Encontro Fatal

Fantasma do passado

Mateo

Estava atolado na papelada enquanto todos se divertiam, ser o chefe às vezes é um saco, precisava dar um tempo do trabalho e me divertir, olhei pela janela do escritório e fiquei satisfeito ao ver o quão cheia a boate estava, apesar de ser um negócio de fachada ela me rendia muitos lucros, notei como Patrícia estava sexy em sua lingerie vermelha, aquela mulher era um furacão na cama e aquecia minhas noites quase todos os dias com seu lindo corpo nu, nosso lance era apenas sexual, depois de Amanda nunca mais amei ninguém e ouso dizer que nunca mais amaria. De longe percebi que Lucas importunava uma moça, ele costumava ser um canalha com as mulheres, as obrigando fazer coisas que não desejam, eu não me importava, desde que suas ações não prejudicassem os negócios, mas com aquela mulher eu me importei, não sei o real motivo mas me preocupei com ela, não conseguia vê-la perfeitamente, apenas o reflexo do seu cabelo cacheado enquanto Lucas a segurava com brutalidade, algo em mim se acendeu, continuei observando a cena e vi o horror no rosto dele , não entendi o que estava acontecendo então resolvi ligar para descobrir, o telefone tocava sem parar, notei o momento exato que ele se afastou da garota e atendeu minha chamada.

- Lucas? Não quero que arrume confusão pra gente, sabe que estamos sendo observados. Tome cuidado.

- Desculpa patrão, não sabia que aquela vadia é filha do Raul.

Aquelas palavras penetraram meus ouvidos e atingiram meu coração como uma bala, aquela não poderia ser Amanda, eu a procurei por malditos 10 anos e nunca a encontrei, agora ela estava na minha boate por vontade própria?

- Ela é filha de quem? - indaguei perplexo.

- Me disse que é Amanda Gonzalez, filha do Raul. Eu sei que o desgraçado tem uma filha mas não a conheço, fiquei com receio porque ela falou com tanta convicção que não podia ser blefe, por isso me afastei.

Eu estava atordoado, a história ficava cada vez pior. Amanda, meu amor, a culpada pelo meu sofrimento estava de volta, eu tinha que conferir com meus próprios olhos, não ia perder a chance de vê-la mais uma vez.

- Onde ela está Lucas?

- No bar, quer que eu vá até lá?

- Não precisa, eu irei pessoalmente.

Desliguei o telefone com o coração batendo a mil, desci as escadas desesperado, Patrícia me interceptou depositando um beijo em meus lábios, agora não era hora pra isso,  a empurrei de forma brusca e corri pelo salão, o ar me faltava e o ambiente estava quente, abri dois botões da minha camisa, quando cheguei próximo ao bar eu a vi, ela estava de costas, seu longo cabelo negro estava preso num rabo de cavalo, ela usava uma blusa vermelha e uma calça preta, meu coração parou naquele instante, mesmo sem ver seu rosto eu sabia que era ela, as imagens de sua fuga me sobressaltaram e eu trancafiei o amor deixando apenas o ódio transparente. Arrumei meu cabelo, sequei o suor que descia em meu rosto e me aproximei, inspirei seu maravilhoso cheiro sussurando ao pé do seu ouvido de forma ameaçadora:

-Posso oferecer  uma tequila para a senhorita?