𝐏𝐀𝐑𝐀 𝐎 𝐐𝐔𝐄 𝐄𝐑𝐀𝐌𝐎𝐒 𝐀𝐍𝐓𝐄𝐒 (𝐞 𝐭𝐮𝐝𝐨 𝐝𝐞𝐩𝐨𝐢𝐬)

[𝐗𝐈𝐈]. 𝑨𝑷𝑹𝑶𝑿𝑰𝑴𝑨𝑪̧𝑨̃𝑶 𝑳𝑬𝑵𝑻𝑨, 𝑪𝑶𝑵𝑻𝑰́𝑵𝑼𝑨 𝑬 𝑭𝑰𝑹𝑴𝑬

— ENTÃO É AQUI QUE VOCÊ ESTÁ? — uma voz chamou a atenção de Belle e ao se virar, se depara com Annabeth Chase.

— Chase... — Belle se levantou e foi até a filha de Atena. Quer dizer, se ela já estava de pé, significava que já estava bem o suficiente para que o rígido médico do Acampamento e Conselheiro Sênior do Chalé Sete, Lee Fletcher, a liberasse. Apesar disso, Belle ainda gostaria que a filha de Atena não se esforçasse tanto. — Como você está?

Estranhamente divertida, Annabeth cruzou os braços. Seus olhos cinzas brilhavam, o que tornou um pouco difícil de se concentrar no que ela dizia.

Belle piscou, confusa. Seu peito pareceu estranho e de repente, tinha a sensação de que havia feito algo errado.

— Eu é que deveria estar te perguntando isso. Fiquei sabendo que teve que carregar o fardo de Atlas.

Belle deu de ombros, ainda se sentindo estranhamente desconsertada.

— Não tive outra alternativa, mas no fim estou bem, então... agora, que tal se sentar, Chase? — Belle a guiou e juntas, se sentaram ladeadas. A filha de Atena apoiou no colo um pacote embrulhado que tinha consigo. — Vejo que seus ossos se recuperaram completamente.

— O poder da Ambrosia — ela movimentou seu tornozelo. E depois de alguns segundos, limpou a garganta, hesitante. — Eu fiquei sabendo que... que o Luke...

Ah... é óbvio que ela queira falar sobre isso... eu acho.

— Me sequestrou? — Belle completou suavemente. — Foi, foi sim. Foi... bom, certamente um dos momentos mais marcantes da minha vida...

Annabeth engoliu em seco.

— Percy me disse que ele sobreviveu à queda do penhasco. Ele me disse o que ele fez, quer dizer, eu sei o que ele fez, mas ainda assim... ainda assim-

— Você acha que ele está sendo controlado por Cronos — Belle completou mais uma vez. Sentindo-se estranhamente paciente. — Bom... eu também acho isso. Ao menos em partes.

Com isso, ela ganhou um olhar chocado de Annabeth.

— Você... você concorda?

— Bom, quem teve que escutar o discurso repetitivo dele por vários dias foi eu, então... — ela deu de ombros. — Mas talvez nem seja eu falando, talvez no final ele tenha conseguido o que queria, que era me afetar com suas palavras. De qualquer forma, concordo que foi influenciado por Cronos, mas só em partes.

— Em partes?

Os dedos de Belle mexiam distraídos no seu anel de rubi.

— Eu imagino que o desejo dele de mudança é legítimo. Realmente deseja o melhor para todos os meios-sangues. Consegui ver isso. Porém, o desejo dele de destruir o Olimpo e os deuses também é legítimo. Provavelmente isso começou com Hermes. O ponto é que, por um bom tempo, a vontade genuína de mudança sobrepôs a da destruição, ao menos, até Cronos entrar em cena.

— "Por um bom tempo, a vontade da mudança sobrepôs a de destruição" ... é?

— Até Cronos distorcer tudo e usar sua vontade contra ele. É triste, de verdade, porque o objetivo dele no fundo é nobre. Contudo, é como eu disse, só acredito parcialmente que está sendo controlado por Cronos. Porque é como eu disse, o desejo por destruição sempre esteve ali, só aflorado pelo Lorde Titã, alimentado pela falsa sensação de força e justiça que o discurso meia-boca daquele quebra-cabeça o deu. E é isso que permite com que simplesmente passe por cima de quem tiver que passar...