Cap.25 - La Luz

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O desespero já não era só de Poncho, que gritava incontrolavelmente. Os pais e amigos de Annie estavam em pânico, percebendo a movimentação dos médicos no quarto dela. Pelo que estava acontecendo, parecia que o corpo dela não estava mais reagindo, estava cansado e debilitado demais para isso. A força da fé e esperança no coração das pessoas ali presentes e que a amavam já não era o suficiente.



Os médicos tentavam incansavelmente reanimá-la, mas o coração de Annie já estava parado havia 5 segundos...

***: Dinda!

Annie sentia sua cabeça pesar, o corpo parecia estar amarrado na cama, e ouvia uma voz que vinha de muito longe lhe chamar.

***: Dinda! Acorda!

Ela conseguiu abrir os olhos e sentia-se cegar pela claridade, mas resistiu, e após piscar muito conseguiu acostumar-se com a luz e mantê-los abertos. Procurou a origem daquela voz de criança e encontrou sua dona a mirá-la sorridente.

***: Que bom que acordou! Levanta, preciso te levar.

Annie observou uma linda menina ao lado de sua cama. Tinha a pele muito branca, os cabelos levemente ondulados e muito negros caídos sobre os ombros, uma boca pequena e rosada e olhos que brilhavam num incrível castanho esverdeado. Sorriu ao perceber que seus olhos eram iguais aos de seu menino.

***: Vem comigo! - A pequena estendeu a mão. Annie segurou-a e se levantou da cama. Não entendia o que estava acontecendo nem onde estavam, mas seu coração dizia para seguir aquele anjinho que lhe chamava.

Elas caminharam por um longo corredor silenciosamente. Annie queria questionar, mas sentia que o lugar para onde estava sendo levada traria as respostas que procurava. Enfim chegaram numa sala onde havia algumas pessoas e todas logo foram reconhecidas por ela. Ela não conseguia ouvi-las, apenas vê-las. Quando ameaçou começar a falar a menina não permitiu.

***: Não temos muito tempo, por isso preciso que me escute! Tá vendo meu papai ali? – Disse, apontando para um moreno que parecia rezar baixinho.

Annie: Seu pai? - Ela estava cada vez mais confusa.

***: Não preciso responder nada, as respostas estão no seu coração! Meu papai ta sofrendo muito... Ele sofre porque não soube perdoar! Você precisa ensiná-lo, dindinha! Vai demorar para ele entender, mas não desista, eu sei que você pode!

Annie prestava muita atenção nas sábias palavras da pequenina. Realmente não precisava de mais respostas. Seus gestos, expressão e todo o jeitinho da menina fazia lembrar pessoas que eram muito importantes em sua vida... Tinha um anjinho ao seu lado que dizia confiar nela, e seu nome era Victória. Filha de sua grande amiga com seu eterno amor...

Annie olhou para a afilhada. Como ela poderia estar a sua frente? A realidade desabou sobre seus pensamentos... Victória não estava mais entre eles e quando partiu era apenas um bebê... Como estava ali agora como se nunca tivesse os deixado, como se tivesse crescido para estar com seis anos? Ela não sabia... Mas uma enorme vontade de abraçá-la tomou conta de si, que foi impedida mais uma vez pela menina.

Victória: Olha minha mamãe... – Disse, olhando para a ruiva da sala, que estava conversando com uma loira e uma morena - Ela também tá triste! Todos os que estão aqui te amam muito! Você tem que ser forte, eles precisam de você! Alguns dias atrás minha mãe foi no cemitério, eu fiquei triste porque ela chorou... Fala para ela que eu to bem! Faz ela sorrir! -pediu, carinhosa.

Annie: Ela não vai ficar triste se souber que eu te vi e ela não?

Victória: Não... Ela vai ficar feliz quando souber que te ajudei... -respondeu, sorrindo.

Primer Amor - "Extrañarte es mi necesidad"- Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora