Lucas
Mateo saiu desnorteado, mais uma vez havíamos sido pegos. O Cartel Ferraz se enfraquecia a cada dia, estávamos caminhando para o fim. Pelo andar da carruagem seríamos obrigados a entregar o comando de bandeja para Raul. Sorri ao saber disso, o idiota do Ferraz confiava em mim de olhos fechados nem imaginava que eu era o herdeiro do império Matarazzo, Raul era apenas uma peça do nosso enorme quebra cabeça, depois de destruir Mateo o próximo seria ele. Gostava de deixar o velho pensar que tinha controle de tudo, após a união dos cartéis Matarazzo e Gonzales meu tio foi morto numa operação e como era muito jovem não pude assumir o comando, então Raul se declarou o novo líder , dominando o cartel como se fosse seu , fui jogado pra escanteio e desde então finjo ser fiel ao desgraçado. Raul nem imagina o que está por vir.
Olhei a linda mulher que dormia na cama e decidi naquele dia que ela me rejeitou que seria minha, nem imaginava que ela era a filha do filho da puta. Ia toma-la como um troféu pela destruição de Mateo e Raul, ambos seriam massacrados e eu seria o único rei. Amanda estava vulnerável e tenho absoluta certeza que não conseguiria fugir, acariciei seus pernas mas refreei meus instintos não podia colocar o trabalho de anos em risco. Encostei meus lábios nos dela, seu gosto de pêssego inundou meus pensamentos, ela se mexeu mas não despertou. Coloquei uma mecha de seu cabelo atrás da orelha e sussurrei:
- Você vai ser minha e se arrependerá amargamente por ter me rejeitado...
Levantei e saí deixando a porta do loft aberta.
Mateo
Quando Alberto estava vivo, raramente precisava dos serviços do delegado Macêdo, mas ultimamente o que eu mais faço é vim na delegacia tentar soltar meus capangas. Sebastian já era o quinto dos últimos meses. Respirei fundo antes de adentrar ao lugar, na primeira vez que vim aqui fiquei com medo de não sair. Mas o dinheiro sempre fala mais alto, Macêdo e meu pai tinham uma aliança a anos, dívida antiga, mantemos o acordo intacto mesmo após sua morte , era bom ter um infiltrado na polícia. Apesar de tudo, nunca conseguia recuperar as mercadorias apreendidas.
Verifiquei o local e notei que a delegacia estava vazia, mesmo com o delegado ao nosso lado eu gostava de manter a discrição, abri a porta de sua sala e ele me encarou com surpresa.- De novo aqui senhor Ferraz?
- Infelizmente sim, preciso que solte o Sebastian. Seus homens o prenderam na operação de hoje cedo.
- Isso vai ser impossível Mateo, se seu capanga for solto meu pescoço será leiloado.
- Quanto Macêdo? Preciso dele solto imediatamente.
- Quinhentos mil. - falou sarcasticamente.
- Isso tudo? Nem pensar.
- Então não temos um acordo.
- Tive um prejuízo enorme essa manhã, seja benevolente. - implorei.
- É isso ou Sebastian continuará conosco.
Os prejuízos só aumentavam, o caixa do cartel estava praticamente no vermelho e eu teria que tentar um acordo com Conrado para finalizar a transação com os árabes. Infelizmente Sebastian teria que ficar preso por enquanto, era até melhor assim, já que ele era o traidor.
- Então Mateo? Temos um acordo?
- No momento não, vou deixá-lo aqui por enquanto. Mas quero pedir um favor. Posso ve-lo?
- Não é do meu feitio ceder a esse tipo de pedido, mas por nossa aliança antiga irei permitir. Venha te acompanho até a cela.
O local era escuro e fedia a mofo, o rosto de meu capanga acendeu assim que me viu, ele estava ferido e sujo:
- Patrão? Sabia que você viria. Tentei concluir a transação mas foi mal sucedido, o vagabundo do Lucas nem apareceu para o serviço. Fiz tudo praticamente sozinho, me perdoa por ter falhado.
