Capitulo 14

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    Jurei que iria acordar com a luz no meu rosto, ou com minha irmã me mandando acordar pra comer. Mas na verdade, acordei assustada após um pesadelo horrível. Onde minha mãe levava a Maraisa, e o meu neném. Olhei pro lado vendo a janela meio aberta, permitindo que alguns raios de sol entrassem no quarto, Maraisa não estava mais do meu lado, o que me assustou. Levantei rápido com a cabeça a mil, e fui ao banheiro. Não conseguiria chegar na cozinha se não esvaziasse minha bexiga.

    Após fazer isso, e escovar os dentes eu saí do quarto. Meu coração estava acelerado, e piorou quando eu cheguei na cozinha e não vi a minha irmã. Ela não estava na sala, nem no banheiro. Minhas mãos começaram a tremer, e minha respiração parecia falhar. O sentimento de abandono é horrível, meu namorado primeiro, depois meus pais, e agora minha irmã? Não vou aguentar. Ouvi barulhos vindo do lado de fora da casa, e corri pra lá.

    Minha irmã estava regando algumas plantas que eu mal lembrava que existiam. Olhei pra ela e um soluço escapou com força da minha garganta. Maraisa me olhou rápido e quando viu que eu me segurei na cadeira pra não cair, ela jogou o regador no chão, fazendo o mesmo estourar e a água escorrer até a piscina. Eu fechei meus olhos me sentindo tonta, e sentindo o ar diminuir.

    – Eii! O que foi? – Segurou em meus dois braços.

    – Pensei que... Que tinha ido embora. – Abri os olhos permitindo mais lágrimas caírem – Pesadelo... Eu tive um pesadelo horrível.

    – Eu nunca vou deixar você. – Sussurou.

    – Isso é assustador.

    Minha metade me olhou por alguns segundos, me abraçando em seguida. Era humanamente impossível explicar, o jeito que ela me acalmava, em um simples toque. Ela me levou pra dentro de casa me deixando na sala, e indo até a cozinha.

    – Quando é sua próxima consulta? – Perguntou assim que voltou com um copo de água.

    – Daqui 4 dias.

    – Não dá pra esperar até lá. Vamos tentar marcar pra essa semana. – Neguei.

    – Não precisa.

    – Claro que precisa. Você tá passando mal com muita frequência. Vou mandar mensagem pra clínica. – Falou enquanto se afastava.

    – Eu só tô estressada, não é nada demais.

    – Não seja teimosa!

    Sem dizer muito ela pegou o celular, e em segundos estava falando com a recepcionista. Pelo seu retorno, ela conseguiu marcar para depois do almoço. Assim que ela desligou, se virou pra mim novamente.

    – 14:30. – Se virou pra mim.

    – Quem vai cozinhar pra nós duas? – Perguntei assim que terminei de tomar a água.

    – A Letícia vem já. Ela vai ficar com a gente aqui, todos os dias. – Informou se sentando ao meu lado. – Agora me conta, porque acordou assustada daquele jeito, hum?

    Ela me puxou pra deitar minha cabeça em seu ombro, enquanto uma de sua mãos estavam em minha barriga fazendo carinho, e a outra entre meus cabelos.

    – A mamãe tinha levado você, e o neném pra longe de mim. – Suspirei – Quando acordei e não te vi, achei que era real. Todo mundo foi embora, achei que tinha feito o mesmo.

    – Metade, ninguém separa nós duas. Nunca. – Beijou minha testa – Até o final eu e você, viu?

    – Amém! – Respondi sorrindo.

Sempre foi elaOnde histórias criam vida. Descubra agora