CAPÍTULO 48
POV ÍSIS
Inferno. É a primeira palavra que vêm à minha mente. Todo aquele inferno fora real. Eu não queria ter acordado. Preferia mil vezes continuar dormindo, nessa poltrona, e jamais acordar para a realidade da qual eu não reconheço. Minha vida não é essa, meu quarto não é esse. Não Ísis, essa é a sua nova realidade, apenas aceite.
Deitada na poltrona inclinável, sem coragem para levantar, vejo Cody dormindo na cama. Ele parecia bem, apesar das dores. Na noite anterior ele pediu para que eu dormisse no quarto de hóspedes, mas eu precisava ficar de olho nele, por medo das contusões terem sido mais graves do que aparentava ser.
O homem parecia um anjo dormindo, não roncava, não ocupava um espaço exorbitante da cama. Na verdade a cama parecia intacta. Ele parecia sonhar com algo bom, visto a feição tranquila que ele tinha. Bom, pelo menos um de nós dormira bem.
Levantei com cautela, buscando não acordá-lo. Fui até ele, coloquei a mão em sua testa com delicadeza e para minha felicidade, não havia sinais de febre. Em seguida saí do quarto, fechando a porta com calma. Chegando na cozinha, procurei alguns ingredientes para preparar um café da manhã. Ontem Cody me disse que poderia ficar à vontade, então creio que ele não se importe. Fiz algumas panquecas com mirtilo, ovos com bacon e passei um café. Sei que para muitos não combina, mas eu simplesmente amo.
Eu não estava com fome, a tristeza tomava conta de mim de tal forma que eu não pensava em mais nada, mas não posso me deixar abalar, senão irei encerrar o dia as oito da manhã, deitada numa cama com um pote de sorvete de dois litros ao meu lado. Sendo assim comi um pouco e deixei o café de Cody pronto e coberto. Procurei um papel e caneta, na intenção de lhe deixar uma mensagem para quando acordar.
"Bom dia loirinho. Deixei um café nada harmonioso para você. Espero que não se importe com essa mistura, mas você sabe que meu paladar não é normal. Enfim, muito obrigada por ter sido um amigo tão bom, tão solícito e por ter me instruído à fazer o certo.
Você não tem ideia de como sou grata por poder contar com você. Quando puder, me mande mensagem, me diga como está, por favor.
Estou indo para o PC, pois preciso esvair qualquer tristeza e ódio. E qual a melhor forma de fazer isso, senão treinando, não é mesmo?
Até logo, pesadelo americano."Para minha sorte, no meu armário do Performance Center havia um conjunto para treino, pois sinceramente não tenho um pingo de vontade de ir no apartamento da Rhea para buscar minhas coisas. Hoje irei focar em mim e apenas isso importa. Não posso deixar Rhea destruir o pouco de estabilidade que eu tenho.
Assim que chego ao local, vejo de longe minhas meninas, seus cabelos em rabos de cavalo e roupas de treino. Com elas estavam os garotos. Meu Deus, que saudade eu estou da vida que eu perdi. Vê-los de longe parece uma miragem de um sonho. Lembranças de momentos com eles passam pela minha mente e eu só tenho vontade de chorar. Por que eles não me contaram? Eu com certeza perdoaria, afinal eles não me conheciam tão bem. Mas porque levaram tão longe?
Enquanto eu me perdia em pensamentos e lembranças que causam saudade, as ruivas correm em minha direção. Elas não pareciam animadas, como sempre quando me viam chegar. O peso de tudo o que eu estivera vivendo está pairando sobre todos.
Gisele: Meu amor, você apareceu. - Gi me abraçou forte, tal abraço que eu precisava a muito tempo. Tudo o que eu queria era desabar em seus braços. Mas eu não conseguia me permitir à isso, não mais. - Como você está? Desculpe. Que pergunta idiota.
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Perdition And Innocence _ RHEA RIPLEY
FanfictionO que você faria se seu trauma de infância tornasse sua mais nova paixão? Nesta história conheceremos Ísis, uma garota simples e a primeira vista tímida, que mora na populosa cidade de São Paulo. Ela irá se aventurar em um mundo na qual abomina...