Capítulo 85

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   Em um determinado ponto da leitura, vou pedir pra que vocês soltem uma música, ok? Assim a experiência ficará melhor.
saturn •
Esse é o nome da música. O cantor só incia a letra, no minuto 02:47, então, qualquer coisa, vocês pulam um pouco, ok? Mas indico ouvir ela toda, a energia dos instrumentos no início da música, é, surreal. Mas fica a critério de vocês! Besos e, bom último capítulo 🤍✨

    O pior dia do luto não vai ser o enterro, ou o dia do aniversário; o pior dia do luto é um dia qualquer, um dia comum como qualquer outro. O pior dia, é aquele que você tá vivendo sua vida "normal" e sente vontade de contar algo pra aquela pessoa mas é esmagada pela dor de não tê-la mais aqui. Esse é o pior dia do luto. Quando você se esquece que aquela pessoa se foi, entra no quarto dela pra pedir opinião de uma roupa, ou de uma maquiagem; esse é o pior dia.

    Eu nunca vou esquecer do dia que recebi a nota de um trabalho super difícil que fiz na faculdade. Foi na segunda, a titia me levou pra faculdade, me buscou e eu vim super empolgada.

    Flashback on •

    – Como foi o trabalho? – Tia Maraisa perguntou curiosa.

    – Tirei nota máxima!

    – Tá brincando! – Neguei mostrando o papel pra ela – Meu Deus! Você é incrível, você sabe disso né? – Ela me abraçou.

    – Eu estava tão nervosa. Achei que não ia conseguir falar nada.

    – Eu sempre soube que você conseguiria! – Olhei pra ela – Eu tô orgulhosa de você!

    – Obrigada, titia!

    Fomos pra casa empolgadas falando sobre isso, tia Marilia me parabenizou, Léo também, e eu subi empolgada pro quarto da mamãe. Na minha cabeça ela estava lendo, ou mexendo no notebook. Por um milésimo de segundo eu esqueci.

    – Mamãe eu...

    Entrei no quarto da mamãe, mas me toquei assim que vi sua cama. Ela estava arrumada, sua penteadeira estava arrumada, com apenas alguns quadros em cima, varanda fechada, cortinas, porta do banheiro fechada; toda a empolgação passou. O vazio tomou conta novamente. Eu desci as escadas com o trabalho nas mãos, e assim que cheguei na sala paralisei. Ninguém notou minha presença. Minha visão embaçou pelas lágrimas, tentei falar mas nada saía da minha boca.

    – A mamãe morreu! – Finalmente falei.

    Minhas tias se viraram confusas, Léo continuou sentado, mas me olhava como quem perguntava se eu estava drogada.

    – Eu esqueci. Fui mostrar a nota... – uma lágrima caiu – eu esqueci. A minha mãe morreu! – repeti.

    Tia Marilia se aproximou sabendo que havia algo de errado.

    – A mamãe... – as folhas do trabalho caíram no chão como penas. E em um ato sincronizado eu caí de joelhos no chão.

    – Eii?? – Tia Marilia me abraçou – Meu amor. Respira! Calma.

    – Como eu esqueci? – Perguntei chorando.

    Os olhos da tia Maraisa pareciam pedir socorro. Eu conseguia ver a dor em seu olhar, conseguia quase tocar na sua angústia. Eu olhei pra ela, me soltei da tia Marilia, e fui até a morena. Assim que me aproximei, agarrei ela em um abraço, e senti ela reprimir o choro.

Sempre foi elaOnde histórias criam vida. Descubra agora