Amanda
Abri os olhos e vi que estava nos braços de Mateo, ele me aninhou em seu colo como costumava fazer a anos atrás, aquilo me proporcionou um pouco de aconchego.
Parecia que estava realmente em casa, notei que seu sono era pesado como sempre, nada acordava aquele homem, nem se a casa pegasse fogo. Me libertei de seu abraço e senti um vazio enorme ao levantar, metade do meu coração tinha ficado ali no sofá dormindo, mas eu não podia aproveitar a sensação, tinha que fugir antes que fosse tarde demais.
Analisei o perímetro mais uma vez, estava do mesmo jeito que ontem, exceto por um detalhe. A arma de Mateo estava sob a escrivaninha, eu não devia mexer em algo tão perigoso, mas era minha chance de fuga.
Conferi o revólver e vi que ele estava carregado, peguei a arma e a guardei, entrei no banheiro e vesti rapidamente minhas roupas, posicionei o revólver na minha cintura, assim que abri a porta para sair tomei um susto, Mateo me encarava com curiosidade.
- Onde pensa que vai tão cedo?
- Vou embora. - falei com determinação.
- Só por cima do meu cadáver. - ele disse rindo.- Com prazer, senhor Ferraz. - antes que pudesse ter alguma reação, saquei a arma que estava na minha cintura e apontei diretamente para o coração do meu inimigo, ele me encarou amedrontado.
-Larga isso Amanda?
- Por qual motivo? Que eu saiba minha pontaria é ótima, tive um excelente professor. - eu ri.
- Eu sei, por isso mesmo quero que me entregue a arma agora. - falou com calma.- Óbvio que não, vou embora e ninguém vai me impedir.
- Você não tem coragem de matar nenhuma barata, porra? - Mateo gritou - acha mesmo que vai conseguir me matar?
- Eu sou uma Gonzales, não se esqueça disso.
Essa frase trouxe à tona uma lembrança esquecida de anos atrás...Dez anos antes
- Mateo ? Mas nunca atirei na minha vida? - falei com medo.
- Vou te ensinar meu amor, é importante saber se defender caso ocorra um confronto.
- Você me defende lindo. - falei dengosa depositando um beijo em seu pescoço.
- Sempre, mas caso não consiga, você pode fazer isso sozinha.- Tudo bem, se insiste.
Peguei a arma que estava em sua cintura, Mateo muito carinhosamente se posicionou atrás de mim, seu hálito fresco em meu pescoço estava me excitando.
- Se concentra amor, tem que manter toda atenção em seu inimigo, não pode perdê-lo de vista em nenhum momento, além disso não pode hesitar em atirar. Lembre-se: é você ou ele que sobrevive. - sussurrou em meu ouvido.
- Mas com você assim tão perto fica quase impossível de me concentrar. - choraminguei.
- Esse é o jogo, quero ver como se comporta caso esteja distraída, um bom matador age em qualquer situação de forma certeira.
- Tudo bem, qual o próximo passo? - perguntei trêmula.
- Você vai mirar no alvo, puxar o gatilho e disparar.
Ele continuou fungando em meu pescoço,estava impossível me concentrar, fiz um tremendo esforço, mirei em meu alvo, assim que me senti confiante disparei, o pássaro caiu como uma bola no chão. Pulei de alegria.
- Uau! Devo admitir, ou isso foi sorte de principiante ou você é realmente muito boa atiradora, melhor me lembrar disso - Mateo sorriu e me abraçou.
- Eu sou uma Gonzales, não se esqueça disso. - retribuí o abraço e beijei seus lábios quentes.
Deixei a memória para trás e continuei mirando meu inimigo, a arma estava apontada de forma certeira em seu coração, era só apertar o gatilho e estaria tudo acabado, mas eu não tinha coragem, amava aquele homem, mesmo depois de tanto tempo.
- Amanda? Por favor, me entregue essa arma, você não pode sujar suas mãos dessa forma.- Realmente, sou muito covarde para atirar em você. Mas posso muito bem atirar em mim e acabar com isso.
- Você não faria isso. - vi medo nos olhos dele.
- É uma excelente solução, isso acabaria com grande parte dos problemas e eu não seria armadilha pra ninguém, estou cansada desse jogo seu e do meu pai. Vocês nunca aprendem, talvez com minha morte ambos mudem de vida.
Parei de apontar a arma para Mateo e a posicionei em minha cabeça, então era isso. Engatilhei o revólver e apertei o gatilho.
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Encontro Fatal
RomanceUma romancista falida começa a desacreditar do amor quando seus livros são um fracasso.Ela não se conforma que as pessoas prefiram noites vazias ao lado de qualquer um ao invés de lutarem por seus relacionamentos, mesmo tendo sofrido uma decepção am...