Lucas
A vitória estava apenas começando, foi satisfatório ver o desgosto presente no rosto de Mateo, Amanda pegou pesado nas palavras e o coração do idiota foi massacrado. Aproveitei a deixa e a beijei, ela não pode me afastar se não estragaria o plano. Seu gosto de pêssego ficou cravado na minha mente e agora estou aqui no bar bebendo pra ver se consigo esquecer a maldita. Eu precisava arquitetar um plano, não bastava acabar com o Ferraz eu tinha que destronar o Raul, aquele velhote era uma pedra no meu sapato. Admirava as garotas dançarem quando senti uma mão em meu ombro.
- Veja se não é o mais temido da região, como está Lucas?
- Muito bem Pedro, o que faz aqui se misturando com os abutres. Que eu saiba você não tem passe livre pra esse tipo de evento, apenas seu glorioso pai. - retruquei.
- Meu pai não pode vim, aí decidi representá-lo e me divertir um pouco, foder uma puta gostosa, beber um bom uísque e apreciar a companhia dos amigos.
- Entendo, então divirta-se, preciso ir. - falei me levantando.
Procurei a desgraçada da Amanda pelo salão e não a vi, provavelmente ela tinha ido embora sem me dar alguma satisfação. Aquilo me enfureceu e eu quis matá-la. Antes que eu pudesse me levantar, Pedro Salazar me prendeu na cadeira, seu hálito fedia a álcool e suas roupas estavam um tanto amassadas.
- Cadê aquela vadia gostosa que acabou com o coração do Ferraz? Fiquei excitado só de ouvi-la falar.
Aquilo fez meu sangue ferver, tinha uma obsessão por Amanda e odiava quando alguém se referia a ela dessa forma, só eu podia tratá-la desse jeito. Mesmo assim, me veio um plano em mente, se Pedro a estuprasse, Raul iniciaria uma guerra pela honra de sua amada filha e Rodrigo Salazar, pai de Pedro, chefe da polícia, encerraria o acordo de proteção do cartel Gonzalez assim que Raul matasse seu filho, sendo assim, eu tomaria frente das negociações e assumiria o poder supremo. Sorri e incentivei ao rapaz:
- Ela é muito gostosa, só que ninguém consegue domar a fera, apenas o Mateo conseguiu levá-la para a cama.
- Eu domino qualquer fera Lucas, nem que pra isso tenha que matá-la. Onde a vadia está?
- Acho que ela acabou de sair, se você se apressar consegue alcançar a presa. - instiguei.
Assim que acabei de falar, vi Pedro correr feito um louco rumo a rua, o segui para apreciar a cena, vi quando ele alcançou o mulher de vermelho e a derrubou no chão, a cena era excitante, Pedro deu dois tapas em Amanda e a grudou de costas na parede, eu podia salvá-la e sair como herói, mas meu plano tinha que dar certo. Continuei assistindo ao espetáculo, o idiota a colocou de frente e vi quando ela sacou a arma e atirou bem no coração do filho da puta. Merda!
O desespero de Amanda era palpável, tinha medo em seus olhos quando me aproximei e a vi tentando estancar o sangue que jorrava da ferida, Pedro morreu nos braços dela e quando ele suspirou pela última vez percebi que meu plano tinha dado certo. Com certeza Rodrigo ia querer vingança e iria até o inferno para descobrir quem matou seu único filho, contive o sorriso pois minha ascensão estava apenas começando.
Amanda
Cheguei na mansão atordoada, não consegui acreditar que tinha sido capaz de matar alguém, olhei para minhas mãos sujas de sangue e comecei a chorar, Lucas se encarregou de se desfazer do corpo e me colocou num táxi de volta para casa, subi rumo ao meu quarto e me livrei do maldito vestido ensanguentado. Entrei no banho e senti meu corpo arder quando a água quente entrou em contato com minha pele, eu era uma assassina, minha sina estava sendo cumprida, mesmo tentando fugir dela, mesmo seguindo outro caminha o sangue que corre em minhas veias falou mais alto.
Comecei a ficar com falta de ar, situações como essa me causavam pânico e crises respiratórias, saí rapidamente do banheiro em busca de uma bombinha, puxei o ar e senti meus pulmões arderem quando minha respiração começou a se restabelecer. Nem notei que Margarida estava no quarto me aguardando.
- O que houve com seu rosto? - ela perguntou preocupada.
- Um cara tentou me estuprar e eu o matei, agora sou uma verdadeira Gonzalez, mentirosa, oportunista e assassina.
- Como você está? Deve ter sido horrível.
- Eu não pensei bem, só quis me defender, se eu não o matasse ele me mataria. Foi por questão de sobrevivência. - disse em meio a soluços.
- Calma. Eu te entendo, me dê um abraço.
Senti conforto e apoio assim que Margarida me embalou em seu braços, eu queria muito que o calor do corpo dela fizesse eu esquecer de tudo, mas a única pessoa capaz de fazer isso estava me odiando nesse exato momento, decidi que precisava ir vê-lo mesmo que de longe. Me soltei dos braços da minha amiga, vesti uma roupa qualquer, peguei o revólver e saí em disparada rumo as escadas.
- Onde você vai essa hora da noite? - ouvi ela gritar.
- Na boate do Mateo, preciso vê-lo, só ele é capaz de me acalmar, sentir que ele me protege mesmo que eu não esteja em seus braços, me dê cobertura, não vou demorar. - respondi partindo rumo ao meu coração.
Estacionei meu carro frente ao estabelecimento, eu não podia entrar, corria risco de morte caso o fizesse, desliguei os faróis e observei o lugar, a janela que eu estudei para pular inúmeras vezes estava aberta, a encarei com a esperança, vi um vulto se movendo no cômodo do loft e o a silhueta semi nua de Mateo apareceu, ele tinha retirado sua camisa e fumava um cigarro admirando a beleza da noite, não consegui ver seu rosto, a distância não me permitia apreciá-lo, contudo, a visão de seu tórax musculoso deu algum conforto para minha alma perturbada.
Continuei o admirando de longe, como se sentisse que era observado ele cravou seus olhos no meu conversível e balançou a cabeça em negativa, era hora de eu sair dali.
Tentei ligar o carro, mas ele não respondeu aos meus comandos, tentei mais uma vez e nada. Respirei fundo e saí do maldito veículo, senti mãos pesadas segurando meu pulso e me colando a lataria com violência:
- O que faz aqui sua desgraçada?
A voz de Mateo invadiu minha mente e senti as lágrimas rolarem por meu rosto, eu tinha medo, mas fiquei feliz em tê-lo por perto mesmo que me odiasse.
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Encontro Fatal
RomanceUma romancista falida começa a desacreditar do amor quando seus livros são um fracasso.Ela não se conforma que as pessoas prefiram noites vazias ao lado de qualquer um ao invés de lutarem por seus relacionamentos, mesmo tendo sofrido uma decepção am...