Capitulo 12

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    Inevitable: que, ou o que não se pode evitar, impedir.

    Muitas pessoas costumam descrever o momento de medo e angústia, com uma palavra só. Pavoroso; solitáro; escuro; melancólico. Eu digo que é tudo isso. De preferência, tudo junto. É assustador, e doloroso. É escuro e melancólico. É apavoroso e solitário. Você se perde em seus pensamentos ao imaginar mil e uma hipóteses. E todas, sempre, todas são negativas.

    Quando estamos em um momento de medo, nós nunca, repito, nunca pensamos possitivo. Os pensamentos são sempre uma desordem ensurdecedora. Você mal consegue lembrar seu nome, porque as vozes dentro da sua cabeça, te deixaram totalmente fora de si. E o pior, algumas vozes, fazem sentido.

    Nos preparando pra entrar em casa, respirando fundo pela quinta vez, e tentando disfarçar o medo, Maraisa finalmente abriu a porta. Mamãe estava na sala em pé, andava inquieta de um lado pro outro. Enquanto papai, estava sentado no sofá com os cotovelos apoiados no joelho, e um pouco inclinado pra frente. Mas, os olhares deles vieram pra mim assim que ouviram os barulhos que fizemos ao chegar.

    – O quê aconteceu?

    – Personal ligou. – Paralisei – Disse que não está indo na academia a quase 3 meses. – Papai disse com seu tom irônico

    – Não entendi onde querem chegar. – Franzi o cenho deixando minha bolsa na poltrona.

    – Não se faça de sonsa, Maiara! – Gritou – Achou que nunca iríamos descobrir?

    – Eu não sei do que vocês estão falando! – Menti.

    Mamãe respirou fundo, e pisou forte vindo na minha direção. Ela levantou minha blusa deixando minha barriga a mostra, e se afastou novamente. Eu não tive reação alguma, jurei que ela iria me bater.

    – Estou falando disso! – Apontou pra minha barriga.

    – Co-Como...

    – Achamos um teste na sua gaveta, e várias pastas de exames, incluindo, ultrassom. – Mamãe disse.

    – Procuramos a clínica, fomos ver as câmeras e vimos que vocês estavam lá 1 vez no mês. Mas óbvio que demos dinheiro pra eles nos mostrar. E aí tudo fez sentindo.

    – Tudo o quê? – Maraisa perguntou.

    – O teste que encontrei no quarto, os exames na gaveta. – Papai disse.

    – Ela só usar vestido, ou blusas grandes. O seios dela estarem gigantes, assim como suas coxas. As bochechas maiores, sono e fome em excesso. – Mamãe nos olhou friamente – Acharam mesmo que eu não iria descobrir?

    – Mamãe, eu posso explicar.

    – Não quero explicações! Quero que você tire isso de dentro de você! – Sorri nervosa.

    – Isso? Você disse, isso? – Respirei fundo – Isso que está dentro de mim, é uma vida, mamãe! É um ser humano que precisa de cuidados como qualquer outro! Isso, – levei a mão a minha barriga – é sangue do seu sangue. Sua nojenta!

    Diferente do que combinei com a minha irmã, eu já estava muito irritada. As vozes eram altas, se a casa não fosse tão grande, com certeza o condomínio inteiro ouviria. O que criaria um alvoroço na cidade inteira.

    – Você me chamou de quê? – Franziu o cenho se aproximando, mas Maraisa se colocou em minha frente.

    – Mamãe, se afaste! Por favor. – Pediu educadamente.

Sempre foi elaOnde histórias criam vida. Descubra agora