[𝐈𝐕]. 𝑼𝑴 𝑴𝑬𝑹𝑮𝑼𝑳𝑯𝑶 𝑻𝑹𝑨𝑵𝑺𝑭𝑶𝑹𝑴𝑨𝑫𝑶𝑹 𝑨𝑵𝑻𝑬𝑺 𝑫𝑶 𝑷𝑶𝑺𝑺𝑰́𝑽𝑬𝑳 𝑭𝑰𝑴 𝑫𝑶 𝑴𝑼𝑵𝑫𝑶

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ASSIM QUE NICO FOI FICANDO PARA trás conforme eles se aproximavam do destino deles, Percy começou a achar cada vez mais estranho.

— Você está bem? — Percy o perguntou.

— Estou ótimo. — O que era aquela expressão no rosto dele... dúvida? Percy arriscou um olhar rápido para Belle, mas ela parecia tão perdida com o comportamento de Nico quanto Percy. — Apenas continue andando.

Não era como se Percy tivesse muita escolha, de qualquer forma. Apenas continuou seguindo Sra. O'Leary para dentro das profundezas. Depois de outra hora, começou a escutar o barulho de um rio. Finalmente, emergiram na base de um penhasco, numa planície de areia vulcânica preta. À direita deles, o Rio Estige irrompia das pedras e rugia para baixo por uma cascata de corredeiras. À esquerda deles, bem longe na escuridão, fogueiras queimavam nas plataformas de Érebo, as grandes muralhas negras do reino de Hades.

Percy estremeceu. Estivera ali pela primeira vez quando tinha doze anos, e somente a companhia de Belle, Annabeth e Grover havia o dado coragem para continuar indo em frente. Nico até não podia ser de muita ajuda no quesito "coragem" – pois parecia pálido e preocupado –, então estava mais do que feliz em ter Bella ao lado dele mais uma vez, a tranquilidade dela, assim como antes, conseguia ser contagiosa.

Apenas a Sra. O'Leary estava feliz. Ela correu ao longo da praia, pegou aleatoriamente um osso de uma perna humana, e voltou para Percy, largando o osso aos seus pés, esperando que o jogasse.

— Hum, talvez depois, garota. — Percy olhou fixamente para as águas escuras, tentando segurar seus nervos. — Então, Nico... como nós fazemos isso?

― Temos que entrar pelos portões primeiro ― ele disse.

― Mas o rio está bem aqui.

Eu sei. Acontece que tenho que pegar uma coisa, para minha irmã e para mim. É o único jeito.

Nico saiu marchando em frente sem esperar. Percy franziu a testa e olhou para Bella, que estava ao lado dele. Ela ainda parecia confusa, mas ao contrário de Percy, estava menos hesitante, seguindo Nico sem demora. O garoto não tinha mencionado nada sobre passar pelos Portões do Palácio de Hades, mas como Percy não tinha mais a mínima ideia do que fazer, não teve outra alternativa que não fosse seguir atrás. Começou a caminhar lentamente em direção aos grandes portões negros.

Filas de mortos estavam do lado de fora esperando para entrar. Deve ter sido um dia ocupado para funerais, porque até mesmo a fila da MORTE EXPRESSA estava lotada.

A Sra. O'Leary latiu e antes que Percy pudesse pará-la, ela saltou em direção ao ponto de inspeção de segurança. Cérbero, o cão de guarda de Hades, saiu da escuridão. Como sempre, ele era tão grande, que fazia a Sra. O'Leary parecer um poodle de brinquedo. Cérbero era metade transparente, então é realmente difícil vê-lo até que se estivesse perto o bastante para matar, mas ele agiu como se não se importasse com a presença deles – até mesmo não olhando para Bella e Nico – pois estava muito ocupado dizendo olá para a Sra. O'Leary.

― Sra. O'Leary, não! ― Percy gritou para ela. ― Não cheire... Oh, cara.

Nico sorriu. Então olhou para Percy e sua expressão se tornou séria novamente, como se tivesse lembrado de algo desagradável.

― Venha. Eles não vão nos dar problema algum na fila. Você está comigo e com a Elle.

Percy franziu a testa.

― É mesmo? Na última vez que estive aqui, a Bella também estava, mas tivemos que correr.

― Isso é porque eu era nova, ― Bella disse e deu de ombros. ― Ainda não sabia muito bem o que eu podia fazer... me arrependo disso, porque se tivesse me preocupado em aprender logo sobre o que eu podia fazer, não teríamos tantas dificuldades assim naquela missão.

𝐏𝐀𝐑𝐀 𝐎 𝐐𝐔𝐄 𝐄𝐑𝐀𝐌𝐎𝐒 𝐀𝐍𝐓𝐄𝐒 (𝐞 𝐭𝐮𝐝𝐨 𝐝𝐞𝐩𝐨𝐢𝐬)Onde histórias criam vida. Descubra agora