O Leilão

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Mateo

Quando olhei para o palco não acreditei no que via, aqueles movimentos perfeitos, a música e a maldita camisola que eu havia comprado para ela. Amanda só podia estar louca, dançando e se mexendo daquele jeito, meu corpo estava pegando fogo.

Ouso dizer que não só o meu. Todos os homens a desejavam e aquilo me encheu de fúria, ela parecia um pedaço qualquer de carne no meio dos leões. Lucas babava enquanto minha mulher balança seu maravilhoso corpo para a plateia.

- Que diabos Amanda está fazendo no palco? Ela não dormia profundamente seu otário?

- É a Amanda? Uau! Sabia que era gostosa mas com essa camisola, nem o mais santo conseguiria resistir.

-Nao fale assim dela. - soquei a cara do desgraçado, seu lábio inferior sangrou.

- Só não vou revidar por respeito. - ele disse trincando os dentes.

- Precisamos tirar ela de lá agora? - gritei com raiva.

- Tarde demais, o leilão acaba de começar.

As palavras dele penetraram minha alma, não ia permitir que nenhum homem encostasse nela. Ela era minha e de mais ninguém, a tiraria do palco nem que para isso precisasse começar uma guerra. Corri em sua direção, ouvia os aplausos intermináveis, e os lances que eram ofertados. Dez, quinze, vinte mil reais.

Todos a queriam e os lances só aumentavam de valor. Trombei em vários homens e um me impediu de continuar a caminhada, Conrado olhava para o palco fascinado, pude sentir o desejo emanar de seus olhos, aquilo me enfureceu ainda mais.

- Eu a quero. - disse ele.

- Ela não está a venda.

- Para de ser egoísta, quer sempre a melhor puta para você.

Nesse instante o ataquei, descontei toda a raiva que sentia em seu rosto pálido, vi seu sangue escorrendo em minhas mãos, o soquei com ódio, não ia permitir que falasse assim dela. Ia matá-lo, só parei porque senti uma dor na costela, um dos capangas de Conrado me golpeou com uma faca. Lucas me puxou impedindo que a briga continuasse e uma possível guerra se iniciasse.

Conrado me olhou com raiva antes de dizer:

- O contrato está desfeito, arque sozinho com os prejuízos da sua operação. Espero que essa puta valha a pena. - cuspiu e saiu pisando duro.

Droga! Provavelmente agora não conseguiria salvar o cartel, não me importei com isso,havia abatido um abutre, mas tinham vários dispostos a pagar por ela, sem pensar muito dei um lance milionário:

- Um milhão de reais. - gritei.

Todos me olharam abismados, inclusive a presa a venda. O leiloeiro olhou para a multidão para analisar se haveria uma oferta superior à minha, como ninguém se manifestou ele finalizou o leilão:

- Dole uma, dole duas, dole três. Vendida para o Senhor Ferraz.

Aquelas palavras aliviaram minha alma, mas Amanda ia ter o castigo merecido.

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