Capítulo 35

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    Minha irmã e a Marilia só podem estar loucas. Meu celular não para de chegar mensagem desde que vi o que estava acontecendo. Eu não sabia o que fazer, não sabia como reagir a mais uma exposição. Bruno parece estar surpreso, ele não sabia. Na verdade, ninguém sabia além de mim, e dos pais da Marilia.

    Minutos antes

    – Baixinha, a Marilia e a Maraisa estão namorando? – Engoli seco.

    – Por quê? – Bruno me virou o celular, e eu peguei pra ler a matéria

    "Marilia Mendonça, e Maraisa Pereira foram vistas aos beijos nessa tarde, em uma loja dentro do shopping. Fontes afirmam, que Marilia foi a uma loja de joalheria a 2 dias atrás, e comprou um anel caro, de ouro branco. E o anel estava na mão da herdeira dos Henrique Pereira. Casal novo na área, vejam as fotos. "

    Em uma elas estavam se beijando, em outra estavam com as mãos entrelaçadas. Eu fiquei sem reação, não consegui responder Bruno. Só peguei o celular e liguei pra minha irmã.

    Agora

    – Como essas, duas idiotas, deixam isso escapar assim? – Perguntei irritada – Meu Deus!

    – Então é sério mesmo?

    – Sim, amigo. Mas ninguém sabia, só eu e os pais da Marilia! Minha irmã ficou com medo, e daí elas não contaram pra ninguém. – Me levantei da poltrona pra colocar a Isabella na cama.

    – Elas chegaram!

    Respirei fundo, e contei até 10 umas mil vezes. Eu estava com raiva, muita raiva. Elas foram irresponsáveis, e isso vai ter consequências. Se elas queriam ter algo no off, precisavam ter tomado cuidado, ou realmente, nunca daria certo.

    – Vocês, são burras, ou o quê? – Gritei.

    – Para de gritar, você vai acordar sua filha!

    – Caramba, vocês só tinham que fazer uma coisa; não se beijarem em público! E o que vocês fizeram? – Olhei pro Bruno.

    – Se beijaram em público!

    – Muito obrigada, Bruno! – Ele sorri, mas eu volto a olhar pra Maraisa e Marilia.

    Minha irmã da de ombros, mas estava aparentemente nervosa, seu rosto sempre fica vermelho quando está nervosa, ou com raiva. Ela foi até a cama, e pegou a Isabella.

    – Acontece.

    – Não, Marilia! Não acontece! Se queriam que ninguém soubesse, precisavam tomar cuidado!

    – A gente não pode viver numa bolha! – Marilia falou.

    – Não fale sobre bolhas! Fui criada em uma a minha vida toda. – Respirei fundo.

    – Eu não quis dizer isso, é só que... Olha pra ela! – Apontou pra minha irmã, que estava quieta e afastada de nós com a Isabella no colo – Os seus pais fizeram isso! Quando alguma coisa acontece, ela nem sabe como reagir, Maiara. Ela se isola, e não fala com ninguém. Eu não fiz isso de propósito, mas isso vai fazer ela sair do esconderijo que você chama de bolha. Vocês vão fazer 18 anos, você tem uma filha, e aprendeu a lhe dar com coisas externas. Mas a sua irmã não! Ela sabe se defender, eu sei que sabe. Mas não sabe lhe dar com os sentimentos e isso é horrível. Vocês passaram a vida dependendo dos pais de vocês, mas isso mudou agora! Ok? Somos nós, por nós mesmas. E vamos lhe dar com isso juntas.

    – Tudo bem. Mas isso não vai ser fácil.

    – Eu sei que não, mas a gente vai conseguir. Agora preciso que me ajude a fazer ela falar. – Olhei mais uma vez pra minha cópia que parecia nem nos ouvir.

Sempre foi elaOnde histórias criam vida. Descubra agora