Faz quase 40 minutos que a Lila está tentando trazer o Léo até nós. Mas nada parece adiantar. A médica pediu pra ela andar um pouco porque talvez ele não tenha descido pro canal, mas ela estava muito mal. Estava sem força alguma pra ficar em pé. Ou pra por mais força. Marilia estava pálida, e sua pressão começou a subir provavelmente pelo nervosismo.
– Tudo bem, Marilia. Tá tudo bem! – A médica disse – Os batimentos do seu bebê estão ótimos. Não tem com o que se preocupar. Tá tudo bem demorar, acontece em muitos casos.
– Eu preciso de uma anestesia. Eu quero uma cesárea. – Ela pediu – Por favor. Eu não consigo mais.
– Você tem certeza? – A médica perguntou.
– Tenho. Por favor.
– Vou preparar a sala. – Ela assentiu.
Marilia olhou pra minha irmã chorando, e ela segurou o rosto da loira.
– Desculpa...
– Minha vida, tá tudo bem! – Ela disse – Tudo bem! O que importa é o nosso bebê vir saudável. Ok?
– Eu te amo.
– Eu te amo.
Não sei quantos minutos se passaram, mas conseguiram uma sala, e tanto eu quanto dona Ruth poderíamos entrar. Marilia estava pronta já, agora mais calma por estar sem dor, e podendo enfim respirar. As vezes a gente idealiza o parto perfeito, achamos que tudo vai acontecer como combinamos, e que vai tudo ser perfeito.
Mas nos esquecemos de que não mandamos em nada. Na verdade, o serzinho tão pequeno que habita em nós é quem manda. Mas no final, tudo vai sempre acabar bem, porque você vai ter seu bebezinho do seu lado, não vai importar o processo, você só vai querer saber do resultado.
Logo os médicos iniciaram o procedimento de cortar as camadas da barriga, enquanto minha irmã segurava a mais de Marilia e sussurrava alguma coisa pra loira que se acalmava ouvido. Isso só mudou quando os médicos finalmente tiraram o Léo e ele começou a chorar. Minha irmã foi até lá pra cortar o cordão, e logo colocaram o Léo pertinho da Marilia.
Não podíamos chegar perto, então mal dava pra ver ele, mas eu conseguia ver as expressões de felicidade das meninas. Eu estava muito emocionada, não parava de chorar por nada, e nem a dona Ruth que estava do meu lado.
– Oi meu amor. – Marilia disse – Oi, minha vida. – Tocou seu rostinho.
– Você é tão perfeito. – Minha irmã falou enquanto segurava o pequeno pra que Marilia visse.
O fotógrafo estava ali, registrando cada momento. Logo levaram Léo pra ser examinado e vestir a roupa, e nós saímos pra Marilia terminar os procedimentos. No finalzinho a pressão dela deu uma caída, a médica disse ter sido pelo esforço que ela fez. Então ficamos mais tranquilos.
Saímos indo pro quarto, e Maraisa ainda estava com o Léo em algum lugar do hospital. Dona Ruth disse que precisava ir resolver um negócio, então só ficou eu no quarto. Bruno tinha me lotado de mensagens, assim como a Luisa.
Ligação•
– Nasceu! Ele nasceu!
– Mentira!
– A Marilia tá quase voltando pro quarto.
– Ué, não foi normal?
– Não. Ela estava sem dor até a bolsa estourar, e depois veio de vez, ela mal respirava e já tinha outra vindo. Ficou uns 30 minutos na fase de expulsão mas optou por anestesia.
– Tadinha. Mas tá tudo bem né?
– Sim, ela só tá muito cansada. Mas tá bem.
– Que bom.
– Cadê minha princesinha?
– Tá dormindo. Ela disse que estava com soninho, e dormiu, tá aqui grudada na Luisa.
– Não tá te dando trabalho, tá?
– Trabalho? Não, claro que não. Eu dou mais trabalho que ela, Maiara. Sua filha é um anjinho.
– Quando ela acordar fala que eu tô com saudades e que eu amo ela.
– Pode deixar. Agora eu vou indo, acho que ela vai acordar logo. O que ela não pode comer?
– Ah, não tem nenhuma restrição assim. Mas eu não costumo dar besteiras pra ela. Então cê pode fazer uma vitamina, ou um suco e dar com algum biscoito. Ela ama o de queijo. E pode dar fruta, ela come qualquer uma
– Tá bom, Mai. Qualquer coisa me liga. E pode deixar que a gente cuida bem da sua princesinha.
– Eu sei amigo, e obrigada por isso.
Ligação •
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Sempre foi ela
FanfictionAtenção⚠️: Essa é só mais uma história fictícia, e completamente autoral! Almira criava Maiara e Maraisa numa bolha, não podiam ter amigos meninos, não podiam sair com meninos, nem levá-los pra casa. Até Maiara convencer ela, a deixar a mesma n...