Capítulo 1

3.2K 146 203
                                    

    Aviso⚠️: Esse capitulo pode ter gatilho!!





        Minha mãe está insuportável esses dias. Tudo isso porque comecei a namorar, o que foi bem difícil pra ela deixar. Na verdade, foi quase impossível. Tão impossível, que tive praticamente, que implorar pra ela. Minha irmã me deu uma forcinha, claro. Meus pais são muito centrados pra isso. Posso dizer que são, antigos. Namorar depois dos 18 anos, morar junto depois de casar, e ter relações sexuais só depois do casamento.

    Dificilmente temos amizade com meninos. Mamãe diz que homens não prestam. Só nos usam e depois, simplesmente, vão embora. Hoje eu namoro a quase 1 ano. Eu tenho 16 anos, assim como minha irmã, e estamos no terceiro ano do ensino médio. Era pra estarmos no 1, porque fazemos aniversário no fim do ano então, atrasa um pouco. Mas nosso QI é alto, e pulamos o maternal e o jardim 1. Já chegamos na escola sabendo todas as cores, números, nossos nomes, e até falar em inglês e espanhol.

    Falando nela, somos gêmeas univitelinas. Nossos cabelos são grandes e lisos de cor preta. Temos a pele clara, e somos baixinhas. Minha irmã gosta de treinar, não como eu, mas gosta. Maraisa é quase que obcecada por treinos, e uma vida saudável. Nosso corpo não deixa isso passar em branco. Temos o famoso corpo padrão. Mas diferente das outras meninas, temos um corpo assim porque queremos nos sentir bem com nós mesmas; e não porque queremos chamar a atenção de meninos.

    Eu treino de segunda a sexta, acho que treinar e ler, são meus momentos de lazer. São as horas que em me sinto, verdadeiramente bem. Agora, estou me arrumando pra ir a casa do meu namorado. Mamãe não sabe, óbvio. Se soubesse, nunca deixaria. Maraisa e eu, calculamos todos os passos da mamãe e papai, pra eu poder sair sem que eles percebessem.

    – Irmã, você precisa ir, e volta antes das 20:40! – Afirmou minha irmã, quase que em desespero.

    – Maraisa, você já falou isso, quinhentas vezes.

    – Eu sei. Eu só tô com medo! A Jhuly pode ver a gente, e contar pra eles.

    Jhuly é a nossa secretaria. Não gostamos de usar a palavra empregada. Soa como algo errado. Como algo que é uma obrigação, e não um trabalho. Pode soar até como, escravo. A Jhuly é quase da família, e ela trabalha direitinho. E ela não é nossa empregada, muito menos nosso pau mandando, ou seja lá como você queira chamar. Ela é uma pessoa como qualquer outra, que está apenas fazendo seu trabalho.

    – Vai dar tudo certo! Ok? – Segurei seus ombros.

    – Ok!

    – Como estou? – Perguntei dando uma voltinha.

    – Perfeita! – Respondeu sorrindo – Irmã, me promete uma coisa?

    – O quê?

    – Não seja burra, ok? Se ele fizer algo que você não queira, você sabe exatamente o que fazer pra apagar ele. Então, por favor, não deixe que o amor cegue você!

    Maraisa e eu estudamos linguagem corporal, e métodos de defesa. O que é bem útil. Também estudamos muito sobre anatomia. Então, sabemos pontos sensíveis do corpo, que podem atrasar alguém que esteja nos assaltando, por exemplo.

    – Ele não vai fazer nada! Tudo bem? – Assentiu sorrindo.

    – Agora vai, Jhuly está arrumando a cozinha. Precisa ser rápida! – Veio em minha direção – Eu te amo! E por favor, toma cuidado!

    – Eu te amo! E não precisa ficar preocupada, voltarei antes do horário previsto.

    Como de costume, lhe dei um selinho e me virei. Combinamos que, Maraisa iria conversar com Jhuly, enquanto eu saía. Nossos pais estavam em uma reunião da empresa, e chegariam às 21 horas. Por isso preciso chegar 20 minutos antes. Pra dar tempo de tomar banho, trocar de roupa, e fingir naturalidade. Porque chegar em cima da hora, com certeza não seria uma ideia legal.

Sempre foi elaOnde histórias criam vida. Descubra agora