Capítulo 11

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         Estávamos na casa de Marilia, eu já estava entrando no quinto mês, e não tinha sentido movimento algum. O que me preocupava, mas a médica afirmou que estava tudo bem com o neném, e que uns costumam ser mais calmos que os outros. Marilia e Maraisa estavam uma conversando com a outra sobre mim, o que estava me irritando.

    – Maiara não quer contar pra mamãe! – Maraisa disse.

    – Ela vai me expulsar a chutes, daquela casa. – Bufei.

    – Sabe que não vai poder esconder por tanto tempo! Olha o tamanho da sua barriga!

    – Já sei que estou gorda, não preciso que me lembre disso!

    Meus hormônios está a flor da pele. Me irrito fácil, e choro por absolutamente tudo; o que já era comum antes da gravidez, chorava por tudo. Assim que falei isso, meus olhos lacrimejaram. Minha irmã respirou fundo se aproximando de mim, ergueu meu rosto e beijou minha testa.

    – Você não tá gorda. Você tá gerando o mais novo amor da sua vida. – Falou de um jeito carinhoso

    – Eu tô odiando meu corpo. – Resmunguei me afastando.

    Nos últimos dias, não deixo ninguém me abraçar. Meu corpo se tornou uma insegurança gigante, então, sempre que alguém ameaça me abraçar, eu recuo ou ergo as mãos pra tentar impedir. Todos os espelhos do nosso quarto estão cobertos, ou virados pro outro lado.

    – Posso te abraçar? – Recuei.

    – Não, não pode! – Respondi choramingando.

    – Vem aqui! – Marilia segurou minha mão.

    Estávamos em seu quarto, sentadas na cama. Ela me puxou pro closet, e quando vi que estava me levando pro espelho tentei sair.

    – Para! Vai acabar machucando você! – Me segurou. – Tira sua blusa rapidinho.

    – Não!

    – 5 minutos! – Insistiu.

    – Argh! – Resmunguei – Você me irrita.

    Obedecendo Marilia, eu tirei minha blusa e ela abaixou um pouco o tecido da calça que cobria toda a minha barriga, deixando ela visível. Acho que elas têm razão, minha barriga tá linda. Está grande, e bem redondinha, parece que foi desenhada a mão. Marilia levou uma de suas mãos na minha barriga, e me fez olhar pro espelho.

    – Olha ali! – Obedeci – Cada pedacinho do seu corpo, está enfrentando uma mudança gigante. Todo o seu corpo sente, seus hormônios estão loucos, e um ser dentro de você, cresce a cada dia. Amo suas bochechas maiores, e sua barriga tomando forma. Cada parte que você sente insegurança, na verdade, é só uma forma do seu corpo informar que seu bebê está crescendo forte e saudável.

    Minhas lágrimas eram incontroláveis. Marilia sabia exatamente o que falar, e quando falar. Meus olhos passearam pelo meu corpo, mas diferente de antes, eu tentava procurar todos aqueles argumentos que Marilia, e minha irmã vivem falando. A loira deixou um beijo na minha bochecha, e saiu do closet com minha irmã me deixando sozinha.

    Passei minhas mãos em minha barriga, e adimirei o volume que aos poucos mostrava que eu não andava mais sozinha. Agora eu queria de verdade, aceitar todas as minhas novas calorias, e me sentir bem com elas. Em um momento me perdi em meus pensamentos, imaginando o rostinho dele(a) o tamanho, o quartinho pronto, as roupinhas. Mas um movimento diferente onde minha mão estava, me fez assustar.

    – Meu Deus! – Falei – Mexeu! O bebê mexeu! – Gritei.

    Maraisa e Marilia entraram no closet como flechas. Elas correram em minha direção, ambas colocaram as mãos em minha barriga, e esperavam por algum outro sinal de movimento.

Sempre foi elaOnde histórias criam vida. Descubra agora