalhando. Então marcamos a consulta pra hora em que normalmente, estaríamos na academia. Então, ninguém vai desconfiar de nada. Maraisa pediu um Uber afirmando pra Jhuly que iríamos pra academia, e ela assentiu apenas nos mandando ter cuidado. Como sempre.

    – Acha que ela acreditou? – Perguntei com medo.

    – Sim. Não precisa ficar pensando nisso agora. Temos coisas maiores pra resolver. – Ela pegou o celular – Inclusive, Marilia vai dormir com a gente hoje! Lembra?

    Por um minuto acabei esquecendo disso. Combinamos isso na escola hoje. Falamos que estávamos totalmente entediadas nesse fim de ano na escola, e então, combinamos de dormir juntas. Marilia anda me olhando estranho ultimamente, não por sentimentos, nunca passaríamos de boas amigas.

    Ela sabe que eu estou escondendo alguma coisa, e fica sempre me analisando pra ver se esse "alguma coisa" está tão visível assim; ao ponto de me olhar, e ver. O que não vai ser muito difícil daqui a alguns meses. Vão olhar e dizer o que dizem pra todas as garotas "Sua vida vai acabar - tão nova, e já está grávida..."

    Não que eu esteja romantizando isso. Acho que devemos estar estáveis na vida, pra depois ter filhos. Mas aconteceu, o que posso fazer? Gosto de olhar as coisas com um ponto positivo. Gosto de imaginar, que esse neném vai mudar a minha vida sim; mas pra melhor! Com tantos pensamentos assim, chegamos no hospital mais rápido que imaginei.

    – Pronta? – Suspirei.

    – Acho que sim.

    Entramos na clínica e fomos direto pra recepção, onde confirmamos a minha consulta, e esperamos pra ser atendidas. Minha perna balançava inquietamente, algo dentro de mim me deixava desconfortável mais uma vez. Olhei no relógio confirmando que faltavam 10 minutos pra consulta, e decidi ir ao banheiro.

    – Eu preciso ir ao banheiro! – Falei deixando meu celular com a minha irmã.

    – Precisa de ajuda? – Neguei.

    – Provavelmente vou vomitar o que comi, não precisa ver isso! Me espera, eu já volto! – Ela assentiu.

    Confirmando o que eu disse, tudo o que comi saiu. Precisava de um tempo pra respirar, mas estava no horário da consulta. Então apenas passei uma água no rosto, limpei minha boca e saí do banheiro.

    – Maiara Carla? – Chamou uma moça de jaleco saindo de sua sala. Eu e minha irmã nos levantamos, e ela abriu passagem pra entramos na sala. Ela nos olhava confusa, só aí me lembrei que temos o mesmo rosto, e precisava me apresentar.

    – Eu sou a Maiara. Ela é a minha irmã! – A médica sorriu.

    – Uau! Vocês são idênticas, e muito bonitas. Da pra confundir fácil!

    – Orbigada! – Respondi envergonhada.

    – Nada da cintura pra baixo, e coloque isso aqui pra te cobrir. Volto quando acabar.

Sempre foi elaOnde histórias criam vida. Descubra agora