Capítulo 84

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    Isabella tá dormindo desde que saí do quarto dela. Marilia estava conversando com o Léo, e eu estava passeando pela casa. É desesperador andar pelos cômodos e não ter a Maiara cantarolando, ou sorrindo e pulando. Sinto saudades até dos momentos que ela deitava na minha cama, e falava:

    "Irmã, faz massagem nos meus pés?"

    Ou de quando ela se aconchegava em mim, e falava:

    "O seu abraço é o meu lar. Saudade da barriga da mamãe, ficar coladinha com você!"

    Estava andando pelo corredor, e entrei no quarto da Maiara. Era um quarto digno de princesa, todo arrumadinho e aconchegante. Ele exalava o cheiro doce da Maiara, se eu fechasse os olhos ainda conseguia sentir ela ali. Me aproximei da sua penteadeira e passei as mãos nas suas coisas enquanto as lágrimas molhavam meu rosto. Mas, eu permanecia com um sorriso fraco em meus lábios.

    A dor é grande, a saudade sufoca, mas são tantos momentos bons que temos guardados que a dor fica pequena em meio disso, mas ela não deixa de existir. Na verdade ela é ensurdecedora, me sinto perdida em meio a ela, mas aí, eu fecho os olhos e vejo ela sorrindo. Ela me leva pra fora daquela bagunça toda, e me faz sentir viva.

    Me sentei na cama da Maiara, abracei um dos seus travesseiros que tinha o cheiro suave dos seus cabelos, e permitir as lágrimas virem. Ouvi uns barulhinhos vindo da varanda e me assustei, estava tarde, e as varandas eram altas demais. Deixei o travesseiro na cama, indo até a varanda mas não encontrei nada. Tinha uma luz linda vindo do céu, e so aí eu reparei como a lua estava linda e chamativa. Admirei ela, e me lembrei do que a Maiara falou como amava admirar a lua.

    Flashback on •

    Estávamos no quarto, Maiara estava jogada na cama e deitada no meu peito enquanto eu mexia no celular e com a outra mão mexia nos cabelos dela. Suas perninhas estavam também no meu corpo, e seus olhos estavam fechados.

    – Irmã?

    – Quê?

    – Eu amo a lua!

    – É, eu também. – Bloqueei o celular – Por que do nada?

    – Se algum dia a gente se separar, é pra você olhar pra lua; porque enquanto estivermos de baixo do mesmo céu, nada impediria que nossa conexão nos aproximasse outra vez. – Sorri beijando seus cabelos.

    – Minha vida, eu te amo! – Enchi ela de beijinhos – Te amo muito.

    – Eu também te amo!

    Flashback off •

    Olhei pra lua e tinha uma estrelinha do lado dela, eu sorri fraco enquanto observava ela, e a estrela brilhou como um sinal. Na hora senti um arrepio, e um ventinho em meu rosto. Se fosse em outro momento eu sentiria medo, mas agora, eu sei que ela tá aqui. Sei que ela tá cuidando de nós, e sei também que ela tá bem, mesmo estando longe.

    – Minha princesa? – Senti as mãos de Marilia em meus ombros – Tudo bem?

    – Sim, sim. Acho que sim. – Sorri limpando meu rosto – A metade não tá aqui pra dar parabéns pra Isabella 00h. Meu coração tá apertadinho.

    – Você pode fazer isso. Na verdade, não tem ninguém melhor que você pra fazer isso. – Me virei pra ela, e a mesma segurou minha cintura.

    – Será? Tenho tanto medo dela achar que eu tô tentando tomar o lugar da Maiara. – Marilia me abraçou.  

Sempre foi elaOnde histórias criam vida. Descubra agora