𝐏𝐀𝐑𝐀 𝐎 𝐐𝐔𝐄 𝐄𝐑𝐀𝐌𝐎𝐒 𝐀𝐍𝐓𝐄𝐒 (𝐞 𝐭𝐮𝐝𝐨 𝐝𝐞𝐩𝐨𝐢𝐬)

[𝐈𝐗]. 𝑴𝑨𝑰𝑺 𝑰𝑴𝑷𝑹𝑬𝑽𝑰𝑺𝑻𝑶𝑺 (𝑬́ 𝑶́𝑩𝑽𝑰𝑶)

PARECIA UMA IDEIA PERFEITAMENTE ACEITÁVEL para Belle a princípio.

Nada era mais terapêutico do que ter uma massagem facial e capilar. Ela não deixou ninguém tocar na cor do seu cabelo, entretanto. Não, de jeito nenhum. Amava o preto de azeviche e é assim que iria continuar.

Ela olhou para suas próprias unhas, que haviam sido recém-pintadas de preto com pequenas caveiras as decorando – por que havia pedido para ser decorado assim mesmo? Parecia haver um motivo engraçadinho por trás.

Enquanto andava, seu cabelo – mais brilhante e com as pontas cortadas – balançavam lindamente, recém hidratados. Olhando para o lado, Belle avistou uma loja que vendia roupas e joias e a atenção dela foi imediatamente atraída. Entrando, começou a pegar algumas roupas, vestindo uma calça jogger, colocou uma camisa gola alta branca que lhe caía um pouco grande, mas havia gostado do estilo então manteria. Colocando uma jaqueta de couro por cima, encarou satisfeita o resultado. Não trocaria seus sapatos; comprou mais alguns anéis, brincos e alguns colares, pronto. Estava tudo muito bom.

De repente ela sentiu fome. Sim, provavelmente estava na hora de comer, não?

Calmamente, fazia seu caminho até a próxima lanchonete, sentia como se sua cabeça estivesse cheia de algodão, mas não deu muita importância, quer dizer, provavelmente era a fome, já que não lembrava a última vez que comera uma refeição completa.

Então sentiu como se tivesse recebido um beijo estalado em sua nuca, a congelando no lugar, seus olhos arregalados.

Familiaridade. Foi o sentimento que sentira, mas não do tipo que ocorria quando já tinha estado naquele lugar, mas de família. Conexão familiar. Por que sentira isso ali de todos os lugares? Espera, família? Havia alguém da família dela ali?

Virando rapidamente a cabeça, Belle começou a escanear a multidão de pessoas, procurando por algo, alguém. Levantando-se do lugar de onde estava sentada, apressou seus passos, mas não havia nada ali. O que foi aquilo então? Belle estava ficando louca? Talvez a missão finalmente a enlouqueceu e-

Espera, missão?

De repente, foi como se tudo estivesse ficando quieto, todo o barulho cada vez mais distante. Naquele momento, Belle percebeu algumas coisas:

Em primeiro lugar: A missão. A missão que deveria estar completando no momento. A que tem negligenciado por provavelmente um dia agora.

Em segundo lugar: Os outros três provavelmente a abandonaram. O que estava tudo bem. Contanto que não estivessem naquele lugar que mexia com a cabeça, estava tudo bem. Seria até melhor que escapasse sozinha, chamaria menos atenção assim. Belle sabia para onde iriam, de qualquer maneira.

Em terceiro lugar: Aquela massagem facial realmente foi um milagre para as suas recém-adquiridas olheiras.

Rapidamente indo para o quarto em que estava hospedada, guardou todos os seus pertences. Indo até a frente do espelho, desamarrou a fita de cetim vermelha que estava em seu pulso e prendeu seu cabelo exatamente da maneira que estava antes de ter chegado lá. Verificando mais uma vez se estava tudo em seu devido lugar, saiu.

O ascensorista no elevador definitivamente começou a olhá-la estranho. Mas ao invés de começar algo que não tinha tempo para terminar, Belle apenas saiu rapidamente do elevador e fez seu caminho na direção das portas da frente.

E teria chegado até elas se não tivesse sido empurrada bruscamente para o lado. Ela fechou os olhos e estava pronta para se virar e lutar contra quem a estivesse impedindo de sair, mas parou no meio do caminho quando sentiu alguém apertando com força os seus braços.