[𝐗𝐈𝐕]. 𝑴𝑨𝑰𝑺 𝑷𝑬𝑹𝑮𝑼𝑵𝑻𝑨𝑺 𝑫𝑶 𝑸𝑼𝑬 𝑹𝑬𝑺𝑷𝑶𝑺𝑻𝑨𝑺

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BELLE SEGUIA SILENCIOSAMENTE ATRÁS de Hades, que caminhava sem pressa alguma em direção à área dos Julgamentos. Finalmente, havia chegado a vez de ser decidido o que aconteceria com o inventor Dédalo, o filho da deusa Atena.

Era a primeira vez que Belle estaria acompanhando até o final algum Julgamento. Na primeira vez, ela havia apenas acompanhado o final e só na companhia do pai. Após se sentar, logo ao lado do deus em uma cadeira menor e Nico bem do outro lado e que olhava ao redor com a mesma curiosidade que a própria Belle teve na primeira vez.

E então, o Julgamento começou.

Sinceramente, Belle não prestou muito a atenção no que era dito em cada avaliação dos Juízes sobre Dédalo, estava mais concentrada esperando sua oportunidade, que veio.

— ... Mergulhado em fondue de queijo pela eternidade! — Minos exclamou. Seus olhos brilhavam de uma maneira maníaca. Belle apenas poderia imaginar o quão animado ele estaria em poder continuar atormentando o inventor.

Na verdade, ela poderia imaginar sim, considerando o quão animada ela estava em poder frustrar isso.

— Meu Senhor — Belle chamou suavemente, atraindo a atenção do deus. — Por que o senhor não decide a punição? Até porque, o que Dédalo fez ofende diretamente ao senhor. Como imagino que tenha sido apontado pelas Excelências, ele zombou da sua capacidade de administrar o Mundo Inferior.

Minos riu. Tentando soar leve ao mesmo tempo em que mantinha uma certa zombaria.

— Terceira princesa! Não há necessidade! Eu posso cuidar disso.

— Imagino que sim — Belle disse calmamente. — Mas Lorde Hades decide o destino das almas que vieram sob condições extraordinárias. E alguém que enganou a morte por tanto tempo e conspirou contra o Senhor dos Mortos se encaixa perfeitamente em uma "condição extraordinária", Vossa Excelência não concorda?

— É claro que sim! Mas Lorde Hades não precisa se preocupar com tamanha insignificância. Eu entendo que a Princesa se atenha aos mínimos detalhes, mas não pode exigir como as coisas devem funcionar aqui, mas novamente, eu entendo, até porque é nova, mortal e não deve saber muito o que faz-

— Não sei o que eu faço? Devo lembrar-lhe, Minos, que comecei a ajudar Lorde Hades aos 12 anos de idade a pedido dele. E não acho que seja de bom tom fazer pouco caso das decisões dele. Até porque, como imagino que saiba, afirmar que não sei o que eu faço é duvidar da capacidade de julgamento do seu senhor, que me colocou na posição em que estou, me atribuindo tarefas de certa importância - ela inclinou a cabeça levemente, fazendo questão de manter sua voz tranquila e suave. — Deduzo que não seja a sua intenção, certo? Atente-se às suas palavras. Não estou exigindo nada, é apenas uma sugestão. Não é minha culpa se não sabe diferenciar uma da outra.

— É o suficiente — a voz de seu pai ecoou, calando quaisquer que fossem os burburinhos e o começo de uma possível discussão. — Eu escutei o lado de todos, que trouxeram pontos muito pertinentes. É de uma decisão unânime que Dédalo irá para os Campos de Punição, não?

Para isso, houve uma concordância silenciosa. Belle se manteve em silêncio, com a postura ereta, pois até podia ser filha do Senhor do Submundo, mas não mudava o fato de que tinha que ter cuidado na hora de expressar suas opiniões, até porque ainda era viva, portanto, não tinha direito a uma voz muito ativa. De qualquer maneira, apesar de se tratar de um meio-sangue, não havia como negar as coisas que fizera. Cúmplice de assassinato, assassinato, evitar a morte e conspiração contra os deuses. Eram coisas pesadas para se ir apenas para os Campos de Asfódelos e mesmo que tivesse se sacrificado no final, era pouco para lhe garantir o Elísio considerando o que fizera – evitar a morte e assassinato definitivamente pesavam. Belle olhou para Dédalo, que até então, estava calado.

𝐏𝐀𝐑𝐀 𝐎 𝐐𝐔𝐄 𝐄𝐑𝐀𝐌𝐎𝐒 𝐀𝐍𝐓𝐄𝐒 (𝐞 𝐭𝐮𝐝𝐨 𝐝𝐞𝐩𝐨𝐢𝐬)Onde histórias criam vida. Descubra agora