Capítulo 64

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    As coisas passam tão rápido, que nem notamos as mudanças. Em meses tudo mudou demais. Isabella fala mais coisa que eu, Marilia e Maraisa juntas. Esse ano estou resolvendo as coisas pra por ela na escola, ela é bem novinha, mas é inteligente demais, e as meninas me convenceram a por ela na escola. Marilia ta no últimos mês de gravidez, e tá a coisa mais linda do mundo.

    A gravidez da loira foi bem leve. Não sei se por terem planejado foi mais "fácil" ou se é porque Marilia tem o apoio de todo mundo, incluindo dos pais. O quartinho do Léo tá lindo, o enxoval já chegou, e tá tudo arrumado. A gente literalmente, só tá esperando ele vir. Isabella lhe deu bem com isso, ela costuma conversar com a barriga da Marilia, e perguntar se ele já vai nascer.

    As meninas desistiram das faculdades, e agora o foco é a empresa. Marilia saiu pela gravidez, ela queria aproveitar cada minuto, e minha irmã pelo tratamento. Ultimamente a energia dela tá pouca, os cansaços são maiores, e acontecem por qualquer tipo de esforço, incluindo andar de um cômodo pro outro. Mas com todos os medicamentos ela tá lhe dando bem com isso.

    – Leozinho, cê não vai sair daí mais não? – Falei acariciando a barriga da Marilia, e sentindo os movimentos do pequeno. – A titia quer conhecer você.

    – Vou começar a cobrar aluguel. E com juros. – Marilia respondeu.

    Léo era quietinho, mas se animava quando falávamos com ele. E aqui, agora, sentindo os movimentos dele, eu consigo me lembrar do exato momento que descobrimos que seria o Léo. Estava todo mundo uma pilha de nervos, enquanto uma cerimonialista lia uma carta. Ela começou falando sobre o neném, e por fim confetes azuis surgiram junto as fumaças em cor azul. As meninas se abraçaram chorando, e depois me envolveram no abraço também. Era incrível viver esse suspense de novo.

    – Deixa o bebezinho de mamãe quieto. – Minha irmã apareceu com a Isabella no colo – Mas cê já pode vir, eu não aguento mais sua mãe com desejo.

    – Vou brigar com a sua mãe, Léo. – Marilia falou.

    – Deixa eu falar com ele, deixa eu falar com ele. – A pequena pediu afastando a gente – A titia vive reclamando de dor nas costas, você vai sair quando? Já demorou um tantão.

    A Isabella tem um humor incrível. Nenhum de nós três aguentamos, caímos na risada e ela olhou pra a gente sem entender.

    – Ô lindeza, de mamãe. – Apertei as bochechas dela – Vamo almoçar, você tá com fominha né?

    – Uhum. – Veio pro meu colo – Mamãe, eu quero um auau.

    – Eeh, é mesmo? – Ela asssentiu saindo do sofá.

    – Desse tamainho assim olha – mostrou com as mãos.

    – Você quer como, princesa?

    – Igual um ursinho, titia. – Marilia pegou o celular e mostrou um Spitz Alemão. – Esse!

    – Esse cachorro custa quase 10 mil reais. – Eu disse.

    – Você pode me dar um, mamãe? – Ela me olhou.

    – A mamãe vai pensar!

    – Tudo bem. – Ela pegou minha mão – Vamo almoçar, o Leozinho tá com fome. Né Leozinho? – A pequena acariciou a barriga da loira.

    – Ah é o Léo é? Você não? – A pequena correu indo pra cozinha.

    A Isabella é um toquinho, provavelmente não vai crescer muito, mas é a criança mais bonita do mundo. Acho ela muito parecida comigo, graças a Deus não parece com o traste do pai dela. Ele não é feio, mas não queria olhar pra ela e me lembrar da pessoa que mais nos fez mal. Diferente do que eu imaginei no começo, a Isabella não me faz lembrar dele, na verdade, ela me faz esquecer dele.

Sempre foi elaOnde histórias criam vida. Descubra agora