Capítulo 75

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    Odeio que a pessoas tenham razão quando falam "a demora é sair da barriga, depois, passa muito rápido". Eu deveria ter escutado. Pisquei e a Isabella tem 16 anos, e o Léo 14. Vivo me perguntando por quanto tempo eu dormi. Eles eram 2 bebês ontem, e agora são dois adolescentes. A Isabella é uma das meninas mais encantadoras que eu conheço.

    Ela é totalmente igual a mim. Sensível, animada, tem energia pra dar e vender, e é muito inteligente. É muito apegada ao Léo, e as tias. Ontem eu estava me lembrando de quando a Isabella me chamou aos gritos falando que estava morrendo.

    Flashback on•

    Eu estava no quarto, as meninas tinham ido em alguma loja com o Léo, e a Isabella estava dormindo ainda. Ela já estava de férias e estava acordando um pouco mais tarde.

    – Mamãe, corre aqui! – Isabella gritou – Corre, é sério!

    Eu joguei o celular na cama, e saí correndo pro quarto da Isabella. Ela estava no banheiro, tinha sangue na cama, e eu me assustei quando vi aquilo.

    – Isabella, o que aconteceu aqui?

    – Eu tô morrendo! – Ela gritou de dentro do banheiro – Tá saindo sangue de mim. Parece que eu matei alguém.

    Na hora me lembrei que ela tem só 13 anos, e nunca menstruou. Jurei que ela sabia que isso é normal, e que acontece com todas as garotas. Suspirei sentindo o alívio depois de saber que não era nada sério, e me encostei na porta.

    – Filha, abre pra mamãe. – Pedi carinhosamente, e ela abriu a porta com o rostinho vermelho.

    – É o que eu tô pensando? – Assenti – Droga.

    – Não precisa ficar com vergonha, tá tudo bem.

    – O que eu faço?

    – Toma banho, e põe isso aqui. – Entreguei um absorvente pra ela – Sabe como por?

    – Sim.

    – Tudo bem. A mamãe vai por suas coisas pra lavar tá? – Ela assentiu e foi pro banho.

    Flashback off•

    Depois daquele dia muitas outras coisas começaram a acontecer. Incluindo, que ela me pergunta sobre namorados, e outros tipos de coisas que adolescentes querem saber nessa idade mas que nós esperamos que ele nunca pergutem. Fora que faz uma semana que ela vive me perguntando sobre o pai dela. Ainda não sei como contar o que realmente aconteceu, tenho medo da reação dela.

    – Eu tô com fome. Quando o almoço fica pronto? – Léo perguntou.

    – Filho, cê não tomou café da manhã não? – Maraisa perguntou.

    – Não, mamã. Eu esqueci.
   
    – Já tá pronto, Leozinho. Podem vir almoçar!

    A Letícia ainda trabalha com a gente, íamos deixar ela descansar, mas ela se recusa. Vive falando que não consegue se imaginar parada em casa sem fazer nada, então ela continua aqui. Isabella estava irritada hoje, quase não falou comigo, e não sentou do meu lado no almoço, na verdade sentou bem longe.

    – O que tem de errado, em? – Eu perguntei.

    – Ué, por quê? – Marilia perguntou confusa.

    – Isabella? – Chamei – Tá tudo bem? – Ela assentiu.

    – Tá com cara de brava, Bel, o que houve? – Marilia perguntou mas ela deu de ombros.

Sempre foi elaOnde histórias criam vida. Descubra agora