Tudo mundo já tinha ido embora, menos Bruno e Luisa. Estávamos no brinquedo inflável com a Isabella que corria de um lado pro outro. E como não tinha nada que poderia machucar, a gente só estava olhando ela, enquanto conversávamos sobre algumas coisas. Luisa me parecia estranha; talvez essa não seja palavra certa, mas ela estava diferente. Não sei o que aconteceu, mas depois da Isabella, eu passei a observar e entender tudo muito rápido.
– Vem cá, Luisa. Cê tá namorando né?
– O-o quê? – Gaguejou, e instantaneamente ficou vermelha – Tá doida?
– Alguém tapa o ouvido da Isabella, por favor! – Bruno colocou as mãozinhas no ouvido da pequena. – Ou você tá namorando, ou você tá dando. – A Marilia iniciou uma risada, e automaticamente, contagiou todo mundo.
– Sua chata, eu tô conhecendo uma pessoa. – Dei de ombros.
– Eu sabia.
– Como ele é? – Minha irmã perguntou comendo um pouco de pipoca. Marilia olhou pra ela franzindo o cenho, e Maraisa roubou um selinho dela. – Para de ser ciumenta. Só tô curiosa, nem gosto da fruta.
– Na verdade, você gosta sim.
– Ai meu Deus! – Falei alto.
– É uma mulher? – Bruno perguntou e Luisa assentiu.
– Vocês vão conhecer logo. O nome dela é Brenda. Ela é, linda. Ela é perfeita, na verdade.
– Você apaixonada é muito fofo. – Eu disse.
– E você Bruno? – Marilia perguntou, e o Bruno negou.
– Nadinha, amiga. Mais encalhado que tudo.
– Encalhado não, traumatizado! – Maraisa falou.
– E você, Maiara? – Neguei rápido.
– Deus me livre. Não quero um relacionamento nunca mais. Nem se me pagarem.
• • •
Estávamos voltando pra casa, Isabella estava muito chatinha, louca pra dormir. Fora a roupa, que com o passar dar horas foi ficando desconfortável e quente pra ela. Jhuly foi embora mais cedo, por reclamar de dores, e ela estava com febre. Depois que eu virei mãe, eu passei a observar mais as crianças. Observar as reações com algumas coisas, ou algumas falas. E durante o aniversário percebi os olhares dos filhos da Jhuly.
Embora ela deixe muitas coisas ocultas, eles sabem que tem alguma coisa errada. Sabem que a mãe deles está morrendo, e o pior, eles não podem fazer nada. E mesmo que ela se mostre forte, ela tá com medo. Muito medo. Admito que eu também estaria. Não me imagino morrendo, e deixando a minha bebê tão novinha, sem mim.
– Maiara? – Balancei a cabeça saindo do transe – Metade, tô te chamando faz tempo. O que foi?
– Só estava pensando na Jhuly. Nos filhos dela. E por um minuto, eu...
– Se imaginou na mesma situação que ela, e deixando a Isabella! – Maraisa concluiu.
– É! – Olhei pra pequenininha que estava dormindo no meu colo – Podem me prometer uma coisa?
– Não começa! – Minha irmã estendeu a mão pra me fazer parar de falar.
– Se alguma coisa acontecer comigo, algum dia, vocês vão cuidar da Isabella como se ela fosse filha de vocês!
– Maiara! – Marilia me repreendeu.
– Por favor!
– Tudo bem. A gente promete.
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Sempre foi ela
FanfictionAtenção⚠️: Essa é só mais uma história fictícia, e completamente autoral! Almira criava Maiara e Maraisa numa bolha, não podiam ter amigos meninos, não podiam sair com meninos, nem levá-los pra casa. Até Maiara convencer ela, a deixar a mesma n...