Capítulo 30

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    Agora eram 07:00 da manhã, e eu consegui dormir um pouco, mas acordei assustada sentindo a cama molhada. Tive medo de olhar e ver sangue, então respirei fundo e balancei minha irmã que estava do meu lado.

    – Irmã!

    – Tô aqui, princesinha.

    – Não é sangue, é? – Maraisa olhou pra mim assustada com minha pergunta, e em seguida olhou pra cama suspirando.

    – Não!

    – Foi a minha bolsa, ou eu fiz xixi? – Minha irmã levantou.

    – Vamos levantar, e tomar um banho. Se continuar saindo foi a sua bolsa.

    Me calei e dei a mão pra ela, que me ajudou a levantar e assim que fiquei em pé parecia que tinham jogada um balde de água no chão. A bolsa estourou de uma só vez, e acabou molhando a minha irmã também.

    – Ai meu Deus, desculpa. Molhou você. – Falei sentindo meu rosto corar.

    – Calma. Ta tudo bem, não tem problema. – Minha irmã acariciou meu rosto sorrindo – Não precisa pedir desculpas, e nem se envergonhar! Vamos pro banho. – Assenti – Cuidado pra não escorregar.

    Fomos pro banho, ela me ajudou porque tive algumas contrações horríveis, e depois chamou Marilia pra me fazer companhia enquanto ela tomava banho. Um misto de emoções me fazia imaginar diversas coisas. Eu não vejo a hora disso acontecer, estou contando os minutos pra ter ela pertinho de mim. Sentir seu cheirinho, querer proteger, observar cada detalhe dela... Ansiedade define muito do que eu tô sentindo.

    – Aai, caramba. Isso dói muito. – Falei tentando controlar minha respiração.

    – Respira! – Marilia falou massageado minha lombar – Respira de vagar. Já tá passando. 10 segundos.

    Minhas contratações estavam ficado ritmadas, estavam vindo de 5 em 5 minutos, e duravam quase 50 segundos. E diferente de mais cedo, agora eu estava sentindo muita dor.

    – Vamo pro hospital! – Minha irmã entrou no quarto apressada.

    – As bolsas? – Perguntei ainda esperando a dor passar.

    – Já estão no carro. Vamos! – Marilia informou.

    Assim que minha irmã segurou minha mão pra me direcionar pro carro, eu paralisei. Minhas pernas não me obedeciam, e meu corpo muito menos. Marilia me analisou, e Maraisa também. Senti meus pulmões se esforçarem em busca de ar, e foi aí que me desesperei.

    – Não consigo respirar! – Falei rápido – Não consigo respirar!

    – Calma. Calma! – Maraisa tocou meu rosto – Não pensa em nada.

    – Eu tô com medo! – Sussurei.

    – Eu sei que sim. Mas tenta se acalmar.

    Eu estava tão ligada nos preparativos pra ela chegar, que acabei me esquecendo de cuidar do meu lado ansioso. Eu não estava tomando ansiolíticos com frequência, só quando eu tinha crises, a minha obstetra liberou. E ela iria vir em algum momento. Eu não sei o que era pior, não conseguir respirar, ou sentir as dores.

    – Eu não consigo... não...

    A cada segundo eu respirava menos. Minhas mãos tremiam muito, e minhas pernas continuava travadas. Até uma contração vir muito mais forte que as outras, e me fazer perder as forças. Minha irmã estava segurando um copo de água, e sem pensar ela jogou ele e correu na minha direção. Assim como Marilia.

Sempre foi elaOnde histórias criam vida. Descubra agora