Cap.61 - Eu te amei por mil anos

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Annie foi a primeira a chegar ao local da reunião. Sua mãe tinha a acompanhado, já que a filha estava pensando que nunca mais iria conseguir dirigir sozinha. Pedro estava dando uns telefonemas e deixou Annie na sala de ensaios. Ela estava observando as fotos do RBD espalhadas, sorrindo sozinha ao lembrar-se dos amigos que tanto amava. Olhou o teclado e resolveu se aproximar. Sentou-se e as primeiras notas saíram do instrumento, movidas pelo toque de seus dedos. Logo a doce voz da loira também começou a soar pelo cômodo...

Annie: O que é que faço pra mudar, corro atrás da esperança, porque você não vai voltar... Sobrevivo mesmo sem tentar, cheia de nós na garganta, penso em você ao nem pensar...

Pouco a pouco o coração, vai perdendo a fé, perdendo a voz...

Ela cantava com os olhos fechados, deixando a emoção tomar conta de cada parte de seu corpo. Estava tão concentrada que nem percebeu alguém entrar na sala, alguém que a observava com olhos transbordando de ternura.

Poncho foi se aproximando lentamente... Annie já estava no segundo refrão quando percebeu outra voz cantando, o que a fez abrir os olhos assustada, e parando de cantar encontrou Alfonso a centímetros de distância de seus olhos.

Annie: Oi... Nem percebi você entrar... -disse, sorrindo sem graça.

Poncho: Você estava muito concentrada... E linda! – falou, tocando o rosto da garota, ao que ela abaixou o olhar.

Annie: Alfonso... -começou, mas ele a impediu de continuar.

Poncho: Annie! Não dá mais para esperar! Precisamos conversar! -disse, decidido.

Annie: Mas agora... – ele a interrompeu.

Poncho: Agora, tem que ser agora! Ainda faltam uns 20 minutos para a reunião começar, sem contar que a Dulce sempre atrasa... Vamos ao jardim? – pediu, em um tom quase desesperado.


O coração bate acelerado

Cores e promessas

Como ser corajosa?

Como posso amar quando tenho medo de me apaixonar?


Annie sentiu seu coração acelerado dentro do peito. Esperara por essa conversa havia muito tempo... Pensou nele durante todo o final de semana, mas não sabia se já estava preparada. Sem pronunciar palavra alguma, ela apenas pegou na mão que Poncho estendeu, e os dois seguiram para o jardim da casa, em silêncio.

Annie: Sobre que você quer falar?

Poncho: Como assim? Sobre tudo! E tudo para mim... Somos nós! A nossa história... Que parou há seis anos e até hoje eu não consigo entender o porquê...

Annie: Porque a vida é feita de escolhas, e nem sempre podemos ter tudo. – disse, direta - Na época, eu optei por um sonho de menina... Um sonho que existia em mim desde que eu me entendo por gente. E eu jamais me perdoaria se deixasse a oportunidade passar. Foi por isso, Alfonso... Eu abri mão da companhia da minha família, dos meus amigos, de você... Para ir atrás da realização do meu sonho! -explicou.

Poncho: E você realizou o seu sonho?

Annie: Realizei! Não tenho dúvida disso. Mas também acabei me perdendo de mim mesma, acabei entrando num labirinto. Esqueci que os pesadelos são um tipo de sonho também... Me confundi, exigi demais de mim... Mas ainda assim... Eu não me arrependo, Alfonso! – confessou, olhando firme nos olhos dele.

Poncho: Quer dizer que não se arrepende de ter me deixado, nosso amor realmente não significa nada para você? – falou, com uma tristeza em sua voz.

Primer Amor - "Extrañarte es mi necesidad"- Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora