Nesses últimos dias não vimos Cesar, faz um tempo na verdade. Desde a última vez no hospital já tem quase 3 meses, não tivemos mais contato depois daquilo. Começamos andar pelos enormes corredores de lojas e paravamos em algumas. Minha irmã estava vindo mais atrás mexendo no celular, enquanto Marilia estava do meu lado.
– Maraisa? – Lila olhou pra trás – Maraisa daqui a pouco começa a correr das loja. – Eu soltei uma risada, enquanto minha irmã voltava sua atenção pra nós.
– Como é que é? – Ela perguntou confusa bloqueando o celular.
– Essa murrinha. Pão dura demais, meu Deus do céu. – Minha irmã nos acompanhou
– Marilia hoje eu trouxe três cartão hoje, filha. Hoje eu tô – soltou uma risadinha – hoje eu tô, preparada.
– 12 vezes hoje é mato né?
– Oxi. – Falou em concordância.
– 12 vezes. – Eu falei.
– Trouxe três cartão, hoje tá tranquila. – Marilia falou e como esperado, fomos em várias lojas.
Eu estava totalmente disposta a enfrentar tudo isso sem me incomodar, e jurei que iria conseguir. Mas não funcionou. Mal acabamos de chegar no shopping, e sempre tem alguém me olhando de cara feia, me analisando dos pés a cabeça; olha pra minha barriga, depois pro meu rosto, e dão risada, não sei se na tentativa de disfarçar, ou de tirar sarro mesmo.
Confesso que sempre gostei muito de sair, independente pra onde fosse. Mas ultimamente me sinto totalmente insegura, como se eu tivesse perdendo o controle de mim mesma. E isso, é uma coisa que não contei pras meninas. Mas elas não vão demorar a perceber, já que eu sou o centro das atenções por onde ando.
– Tá tudo bem? – Minha irmã perguntou – Você tá estranha!
– Impressão sua, tá tudo bem! –;Disfarcei um sorriso. Que com certeza, não funcionou com nenhuma das duas, já que ambas me conhecem bem. Mas não quiseram insistir, então aceitaram minha resposta.
– Mas eu estou com fome. – Informei.
– Podíamos parar em algum lugar, o que acham? – Maraisa e eu assentimos.
Já estava perto do horário do almoço, então, tudo bem pararmos pra almoçar. Mas no fundo, eu também estava afim de me sentar, mal chegamos, e já estou com falta de ar. Com os pensamentos ligados no 220, chegamos na praça de alimentação, e eu nem percebi.
Confesso que uma pontinha de angústia tomou meu corpo naquele momento. Não sei explicar o por quê, mas parecia querer me informar alguma coisa. Mas como não vi sinal nenhum de ameaça, eu me sentei assim que escolhemos uma mesa. Maraisa olhou o cardápios, e nós três pedimos o mesmo prato.
– Gente, estou com tanta saudade do Cesar. – Falei sentindo meus olhos marejarem.
– Eu também. Mas já conversamos sobre isso. Não podemos pegar ele, seria muita coisa pra ele ao mesmo tempo. – Concordei.
– Eu sei, mas é tão injusto. Eles não podem proibir que, a gente veja ele. Não somos monstros.
– Pra mamãe somos. Pra ela somos as piores pessoas do mundo. – Suspirei sentindo uma lágrima silenciosa molhar meu rosto – Não chora, eu prometo dar um jeito nisso quando puder.
– Mudando de assunto, parece que meus pais vão viajar de novo.
Desde a primeira vez que Marilia foi a nossa casa, os pais dela não param de viajar. Obviamente levam o João junto por ele ser muito novinho. Mas como Marilia tem opção de escolha, ela sempre opta por ficar. E como minha irmã trabalha, e Marilia não gosta de ficar sozinha, nós juntamos o útil, ao agradável. Assim nem eu, nem ela ficam sozinhas.
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Sempre foi ela
Fiksi PenggemarAtenção⚠️: Essa é só mais uma história fictícia, e completamente autoral! Almira criava Maiara e Maraisa numa bolha, não podiam ter amigos meninos, não podiam sair com meninos, nem levá-los pra casa. Até Maiara convencer ela, a deixar a mesma n...