[𝐈𝐈]. 𝑪𝑶𝑵𝑻𝑹𝑨 𝑨 𝑽𝑶𝑵𝑻𝑨𝑫𝑬, 𝑼𝑴 𝑷𝑶𝑼𝑪𝑶 𝑫𝑬 𝑺𝑼𝑨𝑽𝑰𝑫𝑨𝑫𝑬

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... BELLE ESTÁ... APENAS IMAGINANDO... Certo? Quer dizer, o som havia sido tão fraco e rápido, que não tinha certeza se de fato aconteceu.

Psiu!

Àquela altura, Belle não era mais uma estranha para vozes de passagem; de fantasmas curiosos. A energia ocasionalmente se aproximava dela, era normal – apesar de ela achar improvável que algum deles passasse a barreira que cercava o Acampamento, mesmo que estivessem curiosos a respeito da filha de Hades. Tratando como se tivesse sido exatamente aquilo, se recusou a fazer um único movimento que indicasse que havia escutado alguma coisa. Ter que lidar com um fantasma andarilho irritante realmente não estava nos planos dela para aquela noite, não quando estava tão disposta a deitar e a dormir, descansar sua mente.

Não houve uma mínima contração nos músculos de seu rosto ou uma pequena pausa em sua respiração que fosse o suficiente para denunciá-la. Como Belle fazia todas as noites, permanecia deitada de costas, os dedos parcialmente cruzados, as mãos descansando sobre seu estômago.

PSSS.

Sensacional.

O segundo chamado foi tão cheio de urgência que Belle não tinha como dizer que era apenas uma alucinação auditiva. De repente, ela está cheia de pavor. E não foi pela possibilidade de que ao abrir os olhos, encontraria uma entidade pairando sobre ela. Honestamente, Belle meio que desejava que fosse isso o que a aguardava. Ao menos assim estaria mais interessada.

Mas não, Belle sabia que o som veio de ninguém menos que a pequena criaturinha que dormia na cama ao lado dela. Após essa realização, não havia como deixar de estar totalmente ciente de sua pequena presença bem ao lado de sua cama.

Belle tinha que dar crédito a ele, entretanto. Em nenhum momento o ouviu se aproximar – para ela, a fim de continuar com suas andanças, meio que teve que se acostumar a acampar e dormir ao ar livre, portanto, condicionou uma parte do seu cérebro a sempre permanecer alerta para qualquer presença que se aproximasse dela; assim nunca seria pega desprevenida.

Era impressionante que apesar disso, Nico Di Angelo conseguira se aproximar sem ser imediatamente notado... um passo silencioso como o dela? Essa era a primeira vez que via alguém que conseguia fazer o mesmo.

— O que?

Nico fica tenso, sua mão volta para o lado de seu corpo. Ele estava apenas questionando se Belle ainda estava viva, a julgar pelo seu peito que mal subia e sem saber o que fazer depois da sua falta de resposta, pensou que dar uma pequena cutucada nela provocaria uma reação, mas pela frieza em seu tom de voz, ficou feliz por não ter testado isso.

— A... a estátua... — Nico não se atreveu a olhar para a peça de mármore, o olhar fixo no inexpressivo de Belle.

— O que que tem a estátua?

— Piscou.

Nico esfrega as palmas das mãos suadas nas calças do pijama, não sabendo bem o que sentir quando tinha uma estátua de um deus grego o olhando.

Nas últimas noites, enquanto estava deitado em sua cama, sempre voltava para a mesma conclusão. Ele não poderia ser o único que achava que dormir em um quarto com uma estátua estranha era meio assustador.

Claro, era apenas pedra, mas às vezes parecia que estava o olhando. Ele pensou que estava apenas imaginando a princípio. Bianca o disse que tinha o hábito de se assustar à toa, mas isso não o impediu de dormir com os lençóis sobre a cabeça.

Esta noite, porém, no delírio de um despertar aleatório, cometeu o erro de olhar. Sua visão era nebulosa, mas tinha certeza do que via. A estátua piscou. Limpo e rápido como se fosse suposto desde sempre fazer aquilo. Foi mais do que já viu Belle piscar, e ele já está no mesmo Chalé que ela há dois dias.

𝐏𝐀𝐑𝐀 𝐎 𝐐𝐔𝐄 𝐄𝐑𝐀𝐌𝐎𝐒 𝐀𝐍𝐓𝐄𝐒 (𝐞 𝐭𝐮𝐝𝐨 𝐝𝐞𝐩𝐨𝐢𝐬)Onde histórias criam vida. Descubra agora