Capítulo 71

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    A Isabella está louca pra fazer ballet; ela viu em um desenho e agora quer porque quer fazer ballet. E aqui estou eu a procura de uma escola de ballet que aceite uma criança de 2 anos e 10 meses. E falando em ballet, não consigo me esquecer da primeira apresentação da Isabella na escola, foi tão lindo. Tudo quase deu errado, mas demos um jeitinho.

    Flashback on •

    Léo estava doente pela mudança de clima, e hoje seria a apresentação de dia das mães na escola da Isabella. Ela já estava arrumadinha, assim como eu, e as meninas. Mas Léo não parava de chorar nem um segundo, ele estava um pouco febril e só queria ficar no colo.   

    – Filho, olha pra mamãe! Calma. – Minha irmã começou a conversar com o pequeno que mal entendia o que ela falava – É meu amor, tá tudo bem. Não precisa chorar.

    – Cês não precisam ir. Fiquem aqui com ele.

    – Não! É óbvio que a gente vai. – Maraisa falou.

    – Ele tá chatinho. – Insisti.

    – Vou dar mamar pra ele no caminho e ele vai melhorar. Agora vamos se não a gente se atrasa.

    Flashback off •

    Em uma das nossas conversas antes da Isabella nascer, as duas prometeram estar em todas as apresentações dela. E agora vejo que elas realmente querem fazer isso, custe o que custar. Fomos pra escola mesmo com o Léo chatinho, e vimos a apresentação da Isabella da primeira fileira. Foi tudo tão perfeito, ela estava igual uma princesinha.

    Batidas na porta me fizeram tirar o foco da tela do computador, e quando olhei pra porta vi que era a minha irmã.

    – A Isabella acordou?

    – Não. Mas a Marilia tá chamando você. Ela disse que precisa conversar com a gente agora. – Sua voz saiu normal, não parecia nervosa, nem triste. Então eu assenti e fui até ela pegando o Léo que começou a mexer as perninhas e bracinhos pra eu pegar ele.

    – Você é perfeito sabia? – Beijei seu rosto – Titia te ama! – Ele sorriu e começou a balbuciar mamãe. – Larga a sua mãe por 5 minutinhos.

    – É que eu amo a minha mamã titia. – Maraisa falou pegando o Léo que deitou no seu ombro – A gente percebeu que ele tem medo de elevador. Acho que essa sensação de quando o elevador para, da um medinho nele.

    – Caramba, você jura? – Perguntei assustada – Tadinho.

    Logo chegamos no quarto, minha irmã colocou o Léo na cama pra brincar com alguns brinquedos que estavam ali, e eu me sentei ao seu lado também. Marilia estava na nossa frente, e sua cara não era nada boa.

    – Ontem eu recebi uma ligação da minha mãe. – Ela nos olhou – Ela disse que a mãe de vocês tinha piorado, e que foi internada.

    – Marilia, eu já disse que não quero saber sobre esse mulher. – Minha irmã falou irritada.

    – Eu sei, mas eu não tive opção. – Engoli seco – A mãe de vocês morreu. Hoje. Às 08 da manhã.

    Admito que senti uma pontinha de vontade de chorar. Por mais que ela tenha feito eu passar por coisas horríveis, ela era a minha mãe.

    – Era só isso? – Maraisa perguntou sem esboçar reação alguma.

    – Carla! – Marilia repreendeu.

    O coração que mais sangra, é aquele que fingi ser de ferro.

    – Qual foi, Marilia! Achou mesmo que iria chorar por aquela mulher? – Maraisa negou – Ela fez um inferno na vida da gente.

Sempre foi elaOnde histórias criam vida. Descubra agora