Capitulo 15

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        Algumas horas depois o Cesar tinha ido embora junto com a Jhuly, e como esperado, demitiram ela. Recebi as mensagens desesperadas dela, não só por ter sido demitida, e sim por tantas coisas que teve que ouvir sobre si, e sobre nós. Jhuly parecia muito abalada, consegui sentir isso só pelo seu tom de voz durante a ligação.

    Ligação •
    – Sim, Jhuly?
    – Eles acabaram comigo. Me disseram coisa horríveis, falaram de vocês duas, eles viraram monstros.
    – Calma, explica direito.
    – Quando cheguei minhas coisas estavam na rua. Tudo na porta, todas as minhas coisas.
    – Tá falando sério?
    – Eles arrancaram o Cesar do meu colo, o pequeno chorou desesperado enquanto sua mãe puxou ele pra dentro de casa.
    – Ela machucou ele?
    – O bracinho dele ficou vermelho. Eles me chamaram de inútil, disseram que eu merecia sofrer pelo resto da minha vida, só porque escolhi vocês. Eles falaram muitas coisas, eu tô devastada.
    – Eu sinto muito. Sabe que pode denunciar eles, não sabe?
    – Sim, eu sei. Mas não consigo fazer isso. Pelo menos não agora.
    – Entendo você.
    – Entende que preciso de um tempo, não é? Preciso de tempo até voltar a trabalhar com vocês. Não por vocês, vocês são ótimas. Preciso de tempo por mim, pra minha saúde mental.
    – Sim, claro! Leve o tempo que precisar. Vamos nos virar, não se preocupa.
    – Tudo bem, obrigada, de verdade! Se cuidem, ok?
    – Se cuida também Jhuly.
    Ligação •

    Desliguei a ligação com o coração apertado, minha irmã estava no banho, mas assim que saiu e viu minha cara, se aproximou.

    – O que eles fizeram agora?

    – Aqueles idiotas acabaram com ela. E ainda machucaram o Cesar.

    Resumidamente, contei o que Jhuly me passou, e assim como eu, minha irmã estava irritada apenas de ouvir tudo isso.

    – Não podemos fazer nada sobre o Cesar, não agora.

    – Ouviu o que disse? – Perguntei irritada.

    – Irmã, eles são casados, tem estabilidade em tudo, um lar incrível pra ele, eles têm a guarda dele.

    – A gente também tem um lar incrível, bem maior que o deles inclusive. Certeza que ele prefere ficar com nós duas.

    – Eu sei que sim, Maiara. – Suspirou – Olha só, se formos pra justiça, papai e mamãe vão usar a sua gravidez contra nós. Vão dizer que estamos prestes a ter um bebê, e não vamos dar conta de 2 crianças. Nós não trabalhamos, e os milhões de dinheiro que recebemos por dia dos nossos pais, também vão vir contra nós. – Suspirei com lágrimas em meu rosto – Irmã, isso deixaria o Cesar totalmente destruído. Ele é só uma criança, imagina a confusão que isso causaria na cabecinha dele.

    – Eu só estou com medo. E se alguma coisa acontecer com ele? Ouviu o que aconteceu ontem, mamãe não vai aguentar isso por muito tempo. – Levei uma de minhas mãos ao meu coração, que estava disparado ligando um alerta em minha irmã.

    – Olha, vamos combinar uma coisa! Ninguém, ninguém mesmo, vai falar deles até esse bebê nascer. – Minha irmã disse.

    – Mas e o Cesar?

    – Pra ver ele você não precisa ver ou ouvir nada dos nosso pais, ok? Eu resolvo tudo o que tiver pra resolver. Assim você evita estresse.

    – Você é chata!

    – E você teimosa.

    – Tá! Tudo bem. Mas com uma condição. – Ela continuou me olhando esperando uma resposta – Se você não der conta, vai pedir ajuda pra alguém. Não vai resolver tudo sozinha. Não quero que eles acabem com você também.

Sempre foi elaOnde histórias criam vida. Descubra agora