Encontro Fatal

Na toca do inimigo...

Amanda

Saí do escritório atordoada, o acordo estava feito e não tinha mais como voltar atrás. Amanhã no maldito jantar eu destruíria de vez o sentimento de Mateo por mim, era melhor assim, pelo menos ele poderia se reerguer e recuperar o respeito de seus súditos e cartéis rivais, caminhei poucos passos e tive o desprazer de esbarrar com Lucas no corredor, seu rosto extremamente machucado me causava pavor, eu definitivamente odiava esse cara. Ele sorriu assim que botou seus olhos negros em mim, seu porte atlético seria atraente se ele não fosse quem é.

- O que a traz de volta para a casa Amanda? Depois de tantos anos?

- Não te interessa.

- Me interessa sim, não sei se está informada, mas sou o herdeiro legítimo do império Matarazzo e isso me faz sucessor direto do seu magnífico pai.

- Sinto te informar Lucas, mas como sou filha legítima de Raul, o império ficará sob meu comando e você não passará de um reles súdito inútil, agora tire essa carcaça imunda do meu caminho, vejo que Mateo deformou bem seu rosto. - sorri.

- Não confio em você sua vadia, não acredito que Mateo te libertaria tão facilmente. Você era a única arma dele contra seu pai, apesar que o idiota te ama, talvez você o persuadiu e ele aceitou te libertar. É um otário mesmo.

- Não o chame de idiota. - gritei

Ele se aproximou de mim me colando na parede, mantive a postura mesmo tremendo de medo.

- Seu pai pode ter caído na sua lábia e aceitado o acordo que propôs, mas eu não aceitei nada e continuarei meu plano de destruição. Não vou sossegar enquanto Mateo estiver atrás das grades, ou na mira da minha arma implorando pela vida.

- Se  ousar encostar um dedo sequer nele, eu o mato. Não sei se sabe mas minha pontaria é impecável, preciso apenas de uma bala para estourar todos os seus miolos.

- Não conhecia esse seu lado perigoso, só esta me deixando mais excitado. - ele disse segurando meu rosto.

- Fico feliz que estejam se entendendo. - papai disse saindo do escritório o que fez Lucas se afastar de mim.

- Claro Raul, vai ser ótimo trabalhar com sua adorável filha. Faremos uma ótima dupla. - Lucas falou com sarcasmo. - aliás, no jantar de amanhã faço questão que ela seja minha acompanhante, Mateo acreditara que ela estava do nosso lado desde o início se estiver acompanhada por mim.

Fechei a cara instantaneamente, aquele desgraçado jogava sujo, lançou um sorriso sedutor pra mim e meu pai concordou de imediato com a ideia.

- Ótimo, amanhã ambos serão os representantes da união dos cartéis Matarazzo e Gonzalez.

Eu queria vomitar, aquilo só piorava. A humilhação pública de Mateo seria trágica e Lucas pisaria nele me usando como troféu. Não conseguia mais ficar ali, me faltava ar.

- Se me derem licença, vou pro meu antigo quarto, tudo bem papai?

- Claro meu amor, a casa é sua. Mandarei Helena comprar algumas roupas para você e um vestido de gala pra o espetáculo de amanhã.

- Tudo bem. - sussurrei.

- Aguardo ansiosamente pelo dia que a terei em meus braços. - Lucas disse aos pés do meu ouvido para que apenas eu escutasse.

Fiz um aceno rápido com a cabeça e subi as escadas correndo, meu coração batia forte e as lágrimas escorriam por meu rosto, o destino as vezes é ingrato. Para evitar uma guerra eu teria que sacrificar  meu amor, isso não era justo. Abri a porta do meu antigo quarto e me joguei na cama chorando como uma adolescente.

Lucas

A vadia da Amanda tinha voltado por livre espontânea vontade e isso arruinaria meus planos, nunca pensei que Mateo a libertaria ainda mais que o idiota a ama, teria que agir rápido, peguei meu celular e liguei para Conrado que atendeu de imediato:

- Preciso que entre em contato com o Ferraz agora, ofereça seu apoio, ele está vulnerável e tenho certeza que aceitará.

- Claro Lucas, farei isso. - ele respondeu.

- Ótimo, vamos acabar com isso o mais rápido possível.

- Não se esqueça do meu brinde, quero Amanda em meus braços assim que o desgraçado morrer.

- Eu nunca falho numa promessa, a vagabunda está aqui na casa de Raul, conseguiu escapar de alguma forma. Poderemos dar continuidade no plano e depois ela será toda sua. - menti.

- Excelente. Vou ligar pro Mateo agora mesmo.

Se Conrado insistisse em possuir Amanda eu teria que me livrar dele também, aquele corpo seria somente meu e de mais ninguém. Aliás, ela seria meu troféu. O prêmio da minha vitória suprema.

Falando em prêmio, ali vem ela. Não consigo deixar de admirar seu beleza, ela me excita apenas por respirar, queria muito me satisfazer com seu corpo nu, mas tenho que me conter por enquanto.

Tivemos uma conversa cheia de ameaças que me deixou ainda mais louco, amanhã ela seria exibida ao meu lado no jantar mais importante entre os cartéis, Mateos ficaria possesso e eu não perderia a chance de provocá-lo, o jogo só estava começando.