[𝐕𝐈]. 𝑬 𝑨 𝑪𝑶𝑹𝑨𝑮𝑬𝑴 𝑫𝑬 𝑩𝑬𝑳𝑳𝑬 𝑷𝑬𝑹𝑴𝑨𝑵𝑬𝑪𝑬 𝑰𝑵𝑻𝑨𝑪𝑻𝑨

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ERA INCRÍVEL COMO A PERCEPÇÃO DO tempo de uma pessoa que segurava toneladas em suas costas era facilmente influenciada.

No início, cada segundo passava agonizantemente lento. Sempre quando Belle pensava que estava se acostumando com o peso, o teto racha um pouco mais, empilhando mais peso em cima dela ao ponto de que quase é esmagada como um inseto. Depois que esse ciclo se repetira uma centena ou mais de vezes, imaginou que provavelmente um tempo considerável se passou – as conversas dos membros do Exército de Cronos entre si enquanto passavam também ajudava razoavelmente na noção da passagem do tempo.

Nunca em toda a sua vida Belle acharia que ficaria tão aliviada ao ouvir dracaenae de todas as coisas fazendo planos para o jantar – nojentos, diga-se de passagem.

Luke havia dito que sua "ajuda" estava chegando. Belle não sabia que pobre alma ficaria presa bem onde estava a seguir, mas sinceramente não achava que alguém fosse vir – considerando a maneira como desaparecera, duvidava que o Sr. D fosse autorizar uma missão de resgate, e sinceramente, não conseguia ficar com raiva dele por isso, quer dizer, duvidava que houvesse alguma pista com a que pudessem trabalhar para ajudá-la, até porque, sempre foi muito cuidadosa para que não fosse seguida, para que nenhum vestígio dela ficasse para trás – o que a fez perceber que, aparentemente, não fez o suficiente se estava naquela situação. De qualquer forma, se Belle tivesse que ter ajuda em carregar esse peso, não desejava que mais ninguém além de Luke fizesse isso.

O problema, era que se continuasse daquele jeito, tinha certeza de que morreria.

Belle estava exausta. Suas pernas tremiam, ameaçando ceder a qualquer momento. Seus ossos pareciam estar pegando fogo, ao mesmo tempo que pareciam estar sendo derretidos por ácido sulfúrico.

À sua frente, um trono de mármore preto foi estrategicamente colocado nas sombras para que quem estivesse sentado nele não fosse completamente visível, a menos que Belle chegasse muito perto. Ugh, e eu pensando que os Olimpianos eram os dramáticos. Parecia estranhamente com o trono daquela famosa estátua de Abraham Lincoln, embora um pouco menor em tamanho. Felizmente, estava longe o suficiente para que ela não precisasse olhar para a cara feia de quem quer que ocupasse aquele trono.

Seus olhos estavam fechados por um tempo quando ouviu o barulho de correntes se aproximando. O som parou alguns metros à sua frente. Belle – cada vez mais fraca – teve que forçar seus olhos a abrirem para ver o que estava prestes a acontecer.

Naquele momento, pensou que teria que tolerar mais longos minutos onde era insultada por aqueles monstros patéticos sem poder fazer nada para retaliar.

Eles tinham sorte que ela estava presa lutando por sua vida. Do contrário...

Mas, tudo bem. Quando saísse dali, caçaria um por um todos aqueles monstros e os mandaria para o Tártaro com os seus melhores cumprimentos – os faria amaldiçoarem o dia que decidiram se unir à Cronos.

Belle cresceu com Quíron lhe falando o quão perigoso eram as Crianças dos Três Grandes, que sempre deveria ter cuidado com cada decisão tomada, pois ela tinha o poder de realizar mudanças significativas na maneira como a Civilização Ocidental funciona. E era justamente por causa disso, que ela teve todo o zelo de aprimorar suas habilidades, procurar não se envolver muito em conflitos e afins, viver uma vida bem quieta, bem imóvel mesmo. Acontece, que agora, a sua honra foi ferida e Belle não lidava muito bem com agressões diretas à sua dignidade.

Ela foi tirada de seus pensamentos sombrios quando uma garota de cabelos avermelhados foi empurrada para a frente por uma mão enorme. Ela tinha correntes de bronze celestial prendendo suas mãos e pés, como uma prisioneira medieval. Seu vestido prateado estava rasgado e esfarrapado. Seu rosto e braços foram cortados em vários lugares, sangrando icor, o sangue divino.

𝐏𝐀𝐑𝐀 𝐎 𝐐𝐔𝐄 𝐄𝐑𝐀𝐌𝐎𝐒 𝐀𝐍𝐓𝐄𝐒 (𝐞 𝐭𝐮𝐝𝐨 𝐝𝐞𝐩𝐨𝐢𝐬)Onde histórias criam vida. Descubra agora