[𝐒𝐈𝐃𝐄 𝐒𝐓𝐎𝐑𝐘: 𝟏]. 𝑺𝑶𝑩 𝑨 𝑪𝑯𝑼𝑽𝑨 𝑵𝑨 𝑷𝑹𝑰𝑴𝑨𝑽𝑬𝑹𝑨, 𝑬𝑵𝑪𝑶𝑵𝑻𝑹𝑶𝑺 𝑰𝑵𝑬𝑺𝑷𝑬𝑹𝑨𝑫𝑶𝑺

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— VOCÊ ESTÁ FERIDO — BELLE DISSE SUAVEMENTE enquanto olhava para o corvo caído no chão diante dela. Perguntava como se esperasse que a ave simplesmente abrisse seu bico e começasse a falar. Lhe dar algumas respostas.

Seus olhos estavam fixos nela, sem se desviar mesmo que estivesse lutando contra a gravidade e a dor, batendo sua única asa intacta de um jeito torto.

As brilhantes penas pretas escondiam o sangue. Se a ave não se movesse como se estivesse ferida, como se não estivesse lutando para não segurar sua asa quebrada, Belle nunca imaginaria que havia um animal ferido ali.

Estava chovendo. O que não era um acontecimento raro ali no Acampamento – ao menos, do lado de fora da barreira – e apesar de ser uma chuva fina, ainda era intensa o suficiente para deixar alguém rapidamente encharcado. O que era o atual estado de Belle, que estava passeando do outro lado da barreira. E em total segredo, claro. Ela fazia bastante isso no último ano. A ajudava a clarear a cabeça, já que não tinha ninguém com quem desabafar.

O corvo eriçou as penas em seu pescoço, em uma tentativa de parecer maior do que era, grasnando enquanto tentava desesperadamente se afastar de Belle, o que para ela era bem compreensível, quer dizer, era uma filha de Hades – aparentemente, tinha ...

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O corvo eriçou as penas em seu pescoço, em uma tentativa de parecer maior do que era, grasnando enquanto tentava desesperadamente se afastar de Belle, o que para ela era bem compreensível, quer dizer, era uma filha de Hades – aparentemente, tinha um constante cheiro de morte, o que deixava os animais desconfortáveis.

Um trovão suave ronronou em meio às nuvens, as gotas de chuva se acumulavam cada vez mais e pingavam pelo bico do corvo.

Aproximando-se lentamente e cautelosamente, Belle ergueu as mãos e se abaixou, apoiando todo o seu peso em seus calcanhares. Tentando ficar o mais próximo possível no nível da ave sem acabar com a barriga contra o chão. Se isso fosse necessário para ganhar sua confiança, então tudo bem, apesar de ela acabar um pouco enlameada no processo.

Ela já estava tendo dificuldades em tolerar a água da chuva sobre seu corpo.

Naquele momento, teve a certeza de que animais não precisavam exatamente serem convidados para dentro das barreiras, o que era o oposto dos monstros. Se ele tivesse se machucado ao bater contra a barreira, significava que era um monstro? Bom, de qualquer maneira, o corvo agora era um hóspede e estava ferido, precisava de ajuda.

— E bem machucado.

O corvo se contorceu, sua cabeça se inclinando em três maneiras diferentes, como se estudasse a expressão de Belle de todos os ângulos diferentes, como se isso fosse revelar toda e qualquer tipo de intenção maliciosa na luz certa. Bom, poderia lhe olhar da maneira que quisesse, não importava. Ela ainda precisava tirá-lo da chuva, entretanto.

Começou a desenrolar o cachecol grosso de tricô em volta do pescoço - uma das primeiras peças que fez, que era um péssimo trabalho, já que ainda estava aprendendo - e falava em voz baixa, em um esforço para manter o pássaro calmo.

— Não acho que posso dar Ambrosia e Néctar para um pássaro... Mas acho que posso ajudar... Você vai se recuperar muito mais rápido e poderá ir embora bem rápido também, mas terei que te levar para dentro, te secar e te aquecer até que a chuva passe — preparada com o longo cachecol dobrado, Belle avançou alguns passos, dando ao corvo tempo o suficiente para que se afastasse se quisesse. Quando isso não aconteceu, diminuiu a distância e murmurou: — Só... Não me bique, okay?

𝐏𝐀𝐑𝐀 𝐎 𝐐𝐔𝐄 𝐄𝐑𝐀𝐌𝐎𝐒 𝐀𝐍𝐓𝐄𝐒 (𝐞 𝐭𝐮𝐝𝐨 𝐝𝐞𝐩𝐨𝐢𝐬)Onde histórias criam vida. Descubra agora