Capitulo 23

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        O quarto da Isabella tá finalmente sendo finalizado e eu estou ficando louca de amores. Ele tá do jeitinho que eu imaginei, talvez até melhor. Entrei nas 36 semanas e estou surtando. Andar me deixa com falta de ar, falar me deixa com falta de ar, os chutes doem, minhas costas não prestam mais, meus pés parecem pães, e juntando isso tudo com a minha ansiedade de ver ela logo, não tá sendo tão legal.

    Óbvio que a gravidez é mágica, pelo menos pra mim tá sendo. No começo foi ruim, óbvio, por tudo que tinha acontecido, mas depois que aceitei, me senti leve. Não tive trabalho nenhum, além dos enjôos iniciais, mas depois disso foi tranquilo; até chegar na reta final. Depois daquela crise de dor, não voltei a trabalhar, minhas irmãs não deixaram. A Maraisa trabalha, e a Marilia fica em casa comigo.

    Ultimamente minha barriga tem pesado muito. Fora a autoestima, que no fim da gestação tá horrível. Mas as meninas sempre fazem alguma coisa pra eu me sentir melhor.

    – Meu Deus, essa garota pesa muito. – Resmunguei me sentando no sofá, ao lado de Marilia. Ela estava prestando atenção no celular a sua frente, nem sei como não se assustou.

    – Mas já acordou, pequena? – Marilia perguntou me puxando pra mais perto.

    – Adivinha? Eu vou no banheiro a cada 5 minutos, não dá pra dormir. – Marilia sorriu – E ela também está bem animadinha hoje, resolvi levantar.

    – A sua irmã foi no shopping, disse que voltaria logo. Mas já fazem quase 2 horas e ela não volta, deve estar comprando o shopping inteiro. – Marilia falou, me fazendo sorrir alto.

    – Quem? A Maraisa? Você tá sonhando.

    – Você vai ver, se ela não vai chegar com um tanto de sacola pra Isabella.

    Assim que Marilia fechou a boca, ouvi barulho de carro, e em seguida Maraisa entrou com algumas sacolas nas mãos. E todas, literalmente todas, eram de lojas de bebê.

    – Meu Deus, o que é isso tudo?

    – Eu sei que a gente combinou de não comprar mais nada por agora, mas eu não resisto. – Falou fazendo biquinho – Irmã, eu não consigo resistir a roupinhas de bebê. Eu compro e fico imaginando ela dentro, não consigo resistir. Desculpa!

    Marilia, Maraisa, e eu, combinamos de não comprar mais nada até o enxoval chegar. Porque ele ainda nem chegou, e a Isabella já tem roupa pra doar, e vender; e ainda sobra. É sempre a mesma coisinha, elas olham, gostam, se derretem pela roupa, e compram.

    – Eu cansei. Andei por quase 2 horas.

    – Quando é o próximo ultrassom, nanica? – Marilia perguntou.

    – Acho que hoje. Eu preciso confirmar.

    – É hoje, Maiara. E eu já confirmei. – Maraisa falou da cozinha.

    Uma coisa que também tem me deixando louca, é esquecer dar coisas. As vezes estamos conversando sobre alguma coisa, e eu me distraio com um chute da Isabella, e esqueço o que estava falando.

    – Eu pareço uma idosa, de 90 anos com a memória e as costas falhando. – Resmunguei erguendo minha blusa – E as suas tias ficam rindo da mamãe, filha. Parecem duas palhaças.

    As meninas se aproximaram, ambas acariciando minha barriga

    – Princesinha, deixa eu te dar uma notícia. Teu nome é Isabella. E você não é da realeza. – Marilia começou a sorrir – Quando você nascer, não procure pelo povo real não, viu?

    – Idiota! – Resmunguei rindo.

    – Mas a gente é legal, você vai gostar da gente. – Marilia olhou pra mim – Sua mãe eu não garanto muito não, mas é sua mãe né, a gente têm que respeitar.

Sempre foi elaOnde histórias criam vida. Descubra agora