CAPÍTULO 50
POV ÍSIS
Saudade. É impressionante como uma simples palavra descreve tão bem um sentimento. Hoje acordei com isso assolando meus pensamentos. Peguei meu celular e não tinha as três típicas mensagens de bom dia que eu recebia ao acordar, o outro lado da cama estava vazio e gelado, não havia cheirinho de café vindo da cozinha, não se ouviam passinhos animados correndo da sala até a minha cabeceira afim de me dar lambeijos de bom dia. Qualquer pessoa em sã consciência entende como essas coisas fazem toda a diferença na vida de alguém, e faziam na minha. Eu era a pessoa mais feliz que alguém pudesse conhecer e me transformei em alguém que precisa se reconstruir, refazer a felicidade, ressignificar o que é essa palavra para mim.
Levantei da cama com um pouco mais de custo do que esperava que teria. Coloquei os pés nas pantufas cor de rosa e o robby, também rosa. Fui até a cozinha e preparei na cafeteira um expresso de café com doce de leite, pois não havia necessidade em preparar muita coisa, visto que era só para mim. Depois de tanto tempo, agora é só para mim.
Quando o café ficou pronto, coloquei a xícara de tamanho médio em uma das mãos e um livro de autoconhecimento na outra. Sentei na minha espreguiçadeira, na varanda. Sempre vinha aqui ver o pôr-do-sol. Triple foi certeiro ao me dar esse apartamento. Era no último andar do prédio e a visão perfeitamente panorâmica. Aqui eu via o pôr-do-sol saindo da água do mar, como se estivesse dormindo sobre ela a noite toda.
Ísis: Olá amiguinho, bom dia. - Sempre que eu estava aqui, admirando o sol nascer, um beija flor vinha e pousava ao meu lado. - Como foi a sua noite? - Ele voava, animado ao meu redor. - Pelo visto melhor que a minha. - O brilho do sol cintilava em suas penas e o tom Azul parecia tornar roxo. - Sério amiguinho? Roxo? Não podia ser outra cor? - Ele voou ao longe. - Até amanhã!
Depois de um tempo ali, o bastante para ler um capítulo ou dois, fui me trocar, pois hoje Isla disse que passaria aqui para sairmos um pouco antes do treino. Assim o fiz, escolhi uma roupa confortável e simples, pois hoje está muito quente. Tudo o que eu poderia precisar, coloquei na bolsa e estava a espera dela.
Isla não demorou e logo me mandou mensagem dizendo que poderia descer. Ao chegar no térreo, percebo seu carro estacionado, porém nenhuma janela aberta, logo pensei que fosse pelo ar condicionado. Quando abri a porta da frente, do passageiro, me dei conta que na verdade quem dirigia o carro não era Isla.
XXX: Por favor, não vá embora. Juro que tenho motivos para estar aqui, só preciso que me dê alguns minutos do seu tempo. - Eu entro no carro e fecho a porta. - Posso te levar no lugar de sempre? - Apenas confirmo com a cabeça e me deixo ser conduzida.
Quando chegamos, evitei ao máximo os sentimentos que aquele lugar me trazia. Tenho evitado vir aqui desde que tudo mudou. Mas agora, estar aqui me lembra dos sorrisos que já foram dados, das brincadeiras que já foram feitas, das inúmeras vezes que vim com pessoas que eu tanto amo. Essa cafeteira era o meu ponto de partida todas as manhãs. Assim que chegamos, Devlin, a minha garçonete favorita veio até nós e nos recepcipnou.
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Perdition And Innocence _ RHEA RIPLEY
FanfictionO que você faria se seu trauma de infância tornasse sua mais nova paixão? Nesta história conheceremos Ísis, uma garota simples e a primeira vista tímida, que mora na populosa cidade de São Paulo. Ela irá se aventurar em um mundo na qual abomina...