Capítulo 56

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        Eu expliquei tudo que aconteceu no caminho, e logo chegamos no hospital. Bruno ficou com a Isabella, ele disse que não tinha nada pra fazer, então poderia ficar com ela sem problema algum. Tentamos chegar o mais rápido possível no hospital, e entramos a procura do marido da Jhuly. Assim que vimos ele, nos aproximamos.

    Ele estava sentado em uma cadeira, enquanto as crianças estavam cada uma de um lado. Estavam apoiadas no pai, com os olhos vermelhos, assim como o rosto. A Allya nos olhou, e chamou o pai, que se levantou caminhando em nossa direção.

    – Me desculpa mesmo por esse incomodo. – Ele falou limpando o rosto.

    – Imagina, tá tudo bem. – Maiara disse.

    – Eles estão com fome, mas eu fiquei sem dinheiro. Precisei pagar o funeral de madrugada, e nem pensei no resto. – Ele disse olhando pras crianças – Eu tô fora da órbita.

    – A gente imagina, e estamos dispostas a ajudar! – Ele sorriu.

    – Eu só preciso que fiquem com eles. Amanhã após o funeral, a gente vai pra casa dos avós deles. To tentando conseguir a passagem.

    – Eu olho quando chegar em casa! – Marilia falou.

    – Não, não precisa fazer isso, eu dou um jeito.

    – Eu faço questão! – A loira insistiu.

    – Prometo que vou pagar por tudo que estão fazendo.

    – Não precisa. A Jhuly já fez muito por nós. Esse é o mínimo. – Ele sorriu se afastando, pra falar com os filhos.

    Ficamos de longe, eles precisavam daquele tempo. Assim que acabaram de conversar, voltaram em nossa direção, e se despediram do pai.

    – O senhor realmente não precisa de nada? – Minha irmã perguntou.

    – Não, eu vou me virar, não se preocupem!

    – Tudo bem.

    – O papai pega vocês amanhã de manhã. Ta bom? – Eles assentiram.

    – Te amo, papai.

    – Te amo, papai.

    – Também amo vocês!

    Em silêncio saímos dali caminhando até o estacionamento. No caminho até em casa, Maiara tentou puxar assunto com as crianças, elas conversaram, mas não estavam tão animadas, então, respeitamos o tempo deles. A minha cabeça estavam a mil. Eu me sentia mal por eles dois, tão novos, e perdem a mãe do nada. Fora a aflição que deve ter sido pra eles verem o pai desesperado perdendo tanta coisa de uma só vez.

    Chegamos rápido em casa e enquanto Marilia ia ver Isabella, eu e minha irmã fomos mostrar o quarto pras crianças.

    – Olha, aqui tem escova limpa, e toalhas eu deixei ali em cima.

    – Vocês trouxeram roupa? – Eles negaram.

    – Ok. Então vamos fazer o seguinte, a gente almoça, depois vamos ao shopping e compramos algumas coisas pra usarem. O que acham? – Minha irmã propôs.

    – Tudo bem. Não é, Allya?   

    – Sim. Tudo bem.

    Diferente do Felipe, a Allya parecia estar mais desanimada. Não que o menino não estivesse sentindo, ele estava, era a mãe deles. Mas ela estava diferente, parecia perdida, e confusa. Talvez por ser mais velha, ela entenda melhor o que está acontecendo. Ele é muito novo, entende, mas não como a irmã.

Sempre foi elaOnde histórias criam vida. Descubra agora