Capítulo 3

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        Meu corpo continua doendo. Na verdade, acho que tenho alguns arranhões por ele. Com a força que o esfreguei, não teria como ser diferente. Fui a primeira a acordar depois dos meus pais. Ou melhor, acordei primeiro que a Maraisa. Eu me levantei, fui ao banheiro, e após fazer minhas higienes matinais me direcionei ao espelho do closet.

    Tirei meu pijama, ficando apenas de roupa íntima, e passei minhas mãos pelas marcas roxas que tinham em meu corpo. Meu braço, barriga, coxa, até em meu seio tinha marcas. Marcas da noite que eu quero esquecer pra sempre. Marcas feita pela pessoa que, hoje, eu odeio mais que tudo. O dia mal tinha amanhecido, e eu já estava chorando. Estava chorando sozinha, enfrente ao espelho.

    – Eii! O que houve? – Perguntou minha irmã se aproximando.

    Não tive reação alguma. Talvez se fosse ontem, eu teria tentado esconder as marcas, mas, eu simplesmente não me importei. Seus braços quentes me envolveram em um abraço calmo, e confortável me transmitindo segurança. Enquanto eu, apenas deixava tudo sair com muita força de dentro de mim. Mal conseguia respirar.

    – Eu sou muito idiota! – Murmurei.

    – Shii... Calma! Calma! – Me abraçou mais forte

    – Idiota! Idiota!

    – Irmã, respira! – Me afastei dela por reflexo.

    – Não enconsta em mim. Eu estou suja! – Sussurrei enquanto andava pra trás.

    – Irmã, o que aconteceu ontem?

    – Ele... Ele me... 

    É difícil falar quando você sente que está sufocando. Eu conseguia sentir suas mãos no meu pescoço e na minha boca. Conseguia sentir suas mãos abafando meus gritos de socorro. Fechei os olhos, e ouvi sua voz em meu ouvido. Eu consigo ver tudo, cada detalhe se passa na minha cabeça como um filme de terror.

    – Eu não estava pronta! Eu só queria mais um tempo. – Falei enquanto andava de um lado pro outro no closet.

    – Maiara, eu não to conseguindo acompanhar você! Calma!

    – Eu pedi pra parar! Eu juro que pedi mas... – Meu corpo inteiro paralisou, e eu olhei pra minha irmã.

    Sua cabeça pendeu um pouco pro lado direito como se ela estivesse lendo minhas expressões, ou talvez, tentando entender alguma coisa. De forma rápido, e quase imperceptível suas expressões mudaram. Me fazendo entender, que ela sabe do que eu estou falando. Sua cabeça balança de um lado pro outro em sinal de não e meu choro se intensifica. 

    – Não, ele não fez isso. – Virou de costas. – Preciso que você fale! Preciso que fale, ou não vou conseguir acreditar.

    – Não dá. Não consigo! – Ergui minhas mãos, e fui em direção ao quarto. Sendo seguida pelos passos apressados da Maraisa.

    – Devagar! Vai do início.

    – A gente foi pra uma festa, e ficamos lá por um tempo. Não rolou nada demais, além de beijos!  – Assentiu – Mas decidimos voltar pra casa! E fomos pra casa!

    – Tudo bem, calma. – Respirei fundo pra continuar a falar.

    – Ok! Fomos pra casa e enquanto eu bebia água ele subiu pro quarto. Mas voltou assim que terminei de te mandar mensagem, e me chamou pro quarto. Ele já chegou me beijando, e foi bom! Ele foi me empurrando pra cama, e continuou seus beijos enquanto tirava a minha roupa, depois tirou a dele.

    Enquanto eu fala, todo o meu corpo se arrepiava. Não por me lembrar da sensação boa que ele me fez sentir enquanto me beijava, e sim me lembrando do que ele fez depois. Tudo passava muito rápido na minha cabeça.

Sempre foi elaOnde histórias criam vida. Descubra agora