[𝐕]. 𝑫𝑬𝑪𝑰𝑺𝑶̃𝑬𝑺 𝑸𝑼𝑬𝑺𝑻𝑰𝑶𝑵𝑨́𝑽𝑬𝑰𝑺 𝑬 𝑺𝑬𝑮𝑼𝑰𝑵𝑫𝑶 𝑬𝑴 𝑺𝑬𝑮𝑹𝑬𝑫𝑶

506 78 73
                                    

— ENTÃO VOCÊ PRETENDE FUGIR... — ANNABETH disse.

— É injusto que eles não me deixem ir. Sou eu quem sonhou com isso... Sou eu quem deveria estar procurando por ela... eu a decepcionei. Quer dizer, ela disse que confiava em mim, então-

— É você quem deveria estar procurando por ela... é isso?

Parando de remexer as contas da pulseira, Percy olhou para Annabeth, que tinha a testa franzida, em óbvio incômodo.

— Não é justo deixá-la à própria sorte, você sabe.


Como é que ele veio parar dentro do Chalé de Hermes? Não tinha ideia, mas estava grato que o lugar estava vazio, assim não teve que vir com nenhuma desculpa mirabolante que justificaria sua presença ali. Ao continuar andando pelo lugar, enquanto tentava achar uma razão para sua atitude imprevista, não percebeu o momento em que havia travado no lugar; seus olhos estavam presos em uma cama forrada com confortáveis lençóis com pequenas caveiras estampadas sinceramente, aquela garota era irritante o suficiente para fazer algo assim - depois foram para as botas de combate no chão, parcialmente encobertos pela cama, então para os livros, cadernos de desenho e por fim, bordados e peças de tricô e crochê inacabados. Era surpreendente que ela conseguia se orientar ali tendo TDAH e dislexia; naquele pequeno espaço que lhe cabia.

Apesar do ambiente caótico, o rosto de Percy permanecia inexpressivo e quem visse de fora, não poderia imaginar a magnitude de sua agitação interior; reconsiderou a sugestão de Quíron sobre o seu retorno para casa, para a companhia sensata de sua mãe... talvez... talvez fosse melhor sair daquele Chalé, antes que enlouquecesse completamente.

Suspirando, mudou seu olhar uma última vez e acabou o focando na mesa de cabeceira. Seus olhos se arregalaram, olhos azul-mar grandes em surpresa. Sem pensar muito, sua mão livre se estendeu e alcançando a pequena mesa, envolveu o objeto, e com força, o conteve na palma da mão. Ao abri-la, observou atentamente a pulseira de contas que tinha diante de si. Percy bufou, contra sua vontade, seu coração começou a acelerar em sua caixa torácica  por quê? Ele não tinha ideia, talvez realmente estivesse morrendo antes dos 16 anos , Bella havia tirado aquela coisa do pulso antes de ir dar o seu passeio, então; queria sorrir, mas para quem sorriria... Queria provocá-la, mas ela não estava por perto. Não querendo encontrar ninguém e muito menos falar com ninguém, colocou a coisinha no bolso e saiu do Chalé.


Annabeth comprimiu os lábios.

— Eu sei. É só... — ela suspirou. — Você vai se meter em muitos problemas, você sabe. Talvez pode até ser expulso...

— ... Não seria a primeira vez...

Ela revirou os olhos.

— Eu sei muito bem que não importa o que eu diga à essa altura, não vai te fazer mudar de ideia, porque você é teimoso assim. Se está pensando em ir escondido nessa missão de qualquer jeito, então vá. Deve ter tido um motivo para que tivesse tido esse sonho com a Bella — Annabeth deu de ombros e apesar do movimento tranquilo, Percy percebeu que ela parecia um pouco rígida e ele imaginou se algo no corpo dela ainda doía. — Se você acha que é sua responsabilidade salvá-la, o que eu posso fazer, não é mesmo? Apenas tenha certeza de trazê-la inteira, então.

— Vem comigo? — ele perguntou, o que não seria exagero dizer que não surpreendeu Annabeth.

O que a deixou com um feliz sentimento quente por dentro.

Um pequeno sorriso veio aos seus lábios.

— Oh, Percy — ela suspirou. — Eu não posso. Não tenho só o osso do tornozelo quebrado, afinal. Aquela quase queda do penhasco foi bem feia, e você sabe bem, até porque estava lá. Quíron disse que é necessário paciência na hora de remendar ossos, então não há muito o que eu possa fazer. Se eu estivesse completamente recuperada, certamente iria, porque definitivamente precisa de ajuda para não estragar tudo.

𝐏𝐀𝐑𝐀 𝐎 𝐐𝐔𝐄 𝐄𝐑𝐀𝐌𝐎𝐒 𝐀𝐍𝐓𝐄𝐒 (𝐞 𝐭𝐮𝐝𝐨 𝐝𝐞𝐩𝐨𝐢𝐬)Onde histórias criam vida. Descubra agora