Capitulo 7

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O pós overdose, é uma das piores coisas que já vivenciei na vida. Com certeza, a pior foi o estupro. Minha cabeça dói, minhas mãos não tem força pra segurar quase nada, vômitos frequentes... Admito que uma parte de mim, está arrependida. Mas a outra não, já que não pensou no pós, jurando que iria dar certo.

Minha irmã não veio aqui hoje, só os meus pais. Papai falou que Marilia ficou com a minha irmã, e que ela nem tinha acordado ainda. O que me deixou confusa, já que sempre acordamos antes das 10 horas. Meu pai dormiu comigo porque Marilia foi embora, então ele ficou aqui até às 08:30. Minha mãe veio pro meu pai ir tomar um banho e comer alguma coisa e ele chegou agora, que são 11:30.

Precisei de ajuda pro banho, já que mal consiguia ficar em pé, e minha mãe ajudou. Senti ela estremecer ao ver as marcas no meu corpo, mas ela não disse nada, muito menos eu. Em minutos já tinha voltado pro quarto, e estávamos esperando a médica vir.

- Você já tá liberada. Mas preciso continuar se cuidando, e tomando muita água. - Disse a médica.

- Alguma recomendação? - Meu pai perguntou.

- Evita engerir remédios que não sejam os que eu passei, pelos próximos dias. Os efeitos ainda não saíram 100% do corpo dela. Então é bom evitar. - Papai assentiu.

- Sequelas?

- Os vômitos podem continuar, as dores, os tremores... Mas não vai durar muito. - Assentiu - Em caso de dor no estômago, vocês podem me ligar e eu vou receitar remédio. Não comprem sem meu consentimento. Estamos usando medicamentos fracos, justamente pra não prejudicar mais. - Assentiram mais uma vez.

- Tudo bem. Obrigada pela atenção, e cuidado! - Ela sorriu.

- Imagina, senhor Henrique! Se precisarem, sabem onde me encontrar!

Meus pais assinaram algumas coisas, e após pegar as receitas e recomendações por escrito, fomos em direção ao estacionamento. Por protocolo, eu estava na cadeira de rodas. Mas, admito que eu estava precisando. Meu pai me ajudou a entrar no carro, e beijou minha testa antes de fechar a porta. Vi que do meu lado, tinha um lixo, caso eu quisesse vomitar pela milésima vez.

O caminho como sempre, foi em silêncio. Tirando a parte que o meu pai parou o carro na farmácia, e alguns barulhos de fora invadiam o carro. Barulhos que pareciam 10 vezes mais alto, pela dor que eu sentia na cabeça. Ele voltou em 5 minutos, e assim que entrou ele deu partida no carro.

Uma ansiedade dentro de mim, fazia meu estômago voltar a embrulhar. O medo de como a minha metade vai estar, ou de como vai falar comigo, me ronda. Sei que ela foi embora do hospital pelo que eu disse, e por isso, sinto medo. Olhei pra fora e vi que já estávamos dentro do condomínio, o que me fez comemorar mentalmente. O embrulho no estômago estava pior. Me lembrei das coisas que estudei, e ergui a cabeça respirando fundo.

- Chegamos, meu amor. - Papai abriu a porta do carro.

- Espera, acho que vou vomitar de novo. - Falei com os olhos fechados.

- Tudo bem. Continua respirando fundo. Eu vou pegar você no colo, se quiser que eu pare, é só falar! - Concordei.

Como combinado, fechei os olhos ainda no processo de controlar a respiração e ele me pegou. Deu tempo de entrar em casa pelo menos, já que assim que ele entrou, eu bati no seu ombro em sinal, e ele me direcionou ao banheiro ainda no seu colo. Papai segurou meus cabelos, o meu corpo que estava frágil, e esperou eu acabar enquanto acariciava minhas costas.

Assim que acabei, ele me entregou um pedaço de papel pra limpar meus lábios, e depois me ajudou a levantar pra escovar os dentes.

- Quer ir pro quarto? - Minha mãe perguntou.

Sempre foi elaOnde histórias criam vida. Descubra agora