Negação

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Mateo

Não acreditava no que ouvia, meu braço direito, o cara que salvou minha vida, o homem em quem depositei toda minha confiança, era o traidor, fui apunhalado pelas costas.

Lucas se mostrou um fiel escudeiro, sempre me auxiliando nas negociações e dando suporte quando precisava, mas era tudo uma farsa. Ele era o herdeiro legítimo do império Matarazzo já que seu tio Vicente Matarazzo não teve filhos, Raul tomou o poder após a morte de Vicente apenas porque o menino não tinha idade suficiente para liderar um cartel de tamanha magnitude. Eu estava indignado, queria socar e bater em alguém.

- Sou um idiota, como não percebi isso antes? - gritava passando a mão freneticamente em meus cabelos.

Olhei para Amanda e ela me encarava sem entender nada, seus olhos estavam assustados e tristes ao mesmo tempo, quando começou a falar os fantasmas que me assombravam decidiram ir embora.

- Você pode cumprir sua parte no acordo e me soltar? Preciso de um banho e estou com muita sede.

Respirei fundo deixando a raiva partir, sua voz doce me trouxe a realidade, o desgraçado teria o que merece, mas no momento eu cuidaria da mulher que amo.

Me aproximei dela com relutância, a mágoa era evidente em seus olhos, desatei o nó que prendia sua mão e fiz o mesmo com o do pé. Abri a porta do guarda roupa em silêncio e lhe entreguei uma toalha limpa.

Ela a apegou e caminhou devagar rumo a suíte que havia no quarto, quando estava prestes a fechar a porta  gritei:

- Deixe-a aberta, não quero que tente fugir.

Eu sabia que era impossível sair daquele banheiro, não tinha saída alguma, apenas uma micro janela, na verdade, usei isso como pretexto para ter o prazer de  vê-la nua, mesmo que a fumaça do banho embaçasse a imagem, já seria suficiente.

Amanda me encarou com raiva e incredulidade não acreditando no que ouvia.

- Não vou tomar banho com você me vigiando.

Não contive o sorriso e respondi com escárnio:

- Não há nada aí que eu já não tenha visto ou provado.

- Você é um idiota. - gritou

- Já disse para não me ofender assim.

Ela pegou uma roupa na gaveta, caminhou rumo ao banheiro e começou a se despir assim que entrou,  retirou a camisola rapidamente me dando a perfeita visão de sua silhueta nua.

Acho que tinha sido uma péssima ideia obriga-la a manter a porta aberta, meus nervos estavam a flor da pele, a  adrenalina juntamente com a imagem de Amanda me deixaram  excitado.

Ela abriu a porta do box, ligou o chuveiro e a água começou a descer por seu corpo, admirei cada movimento como se estivesse assistindo um filme, senti algo vibrar em meu bolso, o barulho me tirou do transe, meu celular tocava e assim que vi o nome na tela meu sangue borbulhou. Deslizei o dedo com raiva e atendi a ligação.

- Oi Matarazzo filho da puta.

- Vejo que já descobriu a verdade, finalmente Mateo. Pensava que fosse mais inteligente mas vejo que não.

- Por minha honra irei mata-lo desgraçado.

- Calma ex chefe, você está muito estressado. Como está nossa Amanda?

- Nossa? Ela nunca foi e nunca será sua, não ouse encostar um dedo sequer nessa mulher.

-  Ela não é minha ainda, sonho com o dia que vou acabar com essa vadia, estou louco de desejo. Vou comer ela na sua frente e depois te matar, cada gemido que ela der chamando meu nome será uma facada que darei em seu coração. Vou destruir essa porra de cartel, dominar seus homens e tomar a mulher que ama como minha. Sua ruína está cada dia mais próxima. - ele me ameaçou e desligou antes que eu pudesse ceder a sua provocação.

Fiquei com tanta raiva que joguei meu celular na parede, o objeto foi destruído e os pedaços se espalharam no chão, Amanda me encarava sem entender o que tinha acontecido.

Seu corpo úmido era a única coisa que eu precisava. A puxei para um abraço forte, seu maravilhoso cheiro me acalmou. Ela não retribuiu o abraço assim como tinha feito com o beijo, manteve-se imóvel, apenas sua respiração era acelerada, continuei a apertando contra meu corpo e seus braços se mantiveram estáticos.

Eu não ia aguentar sua indiferença, então num ato impensado falei:

- Me perdoa por ter sido um babaca, não vou mais te importunar. Te espero na cozinha para tomarmos café da manhã.

Caminhei rumo a porta e saí, mais uma vez havia a perdido e ouso dizer que talvez tenha sido pra sempre.

Encontro Fatal Onde histórias criam vida. Descubra agora