Capítulo 54

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    Tudo mundo já tinha ido embora, menos Bruno e Luisa. Estávamos no brinquedo inflável com a Isabella que corria de um lado pro outro. E como não tinha nada que poderia machucar, a gente só estava olhando ela, enquanto conversávamos sobre algumas coisas. Luisa me parecia estranha; talvez essa não seja palavra certa, mas ela estava diferente. Não sei o que aconteceu, mas depois da Isabella, eu passei a observar e entender tudo muito rápido.

    – Vem cá, Luisa. Cê tá namorando né?

    – O-o quê? – Gaguejou, e instantaneamente ficou vermelha – Tá doida?

    – Alguém tapa o ouvido da Isabella, por favor! – Bruno colocou as mãozinhas no ouvido da pequena. – Ou você tá namorando, ou você tá dando. – A Marilia iniciou uma risada, e automaticamente, contagiou todo mundo.

    – Sua chata, eu tô conhecendo uma pessoa. – Dei de ombros.

    – Eu sabia.

    – Como ele é? – Minha irmã perguntou comendo um pouco de pipoca. Marilia olhou pra ela franzindo o cenho, e Maraisa roubou um selinho dela. – Para de ser ciumenta. Só tô curiosa, nem gosto da fruta.

    – Na verdade, você gosta sim.

    – Ai meu Deus! – Falei alto.

    – É uma mulher? – Bruno perguntou e Luisa assentiu.

    – Vocês vão conhecer logo. O nome dela é Brenda. Ela é, linda. Ela é perfeita, na verdade.

    – Você apaixonada é muito fofo. – Eu disse.

    – E você Bruno? – Marilia perguntou, e o Bruno negou.

    – Nadinha, amiga. Mais encalhado que tudo.

    – Encalhado não, traumatizado! – Maraisa falou.

    – E você, Maiara? – Neguei rápido.

    – Deus me livre. Não quero um relacionamento nunca mais. Nem se me pagarem.

    •  •  •

    Estávamos voltando pra casa, Isabella estava muito chatinha, louca pra dormir. Fora a roupa, que com o passar dar horas foi ficando desconfortável e quente pra ela. Jhuly foi embora mais cedo, por reclamar de dores, e ela estava com febre. Depois que eu virei mãe, eu passei a observar mais as crianças. Observar as reações com algumas coisas, ou algumas falas. E durante o aniversário percebi os olhares dos filhos da Jhuly.

    Embora ela deixe muitas coisas ocultas, eles sabem que tem alguma coisa errada. Sabem que a mãe deles está morrendo, e o pior, eles não podem fazer nada. E mesmo que ela se mostre forte, ela tá com medo. Muito medo. Admito que eu também estaria. Não me imagino morrendo, e deixando a minha bebê tão novinha, sem mim.

    – Maiara? – Balancei a cabeça saindo do transe – Metade, tô te chamando faz tempo. O que foi?

    – Só estava pensando na Jhuly. Nos filhos dela. E por um minuto, eu...

    – Se imaginou na mesma situação que ela, e deixando a Isabella! – Maraisa concluiu.

    – É! – Olhei pra pequenininha que estava dormindo no meu colo – Podem me prometer uma coisa?

    – Não começa! – Minha irmã estendeu a mão pra me fazer parar de falar.

    – Se alguma coisa acontecer comigo, algum dia, vocês vão cuidar da Isabella como se ela fosse filha de vocês!

    – Maiara! – Marilia me repreendeu.

    – Por favor!

    – Tudo bem. A gente promete.

Sempre foi elaOnde histórias criam vida. Descubra agora