Capitulo 22

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    Maiara continuava dormindo, realmente estava extremamente cansada. Levantei por sentir fome, mas tomei o máximo de cuidado possível pra não acordar ela. Assim que levantei, também senti a falta da Marilia na cama. Provavelmente já tinha levantado a um tempo. E eu, fiz o mesmo. Cobri a minha irmã, já que o ar estava muito alto e ela estava geladinha.

    Desci até a cozinha em passos cuidadosos pra não assustar a Marilia, que, provavelmente estava na cozinha. Da sala já conseguia ver ela; que estava de costas pra mim, mexendo alguma coisa no fogão. Me aproximei um pouco, e me escorei na parede que dava acesso a cozinha e fiquei observando ela. Talvez por muito tempo, já que despertei do transe, com a Marilia me chamando.

    – Onde você estava? – Balancei a cabeça – Pelo jeito no mundo da lua. Meu Deus.

    – Do que tá falando?

    – Você estava me observando, me assustou, sabia? – Se virou novamente.

    – Te observando? – Neguei – Óbvio que não.

    – Tá bom, Maraisa. – Soltou o ar.

    – O que está fazendo?

    – Bolo pra sua irmã. Ela falou que estava com vontade de comer red velvet. E descidi fazer. – Deu de ombros – Não sei se vai ficar bom. Mas vou tentar.

    – Precisa de ajuda? – Assentiu, enquanto eu amarrava meu cabelo em um rabo de cavalo alto.

    – Sim. Por favor.

    Marilia parou por uns segundos, me observando prender o cabelo, e senti minhas bochechas ficarem quentes.

    – Por que tá me olhando assim?

    – É... E-eu só estava pensando. – Desviou o olhar – Eu preciso cortar o bolo pra por ali; – Apontou pra vasilha grande que era redonda – vamos fazer ele prensado, sabe?

    – Ah, sim. Claro. Já fez o recheio?

    – Fiz, está esfriando ali na mesa! – Apontou pro móvel de vidro no meio da cozinha.

    Amo essa cozinha. Ela me traz uma sensação boa, até me dá vontade de cozinhar; mesmo que eu não saiba nada. Cada pedaço da cozinha foi planejado, de um lado tem um balcão com alguns bancos, tem uma mesa gigante de mármore branco, enquanto as cadeiras de madeira tem um grande destaque por serem pretas e, acolchoadas.

    Do outro lado tem os móveis por medida, fogão embutido e assim como a geladeira, os móveis tinham uma cor branca, e do lado direito uma divisão que tinha a máquina de lavar. Eu moraria nessa cozinha.

    – Me ajuda com o recheio? – Assenti.

    Marilia e eu cortamos o bolo em camadas iguais, e conforme íamos colando na vasilha, colocamos o recheio. Por fim ele foi pra geladeira. Nós estávamos sujas com o recheio, a cozinha estava uma bela bagunça. Olhei pra mesa, e ainda tinha um pouco de chantilly que a Marilia fez pra por no bolo depois, e tive uma ideia engraçada.

    – Bom, agora só precisamos esperar um tempinho, e depois a gente faz alguma coisa por cima. Agora vou... – Antes dela terminar de falar, sujei meu dedo no chantilly e passei no nariz dela – A você não fez isso!

    Antes que eu me virasse pra sair, Marilia segurou meu braço, me fazendo ficar perto demais dela. Seus olhos eram tão lindos, e hipnotizantes. Não sei como não observei isso antes. Seus olhos se prenderam nos meus, e eu senti coisas que nunca pensei que sentiria pela Marilia. Seu olhar desceu até a minha boca, e consequentemente, fiz o mesmo.

    – Me desculpa por isso. – Marilia sussurou.

    A nossa distância acabou. Marilia juntou nossos lábios com pressa, como se necessitasse tanto daquilo, quanto de ar pra respirar. Paralisei quando senti sua língua pedir passagem, mas cedi em seguida; já tínhamos começado, porque eu pararia justo agora? Eu sentia uma corrente elétrica passar por todo meu corpo. Eu me perguntava o tempo inteiro por que nunca tinha feito aquilo. Perdi tempo demais sem esse beijo.

Sempre foi elaOnde histórias criam vida. Descubra agora