Capítulo 65

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    Minha irmã ainda estava na empresa, – fazem quase 3 horas – sabella conversando com a Marilia, enquanto eu ajudava a loira a terminar a bolsa do Léo pra maternidade. É bom viver isso de novo, a sensação é perfeita. É uma ansiedade boa, você sente mil coisas ao mesmo tempo, mas não deixa de se sentir ansiosa e feliz ao mesmo tempo.

    – Amiga isso aqui cê nem leva muito, porque eles não usam. – Falei de algumas peças desnecessárias.

    – As rosquinhas chegaram, cê viu? – Assenti.

    – Maraisa falou comigo.

    Logo ouvimos o barulhinho do elevador, e minha irmã entrou com uma caixinha de carregar cachorro. Eu franzi o cenho, mas logo me toquei. Ela provavelmente comprou o cachorro que a Isabella falou hoje mais cedo, do jeito que ela a Marilia são, eu não duvido que tenham combinado.

    – Isabella? Tenho uma surpresa! – Ela disse colocando a caixa no chão.

    – Surpresa?

    – Sim! Vem aqui pra titia te mostrar. – A pequena desceu da cama, e correu até minha irmã que estava sentada no chão.

    Maraisa segurou a pequena que sentou entre suas pernas, e abriu a portinha da caixa tirando um pequeno cachorrinho de lá. Ele era lindo, pelos branquinhos e que deixavam ele igual um ursinho. Ele era pequenininho, e provavelmente não vai crescer muito, Isabella olhou pra mim com as mãozinhas na boca em surpresa, e depois que eu sorri pela sua felicidade ela agarrou a tia.

    – Um cachorrinho! – A pequena comemorou – Obrigada, titia. Obrigada! – A pequena deu beijinhos no rosto da minha metade, e depois se virou pro cachorro.

    – De nada meu amor. – Beijou sua testa – Olha, cuidado porque ele é muito pequenininho.

    – Qual o nome cê vai dar pra ele, Isa? – Marilia perguntou.

    – Luck.

    – Que lindo! Amei!

    A pequena começou a tentar fazer o cachorrinho brincar, já que ele parecia tímido ainda. Mas logo passou, Isabella pegava os brinquedinhos que Maraisa tinha trago, e jogadava pro Luck ir buscar e trazer de volta.

    – Vocês vão estragar essa menina. Meu Deus! – Levei as mãos no rosto.

    – Não consigo ver ela pedindo nada, você sabe. – Minha irmã falou.

    – Esperem pelo menos uns dias, não quero que ela cresça achando que é tudo no tempo dela. – Olhei pras duas – Vocês são tias, e não fadas madrinhas pra ela pedir coisas e vocês comprarem imediatamente.

    – Sua besta.

    – O Léo tá vindo, cês vão ver só. – Eu falei e Marilia saiu sorrindo indo pro banheiro.

    A loira fechou a porta, e eu voltei a arrumar as coisas, dessa vez, com a minha irmã me ajudando. Já estava tudo certinho, mas algumas coisas estavam pra passar, e estamos colocando na bolsa só agora.

    – Caramba, eu tô muito ansiosa. Eu nem durmo mais. – Minha irmã disse.

    – Se eu fosse você tentaria. Cê viu como foi com a Isabella no começo.

    – Eu tenho sorte de ter experiência graças a Isabella. Se não estaria louca. – Assenti.

    – Mas não muda o fato de você ser mãe de primeira viajem. – A porta se abriu, e a loira me encarou – Quê que foi?

    – Como cê soube que era sua bolsa, e não xixi?

    – Porque além de eu estar com dor, nunca parava de sair líquido. – Ela assentiu e olhou pra água que caiu no chão.

    – Ah, ok. Acho que eu já posso entrar em desespero!

    Nos levantamos rápido indo em sua direção assim que sua expressão mudou com uma possível contração. Acho que ela se assustou porque a minha só rompeu horas depois de eu começar a ter contrações. Mas agora literalmente sabemos que cada gravidez é de um jeito, do início ao fim.

    – O que eu faço? – Ela me olhou assim que me aproximei.

    – Fica calma e vai pro banho. Eu vou ligar pro Bruno vir buscar a Isabella, e pra sua médica.

    – Liga pra dona Ruth também. – Minha irmã disse e eu assenti.

    Até que eu estava calma dessa vez. Liguei pro Bruno, pra médica e pra tia Ruth que disse que iria direto pra maternidade. Marilia estava tentando trocar de roupa, mas a cada minuto ela sentia uma contração. Estava tendo pouco intervalo, e durando muito tempo.

    – Quando você começou a sentir dor de verdade? – Eu perguntei ajudando ela a se vestir enquanto minha irmã tomava banho.

    – Depois do almoço. Mas achei que ainda eram de treinamento. – A repreendi com o olhar – Cê acha que ele já tá vindo?

    – Sim. Sem dúvidas. – Olhei pra ela – Não se preocupa, vai dar tempo de chegarmos ao hospital! Ok?

    – Tô entrando! – Bruno falou e eu disse que ele poderia entrar, já tinha vestido a loira. – Cadê a minha princesa??

    – Tô aqui! – Isabella falou correndo até o Bruno – Olha, titia me deu um auau.

    – Que lindo. Vamo pra casa do tio? A tia Luisa também tá lá. E você pode levar seu auau. – A pequena me olhou.

    – Pode ir meu amor, a mamãe busca você antes de ir dormir, tá? Eu prometo dormir com você. – Beijei ela.

    – Te amo, mamãe.

    – Te amo, minha vida.

    Bruno se despediu e Isabella se despediu de Marilia também e da minha irmã que logo saiu do banheiro. Marilia já estava aos prantos pela dor. Ela estava tendo intervalos de 40 segundos, e contrações de 1 minuto. Levamos tudo pro carro, o motorista já estava nos esperando, e então seguimos rumo ao hospital.

    – Caralho, Maiara como cê aguentou isso quase 24 horas? – Perguntou no intervalo de uma contração.

    – Essa é uma boa pergunta.

    – Aí tá vindo outra! – Apertou nossa mão – Meu Deus, eu não aguento mais. – Uma lágrima molhou seu rosto.

    – Vida, respira. – Limpou sua lágrima – Calma!

    O caminho até o hospital foi um caos, Marilia não estava nem conseguindo descansar. Nem chegou no momento de expulsão e ela já estava ficando fraca. Chegando no hospital ela foi direto pra sala de atendimento pra ver a dilatação. Eu estava mal por ela, o exame de toque é muito desconfortável no final, porque você já tá tão sensível, que tudo dói. A loira se contorcia de dor tanto pelas contrações, quanto pelo exame.

    – Você tá com 10 centímetros.

    – Como foi tão rápido?

    – Você é uma mulher de sorte. Vira e mexe acontece das mulheres não fazerem nada e chegar aqui assim. O nosso corpo é uma caixinha de surpresa!

    – Tá vindo outra.

    – Você pode fazer força tá? Respira, e se prepara. – Ela assentiu.

    Todas estávamos nervosas, não imaginamos que seria tão rápido assim. Marilia se preparou ao sentir outra contração, e forçou na primeira tentativa do momento de expulsão.

    – Tudo bem, você tá indo bem. Se prepara pra próxima! – Marilia assentiu respirando.

    – Tô aqui com você! – Minha irmã sussurrou aproximando sua testa na de Marilia, fazendo a loira lhe dar um selinho, e sorrir enquanto controlava a respiração.

    Algo me diz que isso não vai ser tão rápido quanto estamos pensando...

Sempre foi elaOnde histórias criam vida. Descubra agora