O retorno da Gonzalez...

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Lucas

Depois de muito tempo eu finalmente havia vencido a guerra, meu oponente direto definhava atrás das grades, o velho estava tão preocupado com sua doce filha que me deixou no comando do cartel, a vadia da Amanda estava dormindo a dois meses  sem previsão de acordar e eu desfrutava do meu poder. Nunca duvidei que nasci para isso, depois que assumi o comando as finanças melhoraram significativamente, eu era considerado o magnata dos negócios. Tudo que planejei deu certo, os Matarazzo nunca perdem.

Assim que saí do hospital naquele dia fatídico, tomei posse do cartel do Ferraz. Invadi a boate com meus homens, de início fiz uma proposta razoável, propus que se curvassem a mim e jurassem lealdade. Alguns rebeldes não aceitaram a oferta e iniciaram uma batalha sangrenta, felizmente, meu exército era mais forte e preparado, massacramos quase todos os homens do Mateo a sangue frio, os poucos que restaram se aliaram a mim, óbvio que testei a confiança de cada um. Não seria idiota ao ponto de trazer o inimigo para dentro da minha casa.

Após o massacre, incendiei  o local, foi prazeroso ver o prostíbulo queimando, as chamas consumiram cada pedacinho do lugar e no final de tudo só restaram as cinzas, não satisfeito, tirei algumas fotos e fiz uma visita ilustre para o meu concorrente, mostrei as provas da minha vitória e pisei em seu sofrimento quando falei da homenagem fúnebre de sua amada. A tristeza em seu semblante foi a melhor recompensa que eu poderia ter.

Alguns dias depois, solicitei a Macêdo que Mateo fosse transferido para um presídio, assim o fez, depois disso não o visitei mais, só garanti que sua vida fosse um inferno naquele lugar. Decidi que o deixaria sofrer por mais alguns dias e depois  o mataria a sangue frio, a última imagem que quero ter do desgraçado é ele implorando para viver. 

Uma batida na porta me tirou do devaneio, eu odiava ser interrompido, mas a tempos esperava a visita de Conrado, mesmo que o plano principal não tenha dado certo, ele tinha se disposto a me ajudar então eu pagaria minha dívida:

- Pode entrar. - gritei

- O homem careca chegou. - Margarida disse sorrindo.

- O acompanhe até aqui e nos deixe sozinhos. - ordenei.

- Sim, gostoso. - ela respondeu.

Assim que o homem entrou na sala percebi que  estava bem vestido em um traje vermelho de luxo, os dentes reluziam algumas pedras de ouro, assim que me viu ele se curvou mostrando respeito:

- Bom dia senhor Matarazzo.

- Bom dia Conrado, vejo que seus negócios estão prosperando tanto quanto os meus.

- Sim, não posso reclamar da minha sorte, apesar dos infortúnios acumulei uma boa riqueza, infelizmente o assunto que tenho para tratar com o senhor é um tanto desagradável, tive um prejuízo imenso na missão contra o Ferraz, nada que abalasse absurdamente meus lucros, mas quero reaver minha mercadoria. - ele solicitou.

- Nada mais justo caro amigo, as drogas foram usadas como prova contra o Mateo, mas pedirei a Macêdo que as consiga de volta para você.

- Excelente, você nunca me decepciona. Uma pena que a gostosa  da Amanda tenha morrido, estava louco para desfrutar daquela belezura.

- Não ficará no prejuízo, pode levar Margarida pelo tempo que precisar. Ela é muito fogosa e saciará seus desejos. - falei.

- Obrigado mais uma vez. O que precisar de mim estou à disposição.

- Faço de suas palavras as minhas. Tenha um excelente dia. - falei estendendo minha mão para ele.

- Você também. - ele respondeu retribuindo o aperto.

Comuniquei a Margarida que ela serviria a Conrado por alguns dias, ela não gostou da ideia, mas era uma ordem irrevogável, peguei meus pertences e saí, precisava fazer uma visita para Amanda, seu estado era deprimente, alguns médicos a desenganaram mas Raul insistia em manter os aparelhos ligados.

Entrei no meu carro e parti, adentrei  ao quarto onde ela repousava desacordada, Gonzales velava seu eterno sono como um pai fiel, fiquei observando a bela mulher na cama, olhei atentamente por alguns minutos e percebi que sua mão direita mexeu, quando menos esperei, a desgraçada abriu os olhos, para minha infelicidade, Amanda Gonzalez tinha sobrevivido.

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