Chegando no hospital, papai gritou por ajuda, trouxeram uma maca, e médicos vieram rápido examinar ela, mesmo com a maca em movimento. Na minha visão, aquilo estava em câmera lenta.
– O pulso tá fraco. Coloquem oxigênio! – Gritou uma moça.
– Aqui vocês não podem mais entrar. Sinto muito! – Disse uma das médicas.
– Isso é culpa sua! Você não acreditou nela. – Gritei com a minha mãe.
– Filha, não é hora pra isso.
– Eu juro que se alguma coisa acontecer com ela, eu nunca mais olho na sua cara. – Esbravejei.
– Você mora comigo, não dá pra você não olhar pra mim. – Respondeu com um tom irônico.
– Se esse for o problema, eu vou morar sozinha, pra isso vocês me deram casa. Assim não te vejo nunca mais. – Gritei mais uma vez.
– Filha, já chega! – Meu pai falou tentando ficar calmo.
– Isso, defende mesmo ela. – Minha voz estava trêmula, assim como minha mãos – Viu o que aconteceu hoje, não viu, papai? – Me aproximei dele – Viu que ela quase teve uma crise por contar tudo pra vocês, e a sua mulher, só acreditou quando o idiota do Louis confessou.
– Maraisa...
– Viu que o corpo dela tá cheio de marcas, e... – Soltei uma risada anasalada – Aquela queimadura não foi água quente. Ela fez aquilo ontem. – Franziram o cenho – Ela sentiu tanto nojo do corpo dela, que quase tomou banho com produto de limpeza. E um deles junto com a água quente, fez aquilo com a pele dela.
– Mas... O quê? – Mamãe perguntou confusa.
– Agora acredita na sua filha? Agora que ela tá quase morrendo lá dentro, você acredita nela? – Perguntei irritada. E minha mãe se calou curvando a cabeça.
– Por que ta falando assim? Nunca ergueu a voz pra nós. – Meu pai perguntou.
– Você e ela sabem, que eu faria de tudo, pela Maiara. Até mataria alguém por ela. Então não fiquem surpresos. Porque se ela não sair bem daquela sala, vocês nunca mais vão ter contato comigo. E vocês sabem que consigo excluir alguém da minha vida!
Realmente consigo. Em alguns anos atrás, tinha um garoto que não parava de vir atrás de mim. Eu invadi o celular dele, burlei algumas coisas, e consegui fazer ele mudar de cidade em menos de dois dias. Mas, esses são segredos que não posso contar, ou meus pais vão presos, então, nunca falei sobre ele em detalhes.
Horas depois
Estávamos inquietos na sala de espera. Quase 2 horas sem notícia alguma, ninguém falava nada, nem se ela estava viva; o que é o mínino que podem fazer. Ela apagou nos meus braços. E não respondeu mais aos meus chamados depois disso. E eu não consigo tirar aquela cena da minha cabeça, ela se repete milhares de vezes.
Mamãe estava do lado do meu pai, enquanto eu estava sentada em outra poltrona, afastada deles dois. Até que vi uma menina loira com os olhos encantadores se aproximar. Ela me olhou por alguns segundos, e estendeu a mão pra mim. Eu agarrei ela imediatamente em um abraço, e desabei sem ligar pras outras pessoas que estavam ali.
– Shh.. Vai ficar tudo bem. – Me abraçou.
– Ela tomou muitos. – Sussurei – Eu tô com medo, Marilia!
– Eu sei, eu sei. – Sussurou de volta – Mas ela vai ficar bem! Precisamos acreditar nisso, ok? – Assenti ainda em seus braços – Agora me conta. O que aconteceu, hum?
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Sempre foi ela
FanfictionAtenção⚠️: Essa é só mais uma história fictícia, e completamente autoral! Almira criava Maiara e Maraisa numa bolha, não podiam ter amigos meninos, não podiam sair com meninos, nem levá-los pra casa. Até Maiara convencer ela, a deixar a mesma n...