- Pare de mentir Sebastian, sei que você é o infiltrado do Raul. Tenho certeza que o desgraçado virá te libertar em breve. Assim que estiver solto te matarei com minhas próprias mãos.
- O que? Você tá louco, Mateo? Sirvo ao cartel Ferraz a anos e odeio aquele filho da puta tanto quanto vocês, ele matou minha esposa não se lembra? Se tem algum infiltrado entre nós, tenho certeza que é o Lucas, ele nunca aparece nas operações que somos capturados.
- O Lucas não faria isso. Ele salvou minha vida. - falei indignado.
- Salvou com o intuito de ganhar sua confiança e te destruir. Eu nunca traíria vocês, seu pai era como um irmão. Mas está cego e não consegue enxergar isso.
- Tudo bem... Não posso me prolongar, no momento não tenho dinheiro para te libertar. Vai ser bom ficar aqui um tempo, assim que for solto conversaremos melhor e se for cúmplice do Gonzalez te matarei sem remorso algum, mesmo sendo amigo do meu falecido pai.
- Mateo se te traí eu mesmo me mato. Não sou um x9, sua desconfiança me magoa, te vi crescer rapaz, apoiei vocês em tudo. Se tem um traidor entre nós, ele é o Lucas, o investigue e tire suas conclusões.
Abandonei Sebastian ali em sua própria sorte e saí, não conseguia acreditar que Lucas era traidor, ultimamente ele me ajudava em tudo. Era um fiel escudeiro, mas ia investigá-lo, não podia mais vacilar. O cartel estava em risco.
Dirigi feito um louco até a casa de Conrado, seu pequeno cartel estava tendo ótimos lucros e se potencializando cada dia mais. Eu odiava fazer acordos dessa espécie, mas no momento era a única alternativa.
Ele me recebeu com um sorriso no rosto, provavelmente me cobraria uma vida por sua ajuda.
- É um prazer te receber na minha humilde residência Mateo. - disse Conrado.
- O prazer é todo meu, pena que as circunstâncias não são boas. Preciso da sua ajuda.
- Me diga o que houve?
- Tive vários prejuízos consecutivos, minha mercadoria foi apreendida. Não consegui concluir um negócio milionário com os árabes. Vim perguntar se você tem essa droga pra me conceder. Sei que seu cartel está em crescimento, então pensei que poderia me ajudar. Qual valor você quer por dez toneladas de cocaína?
- É uma quantia considerável meu amigo, ouso dizer que não tenho essa quantidade em meu poder.
- Entendo... - falei cabisbaixo.
- Mas tenho duas toneladas, já deixariam os árabes tranquilo até você resolver tudo. - ele ofereceu.
- Seria ótimo. Quanto você quer por sua bondade?
- Apenas cinco milhões de dólares, uma quantia considerável, acredito que seu cartel valha muito mais.
- Vale sim. Farei um cheque pra você assim que receber a mercadoria em minha boate.
- Entregarei pessoalmente. Bom que me divirto com uma de suas garotas.
- Será muito bem vindo. Hoje é dia de leilão, a prostituta mais cobiçada é leiloada e passa a noite inteira com o comprador.. O melhor é que pode fazer o que quiser com ela. - falei.
- Estarei lá e arrematarei a puta. Odeio perder. - ele riu.
- Até mais tarde então Conrado. É sempre um prazer fazer negócios com você.
- Disponha meu amigo. - demos as mãos selando o acordo.

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Encontro Fatal
Storie d'amoreUma romancista falida começa a desacreditar do amor quando seus livros são um fracasso.Ela não se conforma que as pessoas prefiram noites vazias ao lado de qualquer um ao invés de lutarem por seus relacionamentos, mesmo tendo sofrido uma decepção am...