[𝐒𝐈𝐃𝐄 𝐒𝐓𝐎𝐑𝐘 𝟓]: 𝑼𝑴 𝑭𝑨𝑽𝑶𝑹 𝑷𝑨𝑹𝑨 𝑼𝑴 𝑫𝑬𝑼𝑺 (𝑸𝑼𝑨𝑳 𝑨 𝑵𝑶𝑽𝑰𝑫𝑨𝑫𝑬?)

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TUDO ESTAVA PACÍFICO DEMAIS, O que não era em absoluto ruim! Quer dizer, após o Olimpo ser salvo e com ele toda a Civilização Ocidental, foi bom para Percy poder desfrutar de um pouco de tranquilidade. Poder desfrutar do fato de que o mundo não acabou quando fez 16 anos, que ele não morreu aos 16 anos de idade. Assim como ele, outras pessoas puderam viver para ver outro nascer do sol.

Entretanto, mesmo diante da tranquilidade, relaxado era a última coisa que Percy se sentia. No último mês, tudo o que parecia sentir era a ansiedade, como se algo grande faltava. Normalmente, teria ignorado e seguido com sua vida como todas as outras vezes, mas não desta vez, principalmente quando sabia quem era a causa disso... era Isabelle. Nem Annabeth e nem ele tiveram qualquer notícia dela desde o momento na floresta após a derrotara de Cronos e mesmo que o recém-feito Chalé de Hades foi totalmente desenvolvido por ela – claro, com o projeto sendo desenvolvido por Annabeth –, toda a construção havia sido supervisionada por Nico até o final, com ela não pisando uma única vez no Acampamento. 

Ou talvez estivesse estado. Sempre foi muito boa em se esconder, afinal.

Percy sentia que finalmente havia enlouquecido.

Annabeth, que a conhecia a mais tempo, o dizia que ela apenas precisava de tempo – o que era justo –, mas ao mesmo tempo em que conhecia Bella a mais tempo, Percy também conhecia Annabeth o suficiente para saber que estava tentando manter sua ansiedade sob controle.

Enquanto ainda estava perdido em pensamentos, uma súbita luz o fez piscar; era como se alguém tivesse virado um espelho na direção do seu rosto. Tirado de dentro de sua mente, olhou em volta e viu um caminhão de entregas marrom estacionado no meio do grande gramado, onde carros não eram permitidos. Nas laterais do caminhão havia as seguintes palavras: HERNIAS DE EXPRESSÃO. Piscando confuso, Percy tentou reorganizar sua mente. Como sempre, sua dislexia atrapalhava a compreensão imediata das palavras. Ao olhar novamente e com mais calma, finalmente pôde entender o que de fato estava escrito: HERMES EXPRESS.

Ah, ótimo, ― Percy resmungou. ― Uma mensagem.

Apesar do protesto, não era como se estivesse realmente chateado. Pois, querendo ou não, sentia que precisava de uma maneira efetiva para se distrair dos problemas que sua própria mente estava criando. Enquanto ainda olhava, o motorista estava descendo. Ele usava uma camisa de uniforme marrom, bermuda, meias pretas e chuteiras. Os cabelos grisalhos e encaracolados escapavam pelas beiradas do boné marrom. Ele parecia ter trinta e poucos anos, mas Percy sabia por experiência que, na verdade, tinha cinco mil e poucos. Hermes. Mensageiro dos deuses. Amigo pessoal, distribuidor de missões heroicas e causa frequente de terríveis dores de cabeça.

Ele parecia aborrecido. Ficava batendo nos bolsos e retorcia as mãos. Ou perdera alguma coisa importante, ou havia exagerado no Starbucks do Monte Olimpo. Finalmente, ele viu Percy e o chamou. Isso podia significar várias coisas. Se estava trazendo pessoalmente uma mensagem dos deuses, era má notícia. Se queria alguma coisa de Percy, também era má notícia.

De qualquer forma, não havia de jeito nenhum que essa pequena visita acabasse bem para Percy.

Como se cumprimenta um deus? Se há um guia de etiqueta para isso, Percy nunca o leu. Nunca sabia se deve apertar a mão, se ajoelhar, fazer uma reverência ou gritar: "Não somos dignos de sua presença!" Sem contar que ele conhecia Hermes melhor do que a maioria dos Olimpianos. Ao longo dos anos, o tinha ajudado várias vezes. Infelizmente, no último verão, Percy havia lutado contra seu filho semideus, Luke, que fora corrompido pelo Titã Cronos, em um combate mortal pelo destino do mundo. A morte de Luke não havia sido inteiramente culpa de Percy, mas de qualquer forma, prejudicara seu relacionamento com Hermes.

𝐏𝐀𝐑𝐀 𝐎 𝐐𝐔𝐄 𝐄𝐑𝐀𝐌𝐎𝐒 𝐀𝐍𝐓𝐄𝐒 (𝐞 𝐭𝐮𝐝𝐨 𝐝𝐞𝐩𝐨𝐢𝐬)Onde histórias criam vida. Descubra agora