Capitulo 78

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    As crianças estavam ainda na piscina, e eu estava na cozinha com a Letícia fazendo alguma coisa pra eles dois comerem depois de ter tomado banho, e tirado todo o cloro do meu corpo. As meninas tinha ido tomar banho, e provavelmente dormiram depois. Fiz sanduíche natural que é uma das coisas que eles mais amam, e eu também não estava a fim de fazer algo mais trabalhoso. Assim que preparei os sanduíches coloquei na bandeja e coloquei copos de suco também.

    – Mamãe, com quantos anos cê acabou a escola mesmo? – Pensei um pouco.

    – 16. Era pra eu acabar com 15, mas é isso que dá quando você faz aniversário no fim do ano.

    – Me sinto incrível, com 16 anos já acabei a escola e tô na faculdade. – Isabella jogou os cabelos pra trás.

    – Como você é metida! – Léo disse.

    – Falando nisso, tenho uma apresentação na semana que vem. É do ballet. Eu vou fazer um solo, tô muito ansiosa. – Ela falou enquanto saía da piscina junto com Léo pra comer.

    – Solo? Caraca. Mandou bem. – O menino falou.

    – É, eu sei. – Toquei seu nariz.

    – A mamãe vai estar lá. Mas se algum imprevisto acontecer, suas tias vão estar!

    Isabella me encarou me repreendendo, e eu olhei pra ela confusa.

    – Quê que foi? Imprevistos acontecem. – Falei com naturalidade – Você não vai ter mamãe pra sempre. É o ciclo, lembra?

    – Mamãe, eu odeio quando fala assim. – Ela bebeu o suco – Ninguém vai morrer! Você vai me ver casar, ter filhos, vai me ver formando em direito, e eu vou cuidar de você mesmo quando você estiver velhinha e gagá.

    – Acho que a titia não vai ficar gagá não. – Léo falou – Você não ouve o que as pessoas falam?

    Franzi o cenho.

    – O que as pessoas falam? – Perguntei.

    – Que você, a mamã e a mamãe são uma das pessoas mais ricas do mundo. Elas ficam exaltando vocês o tempo todo. As gêmeas de QI alto, e não sei o quê. – Ergui as sombrancelhas.

    – Jura?

    – Mamãe, eles sempre falam que vocês são as filhas dos casais mais ricos, e reconhecidos que são donos das maiores empresas, e blá blá blá. E quando o avô do Léo morreu só falavam nisso. – Dei risada pela cara de tédio dos dois – Mamãe, me pararam pra tirar foto porque sou filha e sobrinha das filhas dos Henrique Pereira, e Mendonça!

    – É chato né? – Ela assentiu.

    – Ah, as vezes cansa, mas é legal. Eu gosto quando falam de vocês, só não gosto quando falam dos meus avós. – Léo concordou.

    – A gente tem orgulho de vocês. Deles não. – Ele falou dando de ombros.

    Acho engraçado como eles falam dos avós, eles nunca fizeram questão da presença deles porquê assim como nós, eles odeiam o tipo de pessoa que só dá presentes, mas não dá carinho, ou atenção. E nem podem dizer que fomos Maraisa, Marilia, e eu que ensinamos. Eles cresceram, viram o que realmente aconteceu, e decidiram por si só. Já com Bruno e Luisa, é totalmente diferente. Eles estão sempre por aqui, os filhos também. Bruno casou e adotou um menino que hoje tem 13 anos, e a Luisa tem gêmeas. Elas são as coisas mais perfeitas do mundo, são loirinhas, olhos verdes como os do marido da Luisa, e têm 2 aninhos.

    – A gente podia sair pra jantar hoje né? – Léo perguntou.

    Dei de ombros antes de responder.

Sempre foi elaOnde histórias criam vida. Descubra agora