Capítulo 74

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    Nas últimas 4 horas e meia Marilia foi em casa amamentar o Léo, eu fui ver a Isabella e explicar pra ela porque eu tinha que sair, e voltei pro hospital. Nas últimas 4 horas, não comi, ou bebi alguma coisa, nem se quer conseguir afastar minha cabeça do que tá acontecendo. Marilia estava do meu lado, e eu estava apoiada nela, até ver uma moça se aproximar e eu me levantar.

    – Tá tudo bem. – Soltei o ar que nem sabia que estava preso – A cirurgia acabou faz 30 minutos, ela ficou nos pós operatório, e já vai vir pro quarto, ok?

    – Obrigada! – Sorri e abracei Marilia depois que ela saiu.

    Não passaram nem 5 minutos e ela já estava no quarto. O cirurgião também veio pra conversar com a gente, e explicar algumas coisas.

    – Ela tá bem. Deu tudo certo. Agora é só se recuperar. Ela fica aqui na UTi por alguns dias, até poder ser liberada pro quarto normal, e depois pra casa. Isso pode levar de 7 a 14 dias. – Assentimos – Temos que evitar que pessoas doentes cheguem perto dela, evitar que ela sinta frio em excesso, e manter uma alimentação equilibrada.

    Ele nos disse outras coisas sobre o cuidado, e se retirou em seguida. Ela acordou meio grogue, mas voltou a dormir em seguida. E provavelmente vai dormir nas próximas horas. Mas agora podemos dizer o quão aliviadas estamos porque finalmente essas crises vão acabar. Esperamos que ela se recupere bem, e que não surte por descobrir que vai passar dias no hospital.

    AgoraNarração da Maraisa ----------------------------------

    Nessas últimas duas semanas foi uma correria louca. As meninas ficavam indo de casa pro hospital, e do hospital pra casa. Em todos esses dias elas dividiram quem ficava no hospital, porque Marilia e Maiara não poderiam apenas sair e não ficar com as crianças, então elas dividiram tudo. Bruno e Luisa se disponibilizaram totalmente pra ajudar, e estavam ou no hospital, ou em casa com as crianças. Mas deu tudo certo, e agora estamos indo pra casa.

     Foram dias difíceis, o pós cirúrgico é horrível, cansativo e doloroso. Mas eu nunca estava sozinha, minha irmã e Marilia vinham, mas depois a Luisa ou o Bruno vinham pra dormir por conta das crianças. Uma loucura. As dores diminuíram, mas ainda sinto algumas vezes, mas nem se compara a como era antes. Eu não aguento mais comer comida de hospital, estou louca pra ir pra casa. Quero ver o meu filho, ver a Isabella, não aguento mais ficar um segundo aqui.

    Eu saí daquela cirurgia renovada. Me sinto viva, me sinto bem. Sinto que agora eu voltei a ser quem eu sempre fui. Eu preciso de repouso em algumas coisas ainda até completar 30 dias, incluindo pegar peso, dirigir, e outros tipos de coisas. Resumindo, talvez eu surte. Mas tô feliz é o que importa.

    – Quem vai dirigir? – Perguntei enquanto andávamos até o estacionamento. Não quis vir de cadeira de rodas.

    – Eu, ué.

    – Ah não. Eu quase morri já. Foi uma experiência incrível, mas agora eu tô bem longe de morrer.

    – Maraisa! – Minha irmã fingiu estar ofendida.

    – Tá de noite, escuro, e chovendo. – Falei – Amor? Dirigi pra ela vai.

    – Você é chata em? Eu tenho carteira sabia? Dirijo todo dia, inclusive, levei sua sobrinha e seu filho pro shopping ontem. – Dei de ombro.

    – Alguém me ajuda a entrar, não consigo sozinha. – Maiara jogou a chave pra Marilia.

    – Eu ajudo.

    – Agora eu posso contar. – Marilia falou aleatoriamente assim que entramos no carro – O Léo teve febre por 2 dias, e a Isabella também.

    – Como assim cês não me contaram?

Sempre foi elaOnde histórias criam vida. Descubra agora